Macaíba quase não tem
uma ação gestão pública para a preservação das suas áreas verdes, embora seja
um dos maiores territórios da região metropolitana e possuir mangue, mata
atlântica e caatinga, aspecto singular do município entre os demais do Rio
Grande do Norte. O que sabemos de fato é que uma ou outra escola distribui mudas durante a semana da árvore ou um
programa esporádico de plantio de mudas municipal. Não podemos continuar
crescendo sem o cultivo de árvores no perímetro urbano e tão pouco proteger as
áreas verdes ainda existentes. As árvores são necessárias para o meio urbano
por amenizar as temperaturas, umedecer o ambiente e reduzir os poluentes
atmosféricos, além de diminuir a poluição sonora. Ou seja, exerceremos mais a nossa
cidadania e o futuro de cidade quando relacionarmos ela diretamente ao cultivo
e cuidado de árvores espalhadas pelas ruas e estradas e a preservação ambiental.
Primeiro,
quero levantar alguns pontos sobre a arborização e a diminuição dos espaços
verdes no perímetro urbano e como iniciativas públicas e particulares podem
ajudar a rever esse quadro e ainda colaborar na qualidade de vida da população.
É
curioso notar que o município recebe o nome de uma árvore e quase não existir Macaíba nos espaços públicos. Um pouco
contraditório. Vale ainda ser ressaltada a presença do baobá, na estrada do
colégio agrícola. De origem africana, a árvore é uma referencia sentimental
entre os cidadãos que cruzam a estrada diariamente. Outra curiosidade é sobre Auta
de Sousa ter versos sobre o jasmineiro plantado pela própria, ou seja, percebemos
nesses exemplos que as árvores fazem parte da historia da vocação da cidade
para árvores e defender as mesmas se torna necessário.
Recentemente foi iniciado um programa municipal arboriza Macaíba, na tentativa de
plantio em praças da cidade. Uma breve leitura do projeto demonstra que somente
planta-las não se resolve a questão. Sair por ai colocando árvores e sem se
quer revelar quem fará a manutenção das espécies que ficaram sujeita a morrem
com o tempo pode ser perda de tempo, outro que merece o devido cuidado e
manutenção é o mangue que cruza o rio Jundiaí. Ele continua sendo deposito de
lixo e retiradas árvores de grandes portes.
Nos
últimos anos, o desmatamento para fins imobiliários e de estacionamento
tornaram-se constante, Recordo que ao lado da Igreja Matriz havia uma praça com
bancos e até uma fonte, e foram destruídos totalmente. Hoje funciona como
estacionamento de carros durante a semana. Outro exemplo que está ocorrendo de
forma silenciosa é no terreno ao vizinho a Escola Estadual Dr. Severiano. Uma
área verde com espécies de Mata Atlântica que ficou por anos naquele local e
agora está desmatada e será um espaço para loteamento comercial.
Observe
as repartições públicas municipais e estaduais e veja quantas tem nas calçadas
árvores, o mesmo ocorre com as grandes empresas comerciais e industriais da
cidade. Quase nenhuma árvore se encontra em seus perímetros. Desses lugares
deveriam vim o exemplo de cuidado com as arvores.
Outros exemplos de descasos: o poço do eco e a lagoa das
pedras. Ambos possuem condições para arborização e cuidado e estão esquecidos
de qualquer tipo de ação da gestão municipal. Recentemente, amigos fizeram a limpeza dos
locais por iniciativa própria.
No
sentido centro – periferia nota-se que quase não existem árvores nas ruas da
área central e na periferia, há uma presença maior delas nos quintais. Muitos
terrenos publicos ociosos poderiam se transformar em hortas comunitárias. No
centro de Macaíba, há as praças onde o cuidado e manutenção fica sobre a
responsabilidade das pessoas do entorno.
Assim,
o incentivo de plantar árvores nas calçadas por meio de desconto no IPTU de forma
progressiva e um inventário de quantas árvores existente seriam os primeiros
passos para a preservação das espécies e ajudariam a diminuir a carência de
árvores nas vias centrais. Um horto municipal torna-se necessário para
administrar a gestão de arvores e o meio ambiente na cidade. Não podemos ir
adiando essa necessidade diante das outras demandas sociais, ela podem e devem
caminhar juntas para que possamos ter uma cidade melhor.
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