Para Naida, Marta, Nadja e Magna
Fim da tarde.
Já brilha a estrela d’alva.
Luzes nos postes acendem a cidade
Um vazio em quatro partes.
A ausência do riso de Marta.
Parece faltar terra, água, fogo e ar.
Ela saber ser e estar
Com arte e graça.
E me vem outra falta:
Ela realça as cores e o existir.
Estou invocando a presença de Nadja
Com o jeito gostoso de ser escandalosa,
Quero ver ninguém não rir
Nas conversas e nas prosas.
Uma outra, um pouco rainha e sacerdotiza.
Sabe de remédios e doutrinas,
Uma mão aberta e caridosa
vem vindo pela ausência, é Magna.
Já Naida, diria ser misteriosa.
Olhos silenciosamente azuis.
É guerreira valente e audaciosa.
É fim de tarde,
quatro gerações se entre olham
No mesmo sangue
Nas mesmas histórias.
Fiam juntas,
Tecem vidas
E Cortam destinos.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
terça-feira, 25 de novembro de 2008
REVEILLON
a Marta Gurgel
Beba do vinho guardado.
Enquanto se olha os fogos açoitar o céu
Descubra outro paralelo as tarefas.
Contas, cheques e emprestimos para o beleú.
Abra razões no sorriso escancarado,
A cada gole invoque beijos e abraços.
Festeje todo dia o ano iniciado.
Beba do vinho guardado.
Enquanto se olha os fogos açoitar o céu
Descubra outro paralelo as tarefas.
Contas, cheques e emprestimos para o beleú.
Abra razões no sorriso escancarado,
A cada gole invoque beijos e abraços.
Festeje todo dia o ano iniciado.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
TOMO
Certos livros têm flores esquecidas.
Possuem idéias e palavrase eu as respiro.
As paginas são asas
Que faz voar nos ares
A cada leitura realizada
Mudo de vida.
È impossivel ficar na mesmice...
Transformo as atitudes.
Revejo o mundo com outro sentido.
Quer seja o aroma de Guimarães
Ou a leveza de Nietzsche;
Vendo a costura de Clarice
O nado de Zila.
As vidas são escritas
Os livros lidos e relios
Ambos, sem final definido.
Esse é meu veredicto.
Possuem idéias e palavrase eu as respiro.
As paginas são asas
Que faz voar nos ares
A cada leitura realizada
Mudo de vida.
È impossivel ficar na mesmice...
Transformo as atitudes.
Revejo o mundo com outro sentido.
Quer seja o aroma de Guimarães
Ou a leveza de Nietzsche;
Vendo a costura de Clarice
O nado de Zila.
As vidas são escritas
Os livros lidos e relios
Ambos, sem final definido.
Esse é meu veredicto.
sábado, 22 de novembro de 2008
UMA DESCULPA PARA NÃO COMER PIPOCAS
Minha Vida em Cor-de-Rosa(ma vie in rose) ( França, 1997) Dir. Alain Berlinger
Um filme deveria ter como objetivo também causa estranhamento no nosso modo de ser e interagir com os outros. Com raras exceções, alguns diretores conseguem nos atingir com isso. Em Ma vie in rose, a principal abordagem é o universo dos desejos infantis, e o diretor consegue tal intento, sem cair no ridículo. Ou como diz uma pessoa querida, esbarra na vala dos filmes clichês. O tema já uma desafio: a construção social da sexualidade e do gênero ( o que é ser homem? O que é ser mulher?), são assuntos quase sem aprofundamentos para as pessoas. Parece que tudo já está prontinho na saciedade e basta repetir o que os outros fazem. Mas na obra filmica não é bem assim...
A história possui nuances para se refletir nas práticas cotidianas. Um garoto de sete anos que diferentes dos outros, ainda não escolheu a qual gênero vai pertencer. Para ele, a questão do gênero é uma escolha incerta na vida. As atuações dos atores e a sensibilidade do diretor de expor o tema com as riquezas dos dramas periféricos dão fôlego ao fime: a morte na infância, um bairro burguês-conversador onde as casas são as mesmas, a rotina diária se repete infinitamente e todos são iguais aparentemente: Os pais trabalham, os filhos vão à escola e vivem-se sem questionamentos mais profundos. Algo que não perturbe a ordem eou aparente “normalidade” deve ser afatado ou escondido.
