Podemos identificar nos grafites a estigmatização de várias ordens destinadas para a prática sexual. Para Goffman(1975), a definição de estigma será dada numa relação em que são atribuídos comportamentos e expectativas que revelem a pessoa com defeito e não vista como “normal”. Assim, a pessoa estigmatizada e normal está em um comunicante processo social das condutas.
Quando as pessoas escrevem uma mensagem assumindo o seu desejo sexual, elas estão conscientes que veiculam uma linguagem, manipulada por elas e isso leva a pensarmos que o estigma está no discurso das mensagens deixadas nos banheiros. Já aqueles que respondem condenando ficam numa perspectiva de normalidade. As manifestações desses estigmas serão feitas pelas duas perspectivas segundo Goffman( 1975) entre normal /estigmatizado e estigmatizado/estigmatizado. A visibilidade do estigma nas mensagens servem para comunicar à pessoa quem possui o estigma e a transmissão dele. Fizemos os agrupamentos das mensagens por atributos que são revelados em suas maneiras de exporem pelas informações escritas.
As mensagens são inicialmente reunidas como um todo, depois classificadas de acordo com o interesse da pesquisa, isto é, pelo banheiro onde se encontrava e o Setor de aula. Agora estão organizadas no sentido de constatar a manifestação das práticas sexuais através dos estigmas que só aparecem nos discursos dos grafites sob forma de deboche, zombarias e brincadeiras. Alguns grupos são apenas constitutivos do corpo da catalogação das mensagens, sem nenhuma implicação aparente com a teoria do estigma de Goffman (1975).
Em banheiro público, podemos constatar uma porta específica, onde são colocadas as mensagens, embora existam casos de certos banheiros em que o grafite se generalizou por todo o ambiente. Isto ocorre pelo fato de a mesma cabine onde está a porta com mensagens, ser a mais utilizada pelas pessoas. No momento em que usa a cabine, a pessoa é capaz de ler as mensagens, observar os desenhos e perceber os enfoques de cada grafite.
Os diálogos através dos grafites criam uma relação com os habitués. Uma mensagem gera uma repercussão entre eles mesmos, desencadeando várias respostas com outros teores, reforçando ou acrescendo a mensagem. Percebemos a ligação de quem escreve com que lê e com quem responde. São frases anônimas, porém conhecidas e ligadas por seu poder de impacto e repercussão. A linguagem e o humor são condições primordiais de todos os grafiteiros. O poder de em poucas palavras e com uma frase gerar um tom anedótico é uma característica comum. Os desenhos são feitos a parte da mensagem, quase nenhuma mensagem tem alusão a um desenho ou símbolo que está na porta.
Os grafites com desejos eróticos quer seja as preferências “ativo ou passivo”, práticas sexuais em grupal, relações sexuais entre homens e com mulher, entre outras, intensificam os contatos e a aproximação entre os habitués atentos aquelas mensagens. Os grafites sexuais tornam-se elementos para uma sensualidade construída de um objeto alcançado pelo ler e sempre fantasiado que estabelece no costume de ir a procura de práticas sexuais.
O agrupamento e a complementaridade permeiam o grafite sexual. Algumas mensagens englobam duas possibilidades nos atos sexuais e ainda uma terceira possibilidade, ou seja, pode ter a prática sexual diferente do que até então exercia. Portanto, não podemos definir a prática sexual de modo “essencialista” e naturalista a partir das relações ativo e passivo. São gradações que engendram a sexualidade, não a prática sexual. Da mesma forma, analisamos as identidades sexuais cujo processo de vivência está ligado à pessoa ao longo de sua vida, pois o mesmo constrói e reelabora sua identidade sexual ao longo da convivência com os outros. Verificaremos nas mensagens as possibilidades de atos sexuais em grupo com homens e mulheres.
