domingo, 23 de outubro de 2011

Macaíba: Está em nossas mãos


 





Está em nossas mãos

Sempre esteve

Está em nossas mãos
Em nossas mãos
Está tudo lá em nossas mãos
Está tudo lá em nossas mãos



Porque está em nossas mãos
Está em nossas mãos
Está tudo lá
Está em nossas mãos




Chega de olhar

Está em nossas mãos

Sempre esteve
Está em nossas mãos

(It's in our hands, Björk )









Muitos profissionais vivem da voz: (...) Mas são as mãos, as responsáveis pela maioria das profissões. Sem essa parte do corpo, muitas ocupações não existiriam. O que seria da indústria e da tecnologia, da pintura, da escultura, da arquitetura e etc.

As mãos, (...) , são preciosas para acalentar o bebê, dar carinho, abraçar, apertar as mãos como forma de amizade, para falar com surdos-mudos e para dar prazer. 

(...) Juntar as mãos e viajar. Junte as mãos a de outro, ou a de outros. Mãos, sílaba final de irmãos. 

( Edson Pereira, obanquetedeedson.blogspot.com )

sábado, 22 de outubro de 2011

A tarde de Sábado

Sábado, finalzinho de tarde em Macaíba. Um pouco tranquila e quente.  Parece possuir algo de particular para quem gosta daqui e para quem não: nada demais. Motocicletas e carros buzinam enquanto pedestres escorregam pelas ruas em direção as calçadas; as pessoas entram e saem das lojas num frenesi menor do que foi a manhã; jovens conversam em grupos; risos e olhares se entrecortam. Carrinhos de cachorros-quentes, batata frita e outras iguarias começam a funcionar ativamente exalando cheiros. Donas de casa carregam  entre os dedos gordos as sacolas,  caminham e conversam também animadas. Tudo rotina, mas não é monotonia. Ônibus  levam passageiros para Natal, a noite ainda nem começou. Na Capital vai ter festas animadas, aqui também. Em ruas simpáticas há cadeiras espalhadas nas calçadas. Uma ou outra árvore com sombra e sossego, ainda se ver crianças  a brincarem. Homens com bebês nos braços tornam-se suntuosos; há taxistas comentando o resultado do futebol. Moças se encontram e se abraçam e conversam enquanto ajeitam os cabelos. Um grupo prepara a igreja para um casamento, a ornamentação está cheias de flores. Por uma rua transversal passa um carro de som anunciando logo mais a festa.  As luzes dos postes já estão acessas. O fim da tarde de sábado em Macaíba é misterioso por parecer simples, um pouco nostálgicos nesses dias antes do verão; por parecer uma transição. Um bêbado mal se lembra que é Sábado e que a vida segue infinita nessa parte do Brasil.


domingo, 16 de outubro de 2011

As árvores sagradas da cidade


Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas, 
Vencedoras da idade e das procelas...
( Olavo Bilac)





Árvores! 
Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa! 

( Florbela Espanca)





Por estranho que seja, por familiar que pareça...
as árvores nunca escondem encantamento.





Cada árvore é um ser para ser em nós

Para ver uma árvore não basta vê-la
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada


