sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Made in Macaiba

Macaíba possui um destino melhor por mais que existam pessoas que sejam pessimistas, sem esperança de melhorarmos e com uma visão curta sobre a grandiosidade da Cidade. Aqueles que igualmente a mim, buscam dias melhores, tendo como ponto de partida, o cotidiano da cidade como exemplo dessa superação de atraso, acharem interessante o que transcrevo a seguir. Busco mostrar alguns sinais de que vivemos num lugar marcado pela magia e pela vontade de vencermos todos aqueles que insistem em adiar os dias melhores.
Para qualquer morador existe aquele espaço de sedução que cativa-o na cidade. É um cantinho que gostamos de ir e projetarmos nossos ideais dentro da sociedade. Cada um sabe o que digo. São lugares que possuem um elo que une aos populares; locais como ruas, becos, praças que são apelidados carinhosamente pelos frequentadores, pontos de referencias para interação com os seus amigos. As vezes, pode ser um evento ou festa que existe no município. Várias vezes, ao atravessar a ponte sobre o rio Jundiai, percebi isso: uma pessoa olhando a maré. Contemplando de maneira rápida e o transito intenso de pessoas e automóveis.
Alguns amigos quando vem me visitar, ficam admirados com o povo na rua. A riqueza do que ocorre a todo instante, as gargalhadas sonoras das pessoas e principalmente a diversidade de gente que lhes saltavam aos olhos. Comentavam que como pode uma cidade ter tanta gente bonita, espalhadas pelo mesmo lugar. Somos macaibenses talentosos nas respostas as dificuldades cotidianas. Macaíba é viva e pulsante dessa magia.
Nos últimos anos, o processo de imigração fez a cidade crescer na economia e principalmente em habitantes. A riqueza produzida aqui não é distribuída entre os cidadãos. Acumulou-se nas mãos de gente ambiciosa que agarra com toda forma e não quer compartilhar.  Já  alcançamos 80 mil habitantes, dos quais boa parte são oriundos do sertão (IBGE, 2010). As pessoas que saem do interior do estado para sobreviver na capital, optaram por morar aqui devido a vários fatores, em sua maioria são pessoas que trabalham nas áreas de serviços, autônomos e pequenos agricultores daqui ou na região metropolitana. Mas, tem um detalhe que deve ser apreciado: eles querem viver com dignidade, também desejam colaborar com a cidade nos aspectos mais comuns na cultura, no esporte enfim, na cidadania.
Observe os vendedores ambulantes, retrato disso que discorro. Percorrem entre os pedestres das ruas oferecendo milho, algodão doce, geleia, frutas... Tentam sobreviver a selvageria de crise econômica e ao mesmo tempo tem o mínimo dignamente para viver em meio ao caos social. Um homem empurra um carrinho de som irritando as pessoas com musicas e anúncios publicitários é o sinônimo de nós mesmos. Sugiro que faça a experiência, dê uma caminhada a pé pelas ruas da cidade, depois sente-se num banco da praça e veja o que acontece. A cena pode muda a cada segundo. Não existe rotina em Macaíba.
Sei que temos em alguns casos iguais as cidades potiguares. Sentimos o peso do desemprego, a violência generalizada, crime organizado, degradação do meio ambiente e depreciação dos bens públicos. Também existe a qualidade de vida que é baixa, mas o nosso município contém uma infraestrutura social precária e inoperante na área de saúde, lazer e educação que não atendem e nem satisfaz a maioria da população. Caso quisesse, os responsáveis diretamente pela solução de cada um desses obstáculos poderiam resolver, mas acontece que esse quadro é quem os mantem nos poder, é o que satisfaz um grupo minúsculo que nem mora aqui.

Assim, Macaíba possui um destino de ser singular e é forte por suas xananas. Flor símbolo da leve e da resistência a tirania. Para se entender essa terra é preciso algum tempo – diferente desse dos relógios - para se notar o que a torna diferente de tantas outras. Não existe outra alternativa, a não ser assumirmos a conduta de responsáveis pelo presente e futuro. 

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