sábado, 26 de abril de 2014

sarau de Abril


O marginal berra feito
Já o poeta fala palavras marginais.
Os dois estão à beira
Do Abismo amoroso e do caos instituído.
poesia.
São amados
como os cachorros vira-latas.
Preferem a putaria por opção.
Têm feridas e cicatrizes.
Não saram e sempre sangram.
São delas suas inspiração
Para malandragens.
O poeta é marginal,
o marginal não e considerado poeta.
se é, não sabe..
Brinquedo do cão sabia
Fazia das duas na sociedade espetáculo.
Poetas e Marginais correm pelas ruas podres.
O marginal vem e o poeta, agora, grita.
Vão comer o pão que o diabo amassou,
deus cozinhou e o cidadão pisou.
O poeta mata um leão a unha e versos.
Todo dia se mata um marginal.
Vai virar papa.
Dorme no chão, não há paz e nem governo
nesse mundo cão.
Ninguém que Justiça.
Nem heróis.
Poetas e Marginais estão ensinando
A mim, a você e a deus.









terça-feira, 1 de abril de 2014

Sarau de Março

Letra a letra.
 Palavra por palavra. 
Frase.
Frases.
Choveu poemas. Escorregamos nos riachos. 
Rio dentro de nós. Ficamos em volta do lago. 
Mar que nos afaga.
Molhamos ritmos, afugentamos as rimas mono sonoras.



 Tédio ou alegria ao ver a chuva da janela, encharcamos as roupas com poemas. As fontes de nosso Rio Grande, sem Norte. Nunca mais o estio. Nesse sarau, a poesia agiu como se fosse a força e a energia das águas. Chuva, Correnteza. Maré. Dá água viemos, para a água retornaremos. Estendemos nos varais as poesias. Antes lavamos elas com palavras e salivas. Peça a peça. E em garrafas mudamos um pouco. Dá água para o vinho.