Podemos observar que as mensagens escritas usam expressões populares como meio de expor quais as pessoas preferidas para o encontro sexual. Os grafites sexuais do tipo ativo e passivo podem ser entendidos a partir do estigma de quem assume a condição de que dá (o receptor) e aquele que e´possuidor. Necessariamente, nesse grupo de grafites, não só se assume a preferência exclusiva por ser passivo e ativo na prática sexual, mas de ter uma escolha que de acordo com a forma e as circunstâncias do encontro, a própria inversão em que se inscreve a relação sexual, possa mudar o princípio do ato.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
terça-feira, 13 de outubro de 2009
PROTEUS
Não tenho certeza quanto a descoberta do amor na vida, do sentir-se amado ser necessariamente uma condição boa ou de ser amado e correspondido como algo delicioso. Amar é um tormento,uma construção dolorosamente expecional cada vez que amo. Casar o meu sim com não do outro é dificil. As pessoas comentam o contrario disso, dizem que amam tranquilos e em paz com referencia as proprias experiencias. Mas, percebe-se por vezes solitariamente amando e noutras pior ainda, na dualidade de ambos os envolvidos se perguntando: E agora? Embora haja outras pessoas envolvidas na relação: parentes, amigos e etc e tal coagindo para manter a relação.O amor se perde.
Quando se ama, no meu entender, os sentimentos são levados ás mais "dificeis ginásticas" existenciais.Questionamentos implacaveis sobre o objetivo da vida e outras situações embaraçosas. Vexames em publico, fica-se mais sensivel aos acontecimentos.
Primeiro, aceitar o "amor" gera ansiedade que começa a se espalhar pela vivencia quando ele invade violentamente tudo igual ao vento que invade um quarto e apaga uma vela e escancara a porta encostada. Ama-se no escuro e com o ar circulando. TEm que ter capacidade de sublimar e transfigurar em arte esse desejo recolhido. Depois querer ser amado e correspondido na mesma medida, se é que há medidas para isso. Então, já se foi meio mundo de sono perdido, doses cavalares de remedios contra dor de cabeça e por ai se vai, até o sim do outro ser amado.
Menos complicado e indefinido do que caos amoroso no outro: palavras viram metaforas, assombrações se reencarnam nos gestos, pensamentos emergem sem mais nem menos...Confunde-se amor por amizade, rótulos apenas, amor ou humor...Já não há limites e fronteiras estabelicadas. Álias, cada vez que amamos alguém nossos parametros são refeitos.
A experiencia de amar é tão especial para nós e para o mundo que vivemos, pois sem elas não saberiamos dimencionar sempre a vida coletiva. Aguentar a rotina diaria e projeta-se para o futuro realizando os objetivos que queremos e que agora são importantes porque amamos.
Quando se ama, no meu entender, os sentimentos são levados ás mais "dificeis ginásticas" existenciais.Questionamentos implacaveis sobre o objetivo da vida e outras situações embaraçosas. Vexames em publico, fica-se mais sensivel aos acontecimentos.
Primeiro, aceitar o "amor" gera ansiedade que começa a se espalhar pela vivencia quando ele invade violentamente tudo igual ao vento que invade um quarto e apaga uma vela e escancara a porta encostada. Ama-se no escuro e com o ar circulando. TEm que ter capacidade de sublimar e transfigurar em arte esse desejo recolhido. Depois querer ser amado e correspondido na mesma medida, se é que há medidas para isso. Então, já se foi meio mundo de sono perdido, doses cavalares de remedios contra dor de cabeça e por ai se vai, até o sim do outro ser amado.
Menos complicado e indefinido do que caos amoroso no outro: palavras viram metaforas, assombrações se reencarnam nos gestos, pensamentos emergem sem mais nem menos...Confunde-se amor por amizade, rótulos apenas, amor ou humor...Já não há limites e fronteiras estabelicadas. Álias, cada vez que amamos alguém nossos parametros são refeitos.
