Macaíba possui um destino
melhor por mais que existam pessoas que sejam pessimistas, sem esperança de
melhorarmos e com uma visão curta sobre a grandiosidade da Cidade. Aqueles que
igualmente a mim, buscam dias melhores, tendo como ponto de partida, o cotidiano
da cidade como exemplo dessa superação de atraso, acharem interessante o que
transcrevo a seguir. Busco mostrar alguns sinais de que vivemos num lugar
marcado pela magia e pela vontade de vencermos todos aqueles que insistem em
adiar os dias melhores.
Para qualquer morador
existe aquele espaço de sedução que cativa-o na cidade. É um cantinho que gostamos de ir e
projetarmos nossos ideais dentro da sociedade. Cada um sabe o que digo. São
lugares que possuem um elo que une aos populares; locais como ruas, becos,
praças que são apelidados carinhosamente pelos frequentadores, pontos de
referencias para interação com os seus amigos. As vezes, pode ser um evento ou
festa que existe no município. Várias vezes, ao atravessar a ponte sobre o rio
Jundiai, percebi isso: uma pessoa olhando a maré. Contemplando de maneira
rápida e o transito intenso de pessoas e automóveis.
Alguns amigos quando
vem me visitar, ficam admirados com o povo na rua. A riqueza do que ocorre a
todo instante, as gargalhadas sonoras das pessoas e principalmente a
diversidade de gente que lhes saltavam aos olhos. Comentavam que como pode uma
cidade ter tanta gente bonita, espalhadas pelo mesmo lugar. Somos macaibenses
talentosos nas respostas as dificuldades cotidianas. Macaíba é viva e pulsante
dessa magia.
Nos últimos anos, o processo
de imigração fez a cidade crescer na economia e principalmente em habitantes. A
riqueza produzida aqui não é distribuída entre os cidadãos. Acumulou-se nas mãos
de gente ambiciosa que agarra com toda forma e não quer compartilhar. Já alcançamos 80 mil habitantes, dos quais boa
parte são oriundos do sertão (IBGE, 2010). As pessoas que saem do interior do
estado para sobreviver na capital, optaram por morar aqui devido a vários
fatores, em sua maioria são pessoas que trabalham nas áreas de serviços, autônomos
e pequenos agricultores daqui ou na região metropolitana. Mas, tem um detalhe
que deve ser apreciado: eles querem viver com dignidade, também desejam colaborar
com a cidade nos aspectos mais comuns na cultura, no esporte enfim, na
cidadania.
Observe os vendedores
ambulantes, retrato disso que discorro. Percorrem entre os pedestres das ruas
oferecendo milho, algodão doce, geleia, frutas... Tentam sobreviver a
selvageria de crise econômica e ao mesmo tempo tem o mínimo dignamente para
viver em meio ao caos social. Um homem empurra um carrinho de som irritando as
pessoas com musicas e anúncios publicitários é o sinônimo de nós mesmos. Sugiro
que faça a experiência, dê uma caminhada a pé pelas ruas da cidade, depois sente-se
num banco da praça e veja o que acontece. A cena pode muda a cada segundo. Não
existe rotina em Macaíba.
Sei que temos em alguns
casos iguais as cidades potiguares. Sentimos o peso do desemprego, a violência
generalizada, crime organizado, degradação do meio ambiente e depreciação dos
bens públicos. Também existe a qualidade de vida que é baixa, mas o nosso
município contém uma infraestrutura social precária e inoperante na área de
saúde, lazer e educação que não atendem e nem satisfaz a maioria da população.
Caso quisesse, os responsáveis diretamente pela solução de cada um desses
obstáculos poderiam resolver, mas acontece que esse quadro é quem os mantem nos
poder, é o que satisfaz um grupo minúsculo que nem mora aqui.
Assim, Macaíba possui
um destino de ser singular e é forte por suas xananas. Flor símbolo da leve e
da resistência a tirania. Para se entender essa terra é preciso algum tempo –
diferente desse dos relógios - para se notar o que a torna diferente de tantas
outras. Não existe outra alternativa, a não ser assumirmos a conduta de
responsáveis pelo presente e futuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário