sábado, 5 de outubro de 2013

A cidade vítima



 É fútil viver em Macaíba.
Jovens vivem por banalidade.
E morre em estado de barbárie.
Quer seja na cidade Auta.
Quer seja na baixa.
O açoite do revolver, o fogo do cano.
Novo capitão do mato urbano.
A dor é dos outros. A minha ainda não chegou.
Já são sessenta e oito.
Chegaremos a cem?
Passaremos os duzentos?
A vida é fútil em Macaíba.
são ceifadas aos vinte um, doze e dezessete.
São mudas.
Como um caroço grosso dentro da garganta.
Uma semente oca que não germina.
Não, não, não é a cidade do medo.
É da próxima vítima.
A vida é fútil em Macaíba.

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