A experiencia de amar é tão especial para nós e para o mundo que vivemos, pois sem elas não saberiamos dimencionar sempre a vida coletiva. Aguentar a rotina diaria e projeta-se para o futuro realizando os objetivos que queremos e que agora são importantes porque amamos.
domingo, 4 de outubro de 2009
Coloquios
Gostaria de inicio dizer algumas palavras acerca dos coloquios que realizamos nesses IV anos de existencia. No primeiro colóquio do Colégio Equipe, havia uma certa experimentação sobre o mesmo. Ficavamos imaginando o que dizer a todos os alunos presentes: algo que pudesse atingi-los como mensagem e nada "conteudista curricular" das materias, isso não é tarefa fácil. E é exatamente neste sentido que iniciamos o colóquios.
A principio, fomos tomados por uma sensação e função de modificar a maneira de pensar e agir na sociedade. Aguardamos a cada coloquio feito...e vimos os resultados nos anos posteriores: de forma indireta os alunos perguntavam sobre o tema do proximo ou refletiam sobre questões expostas: a cidadania, a ética, saude e as mudanças sociais. Ou seja,o coloquio deixou de ser uma conferencia e passou a ser assunto diário dos nossos estudantes. Podemos está em aula, no intervalo, na hora da saída e da chegada conversando sobre nossas vidas. O importante é estarmos juntos e pensando sobre a nossa cidade. O interessante é termos um estado de espírito voltado para a amizade solidária e que busque o conhecimento que liberte-nos dos nossos problemas sociais.
Nesse pequeno relato sobre o coloquio, peço licença aos demais professores que me ajudaram a construi-los ao longo dos anos, e convidar a todos os que me leem para que sejamos filósofos, assim como foram os gregos antigos que discutiam e celebravam a vida de forma artística e dionisíaca o conhecimento, que viviam tramas e tragédias sociais mas se espelhavam sempre nas idéias de força, beleza e liberdade e transformavam suas dores e alegrias em obras de artes. Para isso tinha a função a educação e arte na Grécia antiga. Eles que desde a infância eram educados para o esplendor da vida corpórea, intelectual e artística. Assim, imitá-los para se tornar inimitável e que cada um seja um grego ao seu modo.
Nós e os gregos temos coisas em comum quando entramos na escola. Devemos nesses colóquios cultivar a arte de falar bem, de viver bem e de saborear o prazer de estarmos vivos e sem culpa, assim como viveram na Antiguidade o povo de Atenas.
A principio, fomos tomados por uma sensação e função de modificar a maneira de pensar e agir na sociedade. Aguardamos a cada coloquio feito...e vimos os resultados nos anos posteriores: de forma indireta os alunos perguntavam sobre o tema do proximo ou refletiam sobre questões expostas: a cidadania, a ética, saude e as mudanças sociais. Ou seja,o coloquio deixou de ser uma conferencia e passou a ser assunto diário dos nossos estudantes. Podemos está em aula, no intervalo, na hora da saída e da chegada conversando sobre nossas vidas. O importante é estarmos juntos e pensando sobre a nossa cidade. O interessante é termos um estado de espírito voltado para a amizade solidária e que busque o conhecimento que liberte-nos dos nossos problemas sociais.
Nesse pequeno relato sobre o coloquio, peço licença aos demais professores que me ajudaram a construi-los ao longo dos anos, e convidar a todos os que me leem para que sejamos filósofos, assim como foram os gregos antigos que discutiam e celebravam a vida de forma artística e dionisíaca o conhecimento, que viviam tramas e tragédias sociais mas se espelhavam sempre nas idéias de força, beleza e liberdade e transformavam suas dores e alegrias em obras de artes. Para isso tinha a função a educação e arte na Grécia antiga. Eles que desde a infância eram educados para o esplendor da vida corpórea, intelectual e artística. Assim, imitá-los para se tornar inimitável e que cada um seja um grego ao seu modo.
Nós e os gregos temos coisas em comum quando entramos na escola. Devemos nesses colóquios cultivar a arte de falar bem, de viver bem e de saborear o prazer de estarmos vivos e sem culpa, assim como viveram na Antiguidade o povo de Atenas.
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