À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses



António Ramos Rosa

sábado, 15 de outubro de 2011

Diário de Educador no dia dos professores


Hoje, dia do professor, sai duas vezes pelo Centro da cidade.  A primeira vez foi de manhã cedo e a segunda ocorreu no final da tarde, em ambos foram feito de maneira rápida. De manhã a cidade estava lotada de gente indo as compras semanais, dia feira livre. No final da tarde, menos movimentada mas com gente ainda indo as compras nos supermercados. A maioria das pessoas em Macaíba sabem quem eu sou e o que faço: Sou educador, em outras palavras: Professor. Nesses dois momentos encontrei com vários estudantes, funcionários e ex-estudantes e amigos. Todos me saudaram com um bom dia ! boa tarde ! Mas acho que faltou algo.
Uma estudante teve a capacidade de lembra-se da falta. Hoje era o dia do professor e por isso, me cumprimentou dando os parabéns.  Encontrei o esposo de uma professora amiga minha e falei: mando meus parabéns para ela. O homem ficou com um ar pensativo e emendou: De quê? Respondi: Dia do Professor. Outra situação inusitada foi quando levei um livro de presente para uma amiga. Quando cheguei a casa, a própria ainda estranhou aquele pacote em minhas mãos.
Nos horários que estava vendo televisão percebi a ausência da lembrança. Nenhum comercial ou se quer nenhum programa lembrou que hoje era o dia do professor. Tempos atrás, o governo colocou um comercial onde gente de diferentes países diziam que a pessoa mais importante para transformar a sociedade foi e é o professor. 
A partir disso fiquei reflexivo sobre as experiências e os discursos dos cidadãos sobre a tal valorização da educação que todos tanto comentam. Principalmente quando a pessoa se sente chamado a ser educador. Não vou comentar dos professores-mercenários que existem em toda e qualquer instituição de ensino.  Conclui que as pessoas ainda não estão conscientes do real papel da educação na vida social, tanto da parte de quem vive da educação como quem depende dela. Ou apenas comentam a importância da educação como cumplicidade com os demais que falam a mesma coisa; Apenas sabem que é importante a escola como instrumento de transformação das pessoas e que o “professor” é o principal agente desse processo. Mas, nem conseguem entender que quando falta educação ( termo no sentido amplo) sobre problemas sociais graves.
Escrevo isso não só pelo fato de ser um profissional na área de educação e querer que todos me saúdem com reverências, mas por percebe como as pessoas caminham de forma inconsciente e coletiva se notar que a estrada que damos esses passos nos leva a um abismo. Estamos perdendo a capacidade de ver no conhecimento e condição de adquirir o saber algo que nos faça mudar o rumo dessa história. Alguns começa a abrir os olhos e ver a realidade de maneira clara.  Recentemente uma estudante disse uma coisa que revelou o que eu quero como educador.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Em Mãos de Meninos e Meninas

Selecionei fotos de mãos de crianças para hoje. A intenção é buscar reflexões relacionadas a Macaíba e suas crianças seguem versos de poetas...




...Adoro
as lembranças
amargas 
e doces
assim como
amo as crianças, 
as andorinhas
e as flores.
(Auta de Souza)



Não sei se elas me compreendem.
Nem sei eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade
Esta nelas e em mim.
(Alberto Caeiro)





O mosquito escreve

Já não é analfabeto,
Esse inseto,
pois sabe escrever seu nome
(...) escrever  cansa,
Não é criança?


( Cecilia Meireles )



Na friez de uma lousa,
o arcanjo
não queima as asas. ( Auta de Souza)

Vinha trazer às rosas
o primeiro beijo do Sol,
nessa manhã tão fria!
Um dia foi-se
e não voltou... ( Auta de Souza)


sábado, 8 de outubro de 2011

PoeMACAÍBA





Da minha aldeia vejo quanto da terra
Se pode ver no universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande
como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
 E não do tamanho da minha altura.
 ( Fernando Pessoa )


Nossa tragédia é que não temos o mínimo de auto-estima 
( Nelson Rodrigues )




...Está em toda parte. 
( Guimarães Rosa)




É meu abismo.
Nela eu me perco
Sua tanta dor me deixa
Surdo e cego. 
( Ferreira Gular )





Pintar o próprio chão 
se tornar universal. 
( León Tolstói )




 

domingo, 2 de outubro de 2011

As galerias nas ruas de Macaíba

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz...Amiúde!
Rua Heráclito Villar


















 

Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas...


Tabu
Totem
 O todo....e a parte
            







Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe  Um grão-vizir...



Na pista de Skate


No beco do mijo
Prá sempre fui acorrentado no seu calcanhar...

Não vou me sujar
largo da Igreja
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom...





Galeria Fechada.
No mais estou indo embora! No mais estou indo embora! No mais estou indo embora! No mais!...


Chão de Giz ( Zé Ramalho)