Nesse contexto aparece: Ludovich. Ele é o caçula da família em ascensão social, representada na figura do pai, que se mudam para o bairro de casas sem cerca e quintal de grama sempre verde. Não muito diferene da boneca Pam, programa preferido dele. Durante a recepção de boas-vindas aos novos vizinhos, Ludovich aparece vestido como se fosse uma menina, a principio o pai diz ser um disfarce, mas a irrefreável determinação do garoto em querer se ser uma menina e declarar que vai se casar com o colega Jerome, muda a situação de tolerância de todos. A própria inexperiência dos pais leva ambos a uma crise conjugal e familiar. Os pais passam da tolerância à repressão ao longo do filme, de forma gradativa. E no meio desse turbilhão de conflitos, está o garoto, que não consegue entender a razão de tanta tensão na família, na escola e na vizinhaça por ele expressar o que sente. Ludivich só encontra amparo nos braços da generosa avó ou nas fantasias adquiridas no universo cor-de-rosa da boneca Pam.
Apesar de não indicar soluções, se é que há soluções para questões tão complexas, o filme aponta para um elemento básico na convivência humana: TOLERÃNCIA. Veja o filme, ele não será mais um desculpa para se comer pipoca e beber guaraná, mas nos ferir ainda mais com os preconceitos.
Um filme deveria ter como objetivo também causa estranhamento no nosso modo de ser e interagir com os outros. Com raras exceções, alguns diretores conseguem nos atingir com isso. Em Ma vie in rose, a principal abordagem é o universo dos desejos infantis, e o diretor consegue tal intento, sem cair no ridículo. Ou como diz uma pessoa querida, esbarra na vala dos filmes clichês. O tema já uma desafio: a construção social da sexualidade e do gênero ( o que é ser homem? O que é ser mulher?), são assuntos quase sem aprofundamentos para as pessoas. Parece que tudo já está prontinho na saciedade e basta repetir o que os outros fazem. Mas na obra filmica não é bem assim...
A história possui nuances para se refletir nas práticas cotidianas. Um garoto de sete anos que diferentes dos outros, ainda não escolheu a qual gênero vai pertencer. Para ele, a questão do gênero é uma escolha incerta na vida. As atuações dos atores e a sensibilidade do diretor de expor o tema com as riquezas dos dramas periféricos dão fôlego ao fime: a morte na infância, um bairro burguês-conversador onde as casas são as mesmas, a rotina diária se repete infinitamente e todos são iguais aparentemente: Os pais trabalham, os filhos vão à escola e vivem-se sem questionamentos mais profundos. Algo que não perturbe a ordem eou aparente “normalidade” deve ser afatado ou escondido.
Nesse contexto aparece: Ludovich. Ele é o caçula da família em ascensão social, representada na figura do pai, que se mudam para o bairro de casas sem cerca e quintal de grama sempre verde. Não muito diferene da boneca Pam, programa preferido dele. Durante a recepção de boas-vindas aos novos vizinhos, Ludovich aparece vestido como se fosse uma menina, a principio o pai diz ser um disfarce, mas a irrefreável determinação do garoto em querer se ser uma menina e declarar que vai se casar com o colega Jerome, muda a situação de tolerância de todos. A própria inexperiência dos pais leva ambos a uma crise conjugal e familiar. Os pais passam da tolerância à repressão ao longo do filme, de forma gradativa. E no meio desse turbilhão de conflitos, está o garoto, que não consegue entender a razão de tanta tensão na família, na escola e na vizinhaça por ele expressar o que sente. Ludivich só encontra amparo nos braços da generosa avó ou nas fantasias adquiridas no universo cor-de-rosa da boneca Pam.
Apesar de não indicar soluções, se é que há soluções para questões tão complexas, o filme aponta para um elemento básico na convivência humana: TOLERÃNCIA. Veja o filme, ele não será mais um desculpa para se comer pipoca e beber guaraná, mas nos ferir ainda mais com os preconceitos.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
X A D R E Z
O potencial de todo e qualquer ser humano está nas suas capacidades de desenvolver o conhecimento. Acredito que a prática do xadrez colabora para o desenvolvimento da inteligência em sua multiplicidade e em particular a espacial (GARDNER:1994, 149). Por isso, as potencialidades humanas só crescem em contato com os desafios que instiguem a resolver com inteligência e criatividade os desafios que tem diariamente. Diante dessa idéia defendo o uso do xadrez como um meio para o crescimento da inteligência humana e da prática da ética reflexiva.
O jogo do xadrez está impregnado de uma condição de transversalidade, pois é no exercício dele que podemos ver as diversas nuances do pensar e também certas questões de valores humanos.
Os jogos de uma maneira geral sempre despertaram o interesse e a curiosidade das crianças e dos adolescentes. Na segunda fase da infância, as crianças desenvolvem jogos e brincadeiras que as socializam com as regras. Nesses jogos e nas brincadeiras, a quebra das regras corresponde a uma grave falta para o convívio dos mesmos. Quando são introduzidos na adolescência, os jogos ganham uma forma de demonstrar capacidades físicas e intelectuais. (PIAGET: 1975, 303 - 304)
Quanto às questões dos valores humanos, tão em voga atualmente, percebo que as crianças e adolescente, que participavam das partidas de xadrez independente da faixa etária, estavão desenvolvendo um senso ético em relação ao ser no mundo. Assim como afirmam acerca da ética:“ Diz respeito às reflexões sobre as condutas humanas. A pergunta ética por excelência é: Como agir perante os outros? Verifica-se que tal pergunta é ampla, complexa e sua resposta implica tomadas de posição e valorativa. (...) A questão central das preocupações éticas é a da justiça entendida como inspirada pelos valores de igualdade e eqüidade. (...)” ( PCN. 31 – 32). Desta maneira, eles ficam atentos a problemas relacionados à cidadania, limpeza e preservação da natureza.
