quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cartas

Escrever é filtrar as emoções, expressar sentidos agora imprecisos  e se auto interpretar na realidade. Há vários motivos para pôr no papel ora o que se vive, mas quando se trata de uma carta, o significado parece ficar na sua condição artística. O fato é que uma carta é arte, seja ela qual for. Amadurece o que estamos sentido posto em palavras e  quem ler ficar na responsabilidade de entender a mensagem. O leitor que ao ler em papel uma carta e não parar para pensar naquelas palavras, pode-se dizer que é insensível. Afinal, ser leitor é ter compromissos com a mensagem. Já se conseguiu muitas coisas com cartas escritas a determinados leitores.
Tive experiências ao longo da vida, redigindo cartas e recebendo-as. Quer seja para pessoas distantes ou próximas. O prazer de ter em mãos um envelope e  ao abri-lo tem m papel não se tem comparação igual. Quando criança, escrevia para os programas de rádio na intensão de ouvir a minha carta e ganhar um presente, depois escrevia para os programas de televisão para ser sorteado também, coisas que nunca aconteceram. Sem falar nas cartas feitas nas aulas para o dia das mães e dos pais e até para papai Noel.
Ano passado, tive um desafio que mostrou o poder de escrever cartas. O meu irmão se internou numa fazenda para fazer um processo de desintoxicação e o contato nos três meses iniciais só poderia ser feito por meio de cartas. Nesse primeiro período de tratamento, escrevi para ele e o mesmo me respondia. Essa experiência foi significativa de ambas as partes. Ele me falou depois de um ano que as cartas foram importantes para ele se manter dentro do tratamento e o quanto eram motivaram a continuação dele dentro da fazenda.
Tenho um amigo que possui uma página na internet e o diferencial dele é colocar no domingo uma carta aberta para um amigo. É interessante abrir a página e vê-lo descrever as impressões que tem sobre a amizade especifica. Não conheço todos os que receberam a homenagem-carta, mas aguça a imaginação ao ler.
Outra recordação que me vem à memória é o livro: “Amores em tempos do Cólera” de Gabriel Garcia Marques. Para manter o amor entre os dois jovens que sofre com a oposição do pai, o rapaz e a moça trocam correspondências secretas.
Outra referência é um livro cujo o título não lembro mas que eram cartas de pessoas famosos: cientistas e intelectuais para suas esposas. Quem diria que Karl Marx, Albert Einstein e Charles Darwin escreveriam coisas de amor. Pois, o livro revela esse lado desconhecido dessas pessoas.
Escreve-se por algum motivo ou razão. Hoje o problema maior dos relacionamentos é a falta de entendimento entre os casais, a ausência de diálogo é notória, talvez se usassem poderiam diminuir as brigas e se chegar a um bom senso. Como dizia no início, escrever uma carta ou várias cartas pode ser maneira de demonstrar o sentimento para quem ler.  As cartas podem conter soluções que não sabemos encontrar nesses momentos de embates.

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