sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sepulcro

Macaíba, seus galhos dão sombra
Que descansam debaixo um ventre assassino
Numa gestação silenciosa e lenta.

Árvore gravida das mortes.
Só caem frutos nas ruas
De pedradas ou tiros.

O rei fará uma coroa
De espinhos que se encontram
por todo corpo
E vai colocar em cada um morador.

Do caroço dessa planta
é feito nosso caixão
enterrado em qualquer canto
Onde um dia de primavera
bortaremos diferente.

( Para Magno Márcio )

Guerra Particularmente nossa.

Sempre que a notícia era de uma tal "guerra civil" ou atentado terrorista em lugar distante. Eu ficava imaginando as pessoas comuns e como era as vidas delas. E ver o repórter falando no meio de tudo o que sobrou, impávido., era um sufoco só. Sentia a garganta presa e aquele homem friamente dentro da TV. Pensava sozinho...com ir a escola e ter uma bomba ou tiroteio no meio do rua ? Acreditava que isso era distante da minha realidade cotidiana e pensava comigo mesmo: Como eles conseguem viver nesse lugar ? Alguns estrangeiros também dizem o mesmo de nós. Como o brasileiro aguenta viver nesse caos ? E até imaginava que não se dormia com o desassossego. Hoje, posso rever esse conduta que tive: eu e os outros. Agora, somos NÒS. Acredito que não vivo situação igual e nem quero ser alarmista, aqui não é lá e lá não é aqui. Mas nos aproximamos em desgraça e medos. A qualquer momento uma bala e a barbárie de uma civilização que se construiu no sangue e na violência. Não somos "da paz". Basta ver a atitude dos nossos representantes nos últimos dias...Rio de janeiro, Censura numa audição pública ao povo e por ai vai. As guerras surgem por uma razão e a nossa é por falta de razão. É isso.