terça-feira, 17 de agosto de 2021

A Família : Dinâmicas externas e internas.





 
Assim como as leis, a cultura, a educação, a religião e outras formas de viver em grupo  vieram surgindo e sendo importante para a vida social do individuo, a família se torna importante elemento para a compreensão das relações sociais. Se observa que a ela se faz como elemento importante para compreendemos o que é uma instituição social. Podemos pensar como se forma uma família ? como ela é constituída ? Suas estruturas e as relações culturais ? E ainda colaborar com o modo de pensar, agir e viver da pessoa. 
Ao nascer, já encontramos o estabelecimento das estruturas que existe para atender as necessidades sociais e não pessoais. A família vai servir como instrumento de regulamentação e controle dos seus membros  na sociedade, assim deve-se ser observado:  a interdependência da família com as outras instituições sociais ( religião, Estado, Educação). Ou seja: o ser pai, mãe e filhos reproduzem em grupo as regras implícitas e explicitas que formam  as condutas que valem para toda a convivência social.
Para Durkheim, o século XIX as-
sistiu ao início da passagem da famí-
lia patriarcal, «que impõe aos des-
cendentes o casamento adequado à
continuidade de determinada lógica
familiar e colectiva», para a família
conjugal, onde, pelo contrário, «é o
casamento que funda a família»
Levando-se em conta aspectos como o tempo e o local, a família possuem variações de papeis e a composição de seus membros. Embora as normas sociais determinem as regras de funcionamento da família, cada família tende a valorizar determinadas normas do que outras e não querer outras de forma explicita. 
Para Durkheim, o século XIX as-
sistiu ao início da passagem da famí-
lia patriarcal, «que impõe aos des-
cendentes o casamento adequado à
continuidade de determinada lógica
familiar e colectiva», para a família
conjugal, onde, pelo contrário, «é o
casamento que funda a família»
Em relação ao casamento, a família pode ter uma união: monogâmica onde uma mulher pode ter apenas um homem ( sexualmente) quer seja por uma única união ou por meio do divórcio.  Há também o casamento poligamia ( poligâmico) em que cada cônjuge pode ter duas ou mais companheiro. Detalhe, o casamento de uma mulher com mais de um homem é chamado de poliandria, e o casamento de um homem com mais de uma mulher é chamado de poliginia. O casamento responde a uma necessidade da sociedade para manter uma ordem necessária ao funcionamento das demais instituições sociais. 
De modo geral, em quase toda sociedade se estabelece uma união legitima que podemos denominar de casamento. Assim, os casamentos podem ser endogâmicos e exogâmicos. A união endogamica é aquela que ocorre dentro do mesmo grupo social ou familiar e o exogamico se refere a união com alguém fora do grupo, raça ou classe social diferente.
 As mudanças dentro da família (organização e representação) apenas dão cunho legal às transformações que estão ocorrendo na sociedade, na qual a mulher vem assumido um papel destacado na  estrutura familiar. Além de trabalhar duro fora de casa, contribuindo para o sustento  do lar, ela ainda executa a maioria das tarefas  domesticas, ocupando-se da limpeza da casa e da alimentação e educação dos filhos.








sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Sociedade, Parentesco e Família.





O nosso objetivo é buscar o início de uma reflexão mais complexa sobre o tema e mostrar que a situação não é tão simples de se explicar e de se entender apenas por uma justificativa simplória. Primeiro, precisamos compreender que família não estrutura e forma a sociedade em geral, é ao contrário: a sociedade que forma a família. É necessário desconstruir algumas ideias errôneas que compreendemos de modo simplista da relação família e sociedade.

Constantemente ao lermos em jornais, assistirmos na internet ou recebemos informações sobre situações de conflitos ( assassinatos, brigas) e crises familiares, refletimos sobre o "papel" da família na sociedade, não pensamos que aquilo é uma consequência de vários fatores. E também como se a mesma tivesse uma função reguladora ou possuísse um poder de gerar bons cidadãos. São informações distorcidas que mostram ao contrário daquilo que sentimos sobre a nossa própria família e do que pensamos nas nossas cabeças. A famosa desestruturação dos membros na mesma já é assunto comum. "O mundo está de cabeça para baixo," pode se dizer que as pessoas que não entendem que as famílias  e o parentesco são conceitos sociais dinâmicos e em constantes mudanças de acordo com o ritmo histórico da sociedade. 

As descobertas feitas nas pesquisas Sociológicas e Antropológicas mostram o quanto é complexo se  analisar as relações de parentesco  e que pelo senso comum reproduzem somente a transgressão das regras familiares. O modelo atual e nuclear de família e também de parentesco se tornou mais um resultado de processos históricos diversos para a consolidação da modernidade do que algo que já existia como eterno e fixo dentro da sociedade civilizada. 

As investigações científicas se mostraram emblemáticas no que compreendemos que a base da família ( Mãe, Pai e Filhos). Vamos lá, primeiramente de que isso não está numa relação geracional e sanguínea dos membros. Na verdade, a Antropologia demonstra que as condições de consanguinidade se tornaram apenas um dos elementos para a análise do núcleo familiar, não é o principal ou o mais importante. Outras condições como a econômica e até de circulação das pessoas tem se mostrado importantes em certos aspectos quanto o assunto é "família". 

Assim associando a genealogia do parentesco, podemos ver que ambas se formam e se mantem a partir de interesses externos a elas mesmas, presentes mais nos elementos socioculturais do que nos sanguíneos, como se fosse a consequência e não causa. O casamento mostra que a união de um homem com um mulher obedecia a interesse econômicos e de categorias sociais do que uma ligação afetiva.

As investigações levaram as comparações culturais revelando que em todas as sociedades humanas existentes há um sistema de adoção e estruturação do que seja "a família ideal" para aquela cultura e  as relações de "parentesco correto", por vezes diferentes e até contraditórios aos nossos padrões. Ou seja, a família se forma para ajudar a manter a funcionar um sistema social maior do que interesses particulares.

Esse sistema tem como função a manutenção e reprodução dos laços de convivência(econômico, político, social) que estão na sociedade especificada quer seja uma sociedade africana, asiática ou nativas, pouco relacionado com a reprodução sexual e a proteção de sua prole ( filhos). 

Assim, quando assistimos aos programas de TV's e na internet mesmo os (des)casos que pululam nos meios de comunicação revelam uma situação particular que não podem jamais ser generalizada, alias como modelo de punição para os outros membros da sociedade. Diga-se de passagem que a sociabilidade humana dentro do atual modelo familiar está permeada de condições contraditórias: sociedades individualistas, urbanas, desagregadoras e que somente acentuam o sentimento de exploração que sempre vem acontecendo frequentemente no espaço público e vem para dentro da lar. Quando alguém quebra a regra instituída pela sociedade, sofre sérias punições por não obedecer a ordem estabelecida. Ao contrário do que se imagina, as outras instituições sociais necessitam da organização normativa e cultural para existir, usam a família e o parentesco que são "naturais" para a formação das virtudes da pessoa, para acentuar a função de cada membro na sociedade. Mas, se permite a existência da família é em condições restritas com regras de convívio para a manutenção de outras ordens, isso é uma relação de confronto e oposições que estabelecem um certo equilíbrio para a manutenção de ambas (sociedade e família).