segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

VOCÊ É DEUS






Sereis como os deuses, conhecendo o bem e o mal.

 
Existe em algumas pessoas, a propensão a se acharem Deus com direito a reverências e respeito, muito respeito. A maioria sente-se assim pelas  profissões que ocupam ou um cargo qualquer ou se possui um grau maior do que os outros. Se acha Deus. São professores, políticos, artistas,  jogadores, pastores, diretores... Eles não duvidam, possuem a certeza disso e somente uma pequena percentagem ainda restam dúvidas: Se achar Deus.  Tornar-se semelhante a Deus é pouco para essa turma, as pessoas quando trabalham ou convivem, acreditam que são Ele. Já ouviu alguém dizer essa expressão num momento de discussão: Você sabe com quem está falando ? Puro exercício do poder divino. Por isso,  deixei de ser Deus, os outros ainda não.
Os nomes que nos são dado já garante a primeira lição ( Você é Deus). A partir disso temos direitos adquiridos e benefícios conquistados ao ser Deus, e termos o nome próprio.  Calcular-se o que se ganha  tendo a convicção de se sentir o próprio Deus. Sentir-se assim..e ser seduzido pelo poder terreno ou celete.
Abandona-se essa ideia para se tornar humano, dificil. Todo mortal tem os seus limites e erros. Não se pode pensar em Deus e ao mesmo tempo ter a condição humana.  Se pensarmos as duas possibilidades,  estaremos correndo o risco de se achar Deus disfarçadamente, sendo um pobre diabo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O menino sem deus



 
Paulo teve as noções de deus e da religião na infância. Aprendeu rápido, sendo dominado pela fantasia e imaginação que predomina nessa fase. As explicações mágicas sobre a origem das coisas, da vida e da morte fascinavam ele e ao mesmo tempo confirmava o inexplicavel. A existência de algo diferente de nós, a nos controlar, garantia a ele a ideia de que  nós temos principio e fim. No entanto, a medida  que ia crescendo e adquirindo mais informações, essa condição de que o que aprendeu seja verdade absoluta vai sendo esvaziadas pelo pai e mãe. Enquanto Paulo se tornava  rapaz, observou que seu pai e sua mãe tinham religiões diferentes.
Embora os simbolos religiosos sejam iguais para ambos, Paulo entendeu a diferença que havia entre o modo dos dois dialogarem com deus e maneira como a mãe via o divino. Pela parte do pai, via que sempre usava de comentários preconceituosos a forma que a mãe “rezava” e convivia com deus.
A mãe acordava cedo. Colocava um turbante na cabeça, nos dedos tinham aneis e o pescoço era coberto com colares de duas cores. Sai em busca de plantas e flores pelos canteiros que ela mesma cultivava no imenso quintal.  Voltava para casa e diante do altar  que ficava no quartinho, coloca-os e ia dizendo palavras que Paulo pouco compreendia.
Conversava carinhosamente com uma a uma das imagens como se fossem pessoas intimas. Quase todas as manhãs isso repetida, e sempre era povoado de magia na hora de preparar comidas. Lembravasse do vestido branco longo, porções de alimentos  colocados nos dias de festa ou quando “deus” lhe mandava uma graça. Deus tinha se tornado uma manifestação por parte de sua mãe principalmente quanto aos doces caseiros. Eles eram feitos para os Santos gêmeos, distribuidos as crianças. Como deus era próximo deles, livre e sem peso de nada.
Já o pai era diferente: tinha na carteira a imagem de deus. As vezes, usava uma cruz ou escapulário no pescoço. Ia a igreja. As vezes só ou mesmo acompanhado da mãe. Rezava a deus pelo seu time, acendia uma vela e juntava as mãos diante do oratório. Quando saia de casa, fazia sinais da cruz no corpo ou quando passava diante da uma igreja.
Paulo começou a perceber que existência dessa diferença formava outras tantas diferenças como um sistema em cascatas. Há distinção de hierarquias e preconceitos por se acreditar de determinada maneira nas divindades nunca iria se acabar na vida das pessoas e tinha um sentido para a sociedade. Quando  assistia na televisão os programas religiosos, não encontrava nada  do que se falava de deus e si em dinheiro e riqueza.
O primeiro abandono de Deus na infância foi quando reconheceu que  as pessoas estão prisioneiros das religiões. Depois vieram os questionamento s sobre deus e o amor. Se um quer dizer o outro, por que seu pai desdenhava da fé da sua mãe ? Qual a razão do pastor na televisão dizer que ele e o deus dele eram o certo ? Então descobriu: Sem fé, não haveria deus ou inferno. Nem possuiria o medo e poderia fazer tudo em liberdade. E cada descoberta, Paulo guardava em silêncio as revelações para se fazer um pessoa originalmente sem amém.


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Amizade de Domingos




 
As tardes de domingos são provocadoras de medos. Ninguém sabe ao certo como explicar a angústia que se instala nas horas que fazem o entardecer dominical, assim também seria a amizade. Os domingos e as tardes dentro deles tornam-se tediosas e sem beleza. Se pudéssemos parávamos o sol no céu ou fazíamos os relógios girarem em antihorário.

O domingo começa com preguiça e estar para o descanso e ócio, ninguém imaginaria que amizade pudesse acontecer por causa dele ou nem que haveria o reverso de disso: brigas e juras de ódios.

Já era final de tarde no domingo e um sentimento gerador invadia as pessoas, certa angustia se instalava por ser o antecedente do dia de estudo e trabalho. A amizade iria transformar a constatação de que o domingo a tarde merece o encontro com os amigos.

No entardecer e descanso, sábato resolveu sair com a bola de vôlei, primeiro pela rua onde mora e depois rumou em direção ao parque da cidade. Bola de lado e aparelho de som no ouvido. Segundo como sempre já se encontrava na quadra esperando os demais meninos acabarem o jogo. E em pouco tempo iria embora para casa.

O parque era uma área verde com árvore, trilhas, bancos e quadras esportivas. Poucas pessoas freqüentavam o parque naquele momento para presenciar a construção da amizade. Sabáto treinava com a bola de vôlei a mão esquerda e ouvia música, por acaso percebeu que a bola de futebol bate-lhe perna de forma violente a lhe descontrolar sua posição.

Segundo com um chute incomum, lançou a bola fora da quadra e atingiu o rapaz na área de vôlei. As coisas se misturaram na hora da devolução e assim bola para frente, pois se iniciava uma duradoura e forte amizade.