sábado, 24 de setembro de 2011

Macaíba passada em versos de Cecília Meirelles.


Retrocedem os tempos tão velozes [...] falam de Ninfas e Metamorfoses. 
 O passado não abre a sua porta

e não pode entender a nossa pena.

Mas, nos campos sem fim que o sonho corta,[...] 

[...] Tudo em redor é tanta coisa e é nada:
 A memória é também pálida e morta
sobre a qual nosso amor saudoso adeja.[...]

vejo uma forma no ar subir serena: vaga forma, do tempo desprendida.[...]

A paz, as crianças e as armas

Essa semana uma notícia não me saiu da cabeça: A tragédia do menino de 10 anos que atirou na professora e depois se suicidou. Fatos semelhantes já aconteceram e irão acontecer, mas fica a pergunta será que não temos como evitar isso ? Li várias reportagens sobre o ocorrido com comentários que especialistas e lembrei-me de outro semelhante que houve mais próximo a mim. Ha alguns anos atrás, duas adolescentes saíram da escola e foram a casa de um tio delas. Como não havia ninguém, a "adolescente sobrinha" resolveu mostrar o revolver para a amiga, dai veio a fatalidade. A arma foi disparada e matou a amiga. Até hoje, ambas as famílias tentam reconstruir suas vidas e colocá-las no  rumo normal. A adolescente que disparou a arma nunca mais foi a mesma, teve depressão e saiu da escola, a família mudou-se e foi morar em outra cidade. O fato caiu no esquecimento dos outros, mas a cicatriz continua. Mas, voltando ao caso recente, análise de todos os tipos de como isso acontece sempre aparece, umas para camuflar a situação e outras para provocar um debate maior.  Alguns questões ainda não foram esclarecidas devidamente e se forem, não mudaram o que já é realidade. Guardar a arma num lugar e as balas outro lugar não evitaria a tragédia?
A problema é bem mais complexo e amplo do que podemos imaginar. Temos que assumir a responsabilidade de   mudarmos a ideia de que a dor dos outros é apenas deles. Estamos vivendo num período de soluções imediatistas para problemas bem mais profundos, pois não queremos raciocinar sobre outros ângulos o tema da violência que vem se "naturalizando" dentro do nosso cotidiano.
Evidente que a sociedade brasileira foi construída com violência em cima de negros e índios, com brutalidade nos mais pobres e todos o tipo de opressão. A violência se instalou de maneira silenciosa no nosso dia a dia que  nem somos capazes de pensar em viver sem ela. Só vermos os programas sensacionalistas que dominam a televisão brasileira. Um policial me convenceu com argumentos simples porque não devemos ter armas em casa. Um policial tem o cotidiano cheio de momentos onde ele usa a arma com o bandido. Por sua vez quem faz assaltos e comete crimes também sabe manusear um revolver mais do que alguém que compra uma e espera um dia usá-la num certo dia. 
Podemos desconstruir a tola ideia de ter uma arma em casa para dar mais "segurança" ao lar e evitar mais acidentes, envolver mais as pessoas e instituições na campanha de desarmamento, uma educação pacífica entre crianças e jovens que estão mergulhados em em filmes e jogos eletrônicos violentos. Essas dores silenciosas e esquecidas daqui a pouco devem se reverter em maneira de pensarmos coletivamente a nossa vida, o que queremos e como podemos mudar essas tragédias anunciadas. Transformar a dor em experiência que sirvam de amadurecimento para uma sociedade sem arma e sem violência.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A bola de meia

Como um menino igual aos outros, gostar de futebol. Sempre quando sai de casa ao comércio, ficava de olhos grudados nas vitrines vendo  as bolas. A veneração atiçava a criação de ser  jogador de futebol. Assim foi possível transformar os objetos não redondos serem bolas de futebol. Sem opções de lazer e cultura, o jeito foi inventar algum passatempo para a vida. Passes, chutes, dribles e chutes novamente eram ensaiados sozinho e em qualquer lugar como um teatro. Das Tampinhas de refrigerante as bolas de papel, tudo virava uma especie bola.  Vendo isso com carinho e ao mesmo tempo com piedade, a mãe foi criativa. Juntou panos velhos e confeccionou uma bola feita com meia. Deu o último nó da costura e chamou o filho. O menino quando chegou perguntou o que era e a mãe sem dizer uma palavra mostrou-lhe o presente.
Agora a alegria girava pelos pés. Na calçada, onde um poste servia como trave, meninos de todos os tipos, corriam de um lado para outro. Os pés descalços sofriam quando erravam-se a pontaria, mas valia apena ter a meia bola. A vida ganhava novo significado e pulsação por causa da bola e dos amigos.
Não se sabia explicar com palavras a emoção da vitória ou o desencanto da derrota do jogo. O grito de gol  era  um momento eternizado com abraços aos amigos do mesmo times. E os times...os times eram compostos no impar ou par. A partir daí, o jogo tinha um tempo ou durava  até o primeiro gol. A discussões sobre falta, penaltis e gols aumentava o calor da partida. Aquele bando de meninos se preparavam como brasileiros para viverem as regras maiores da vida. Noutras ocasiões o importante era a coletividade, a turma reunida antes e depois da partida. Em certos anos, todos de verde e amarelo torcendo pela seleção, querendo ser igual ao jogador na hora do hino nacional. Alguns meninos tinham até nomes de atacantes famosos. O centro daquela alegria era a bola de meia com elevação de bola oficial dos meninos da rua na categoria de coração de todos.

domingo, 11 de setembro de 2011

RABISCOS SOBRE MUROS





Macaíba no 11 de Setembro

Enquanto os americanos se escondiam por causa dos atentados as torres gêmeas...

Em Macaíba, se encerrava mais uma tarde de domingo...

Pelas ruas, avenidas e vielas...


Pelos cruzamentos e becos...
Para onde foi o povo dessa cidade ? Uma cidade se faz com gente morando, andando e vivendo nela. Deixem os americanos com seus grilos e medos. Vamos invadir nossa cidade até nos domingos.