terça-feira, 8 de junho de 2010

ADÃO REVISTADO



Antes de nascer o mundo, já havia Adão e suas costelas do corpo que ele as acariciava feito um objeto sagrado e de prazer. Não ocorriam  histórias sucessivas para se terem na memória e além disso, cada noite se vivia igualmente a anterior. De vez enquando uma voz interior  aparecia na consciência mandava e  reprimia qualquer tentativa de desobediência, essa locução sabia que só podia controlá-lo por algum tempo. Era uma relação nada boa entre criador e criatura, esses papeis não eram tão claro assim. Adão levava a rotina monótona, sem diálogo ou crise existencial, tudo era bonitinho que sem qualquer sentido pudesse ir para o futuro. 
Certa vez, ele roubou o fogo da voz interior e aprendeu a controlar e queimar seu medo. Denominou os nomes dos animais e das paisagens da montanha,  da serra e  dos vales, enfim de tudo o que via ao seu redor. A voz  interior  tinha lhe dado novas técnicas para viver como uma forma de retomar a amizade com  ele e a costela. Entretanto, a solidão levou o primeiro homem  a pensar em suidicio por causa do tédio, queria os outros para conviver. Como disse o pensador: Os outros são o inferno.
Numa noite a costela sagrada foi retirada em sono como um roubo e uma forma de se vingar dele. Adão nem percebeu isso direito sonhava com os prazeres do seu corpo e especialmente da costela, os sonhos vagos que lhe perseguiam a noite e sua  tudo desencantou e ficou diferente. Eis a mulher com a sangria mensal e a história começou a se entorta para futuro infernal. A partir daí, a relação conflituosa entre a mulher (bendito ao fruto de sua costela) e a serpente, depois veio à existência da árvore que possuía o conhecimento. Adão nem pensava mais na sua costela...
Desfrute de tudo, menos daquela árvore no meio do jardim, do Eden dizia novamente a voz interior. Mas, errar é humano e desobedecer demasiadamente humano.  A fome de saber era maior e inevitável e leva as mordidas que eram dadas nas rosas como alimentos, agora tornavam-se constantes nas carnes e  se roí os ossos.  Debaixo da árvore, na sua sombra, Adão cortou com dentadas o conhecimento, sem ser um canibal selvagem, a surpresa maior está nas mordidinhas civilizadas do nosso Adão que num exercício mecânico conseguem separar as partes da fruta do conhecimento e alcançar o caroço saboroso por essência propriamente dita. 
O mastigar e misturar o que antes estava num só objeto e agora dividido, vemos o quanto os dentes civilizadamente são fortes na alquimia de nos enganar assim como gostou o primeiro homem em morder. Dividir as partes do conhecimento desigualmente feitas a mordidas educadamente de boca fechada e depois misturar  numa massa compacta o que julgo ser saber, eis a  tarefa dos caninos, molares e incisos para fazer com que compreendemos a vida educacional. Com  a saliva (como tem saliva na sala de aula) e  ajuda das arcádia superiores e inferiores, essa massa-conhecimento será engolida e feito energia e capacidade para ir mais, Adão consegui cospir.
Assim se perde a costela adquirindo um inicio de mundo  e se ganhou a fome de saber. Melhor dessa maneira, ter os desejos para serem satisfeitos do que tudo que lhe traga o vazio.  Morder o universo do que quer possuir e abocanhar, sentir os sabores, paladares e formas. A vida seria sem graça se houve só a costela e a ausência do querer.

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito texto, pois fala de uma parte muito interessante dos sentidos.

Kataline A.
Colégio Equipe

WadjaCardoso disse...

Costinhaa,Parabens vc com esse seu metodo de ensino pela internet,esta me ajudando bastante,
estava lendoo esse texto,e refleti muitoo,
Contine assim,vc esta de PARABENSS

G. Rafaelly disse...

De uma costela foi feita uma mulher, um bem muito importante para o homem naquele tempo, tirou Adão da solidão, de viver só, sem ninguém e sem nada...
Todos nós temos curiosodade das coisas, de aprender, pesquisamos, perguntamos, lemos, tudo isso pra descobrirmos coisas que ainda não é do nosso conhecimento, por isso que Adão provou do fruto proibido, porque ele tinha curiosidade de saber o que era aquilo...