quarta-feira, 9 de março de 2011

Björk ou como fazer som em tempo de tecnologias



Não é a maior cantora pop, cantora é pouco. O título de pop parece perigoso  para classificá-la. Isso fique com os devotos de Madonna ou Britney ou Beyoncé ou Gaga ou...Tão pouco é fácil de ser compreendida sua carreira, Björk é original no que faz quer seja no cinema, nos shows ou nos discos, tudo tem um  certo toque de Midas que rompe com tudo antes feito.
A atuação impecável em “Dançando no escuro” ( Lars Von Trier), foi impactante para mim. Daí, não consegui deixar de ser admirador: Sempre ponho flores nessa deusa nórdica pagã. Os vídeos são, cada uma, de expressão singular, uma ode e retorno ao tribalismo em tempos globais. Poucos artistas conseguem isso. Digo isso com convicção. Chegou a ganhar o Cannes de melhor atriz. O exercício de decifrar a deusa do gelo que se reinterpreta com originalidade  a cada produção com talento é para poucos. Bjork faz a união da arte com a tecnologia, tarefinha difícil para as popozudas hoje. A tecnologia pode fazer o artista um pássaro preso dentro dos recursos midiáticos. Björk vai quebrando modelos encarcerados na industria pop cultural....Ser cantora é pequeno demais para o talento contido.
A admiração é pouco por ela. Sinto um misto de medo ( o medo sempre me guiou diz no ouvido a cabocla Clarice) e vertigem criadora (confirmou o santo no outro ouvido: Salvador Dali). Os anos só ampliaram essa relação prazerosa vinda da Islândia. Quando soube da vinda dela ao Brasil, mais medo e vertigem... Björk ouvia e admira as vozes de Milton Nascimento e Elis Regina. Conheceu o mesmo e os filhos da pimentinha numa dessas vindas por aqui.  Gravou a música: Travessia, cantada em português. Álias, o inglês dela não buscar ser americano ou britânico, autenticamente pronunciado como um estrangeiro.
Noutra vez no Brasil, de forma anônima para o carnaval em Salvador. Chegou-se a comentar como uma “branca cor de gelo” conseguiu isso: passar todo o carnaval, sem chamar a atenção de quase pretos e dos fotógrafos. Simples: Björk não alimenta a áurea capital das revistas de celebridades. Sabem a quem cativar.
Dois trabalhos autorais me chamam mais a atenção: Vespertine e Medula. Esse último rompe com tudo que sabemos dela: sintetizadores e o rótulo de música eletrônica. Novamente a Islandesa gravou as músicas acompanhada com um coral da Groelândia. E pensar que ela começou com uma banda punk...
A crítica especializada sempre fica em transe com a capacidade de interpretação a cada trabalho autoral. Fiquei quando vi no filme e ainda não sai desse transe pensativo na sala de cinema. Produtora, compositora, cantora e coisa e tal.


2 comentários:

Anônimo disse...

ela eh uma fada.

Unknown disse...

um universo k tenho k desbravar.