segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Macaíba, uma árvore invisível.

Macaíba quase não tem uma ação gestão pública para a preservação das suas áreas verdes, embora seja um dos maiores territórios da região metropolitana e possuir mangue, mata atlântica e caatinga, aspecto singular do município entre os demais do Rio Grande do Norte. O que sabemos de fato é que uma ou outra escola distribui mudas durante a semana da árvore ou um programa esporádico de plantio de mudas municipal. Não podemos continuar crescendo sem o cultivo de árvores no perímetro urbano e tão pouco proteger as áreas verdes ainda existentes. As árvores são necessárias para o meio urbano por amenizar as temperaturas, umedecer o ambiente e reduzir os poluentes atmosféricos, além de diminuir a poluição sonora. Ou seja, exerceremos mais a nossa cidadania e o futuro de cidade quando relacionarmos ela diretamente ao cultivo e cuidado de árvores espalhadas pelas ruas e estradas e a preservação ambiental.
Primeiro, quero levantar alguns pontos sobre a arborização e a diminuição dos espaços verdes no perímetro urbano e como iniciativas públicas e particulares podem ajudar a rever esse quadro e ainda colaborar na qualidade de vida da população.
É curioso notar que o município recebe o nome de uma árvore e quase não existir Macaíba nos espaços públicos. Um pouco contraditório. Vale ainda ser ressaltada a presença do baobá, na estrada do colégio agrícola. De origem africana, a árvore é uma referencia sentimental entre os cidadãos que cruzam a estrada diariamente. Outra curiosidade é sobre Auta de Sousa ter versos sobre o jasmineiro plantado pela própria, ou seja, percebemos nesses exemplos que as árvores fazem parte da historia da vocação da cidade para árvores e defender as mesmas se torna necessário.
            Recentemente foi iniciado um programa municipal arboriza Macaíba, na tentativa de plantio em praças da cidade. Uma breve leitura do projeto demonstra que somente planta-las não se resolve a questão. Sair por ai colocando árvores e sem se quer revelar quem fará a manutenção das espécies que ficaram sujeita a morrem com o tempo pode ser perda de tempo, outro que merece o devido cuidado e manutenção é o mangue que cruza o rio Jundiaí. Ele continua sendo deposito de lixo e retiradas árvores de grandes portes.
Nos últimos anos, o desmatamento para fins imobiliários e de estacionamento tornaram-se constante, Recordo que ao lado da Igreja Matriz havia uma praça com bancos e até uma fonte, e foram destruídos totalmente. Hoje funciona como estacionamento de carros durante a semana. Outro exemplo que está ocorrendo de forma silenciosa é no terreno ao vizinho a Escola Estadual Dr. Severiano. Uma área verde com espécies de Mata Atlântica que ficou por anos naquele local e agora está desmatada e será um espaço para loteamento comercial.
Observe as repartições públicas municipais e estaduais e veja quantas tem nas calçadas árvores, o mesmo ocorre com as grandes empresas comerciais e industriais da cidade. Quase nenhuma árvore se encontra em seus perímetros. Desses lugares deveriam vim o exemplo de cuidado com as arvores.
            Outros exemplos de descasos: o poço do eco e a lagoa das pedras. Ambos possuem condições para arborização e cuidado e estão esquecidos de qualquer tipo de ação da gestão municipal.  Recentemente, amigos fizeram a limpeza dos locais por iniciativa própria.  
No sentido centro – periferia nota-se que quase não existem árvores nas ruas da área central e na periferia, há uma presença maior delas nos quintais. Muitos terrenos publicos ociosos poderiam se transformar em hortas comunitárias. No centro de Macaíba, há as praças onde o cuidado e manutenção fica sobre a responsabilidade das pessoas do entorno.

Assim, o incentivo de plantar árvores nas calçadas por meio de desconto no IPTU de forma progressiva e um inventário de quantas árvores existente seriam os primeiros passos para a preservação das espécies e ajudariam a diminuir a carência de árvores nas vias centrais. Um horto municipal torna-se necessário para administrar a gestão de arvores e o meio ambiente na cidade. Não podemos ir adiando essa necessidade diante das outras demandas sociais, ela podem e devem caminhar juntas para que possamos ter uma cidade melhor.