" O mundo se esvaziava de todo significado, tudo era oco.Tudo se ressecava. "
Sábado, fui para uma pequena confraternização de um amigo. Antes de chegar para o "petit comitê" já tinha me preparado para ver e ouvir pessoas com pensamento reacionário. Nada como um exercício de respiração e concentração. A decoração estava linda com motivos carnavalescos, música lembrando os carnavais passados e o distanciamento social das cadeiras e mesas junto com uma garrafa de alcool em gel. Algumas pessoas que chegaram usavam máscaras.
Na mesa que fiquei, alguns convidados mais tranquilos. Depois vieram dois tóxicos. Uma mulher que recebe pensão por ser filha de militar e um paulista que trabalha em Natal e que arrota vantagem por ser de São Paulo. Ele só falava vantagens da vida dele. Viagens, a casa duplex, o carro, a plástica de embelezamento facial. Já filha do militar falava uma narrativa de como o seu pai é prestativo, honesto e gente boa. Os dois começaram a falar do governo do Rio do Grande do Norte, entre um copo e outro de bebida. Diziam do desastre de não combater o COVID aqui. Pensei com os meus botões: O estado está sendo o primeiro na lista de melhor vacinação a conta gotas mandado pela governo Federal. O Paulista chegou a dizer que deveriam ter prendido a governadora. Ambos culparam o governo potiguar pelas mortes e pelo alto números de infectados no RN. Nenhum comentário sobre o governo Federal e a vacina. Nada sobre o uso de mascara. Fiquei consciente de que o fascismo não se desconstrói fácil, nem fácil será descontruído. Apenas disse que além do enfrentamento de uma pandemia temos a questão da governança por milicianos. Eles ficaram sem entender, pois se entre olharam-se e voltaram a conversar.
Nada demais, quando relaciono a gestão renovada pelo voto ao atual prefeito da capital pelo voto do natalense comum. Um prefeito que faz boicote contra a reunião do governo do RN e depois chama a mídia parceira para a entrevista. Zero de medidas contra a circulação do vírus. Mas, veja a classe media natalense entediada com a rotina de viagens a glamorização das galerias, para eles, as mortes por covid tem que se distantes aos olhos da mesma. Festa somente nos barcos em Maracajaú. Enquanto aos inumeros arrogantes de gente sudestina que vem aqui morar e cospem ou arrotam que de onde vieram era "sem comparação" com Natal. A vida segue nessa esquina do Brasil, sem empatia. Seca e Oca.
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