É evidente que o xadrez em si só não vai formar o cidadão "SUPER-ÉTICO", mas que é uma boa ajuda para construirmos pessoas conscientes e comprometidas com o coletivo, com as responsabilides e limites, isso fica evidente. Procurem saber mais sobre essa prática milenar que se confunde com a historia da civilização humana. E xeque-mate...
O jogo do xadrez está impregnado de uma condição de transversalidade, pois é no exercício dele que podemos ver as diversas nuances do pensar e também certas questões de valores humanos.
Os jogos de uma maneira geral sempre despertaram o interesse e a curiosidade das crianças e dos adolescentes. Na segunda fase da infância, as crianças desenvolvem jogos e brincadeiras que as socializam com as regras. Nesses jogos e nas brincadeiras, a quebra das regras corresponde a uma grave falta para o convívio dos mesmos. Quando são introduzidos na adolescência, os jogos ganham uma forma de demonstrar capacidades físicas e intelectuais. (PIAGET: 1975, 303 - 304)
Quanto às questões dos valores humanos, tão em voga atualmente, percebo que as crianças e adolescente, que participavam das partidas de xadrez independente da faixa etária, estavão desenvolvendo um senso ético em relação ao ser no mundo. Assim como afirmam acerca da ética:“ Diz respeito às reflexões sobre as condutas humanas. A pergunta ética por excelência é: Como agir perante os outros? Verifica-se que tal pergunta é ampla, complexa e sua resposta implica tomadas de posição e valorativa. (...) A questão central das preocupações éticas é a da justiça entendida como inspirada pelos valores de igualdade e eqüidade. (...)” ( PCN. 31 – 32). Desta maneira, eles ficam atentos a problemas relacionados à cidadania, limpeza e preservação da natureza.
É evidente que o xadrez em si só não vai formar o cidadão "SUPER-ÉTICO", mas que é uma boa ajuda para construirmos pessoas conscientes e comprometidas com o coletivo, com as responsabilides e limites, isso fica evidente. Procurem saber mais sobre essa prática milenar que se confunde com a historia da civilização humana. E xeque-mate...
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
A RUA em VERSOS
Sempre coloco,
No final da tarde,
A cadeira na calçada.
É um bater de asas
Pela brisa vespertina.
Voar em muitas histórias:
De quem chega e senta,
De quem vem ou passa.
Alguns segredos revelados,
Outras confissões guardadas.
Sou flanador cativo.
Pelas histórias e gente dali.
Rua das prosas infinitas
Contadas na calçada de Rita.
Um viajante sem prumo.
Transito por nomes, tragédias e comédias.
Lugar que constrói heróis e destroi vultos.
Quando é noite,
o vôo se amplia.
As crianças que ainda ficam na rua,
Fazendo pirraça,
São os últimos a se recolher
Antes de ouvir:
Alguém me chamar
vem pra dentro de casa!
No final da tarde,
A cadeira na calçada.
É um bater de asas
Pela brisa vespertina.
Voar em muitas histórias:
De quem chega e senta,
De quem vem ou passa.
Alguns segredos revelados,
Outras confissões guardadas.
Sou flanador cativo.
Pelas histórias e gente dali.
Rua das prosas infinitas
Contadas na calçada de Rita.
Um viajante sem prumo.
Transito por nomes, tragédias e comédias.
Lugar que constrói heróis e destroi vultos.
Quando é noite,
o vôo se amplia.
As crianças que ainda ficam na rua,
Fazendo pirraça,
São os últimos a se recolher
Antes de ouvir:
Alguém me chamar
vem pra dentro de casa!
domingo, 16 de novembro de 2008
A RUA
A rua está disposta entre casas velhas e modernas. Elas se encontram arrumadas em cores e desenhos de suas frentes. Os moradores se permutam na convivência com os outros, tem hora que são cordiais, noutros momentos em guerra. Cada logradouro se esquenta nas festividades junina ou natalina. Há ocasiões em que vejo as casas desolados de poeiras. Abandonadas. Lembro-me das árvores-raquíticas e com sombras solitárias, um cenrário a mais da rua. Aquelas arvores me invocavam formas surreais entre o esplendor do sol e o preto da copa, espaço em forma de leques das carnaúbas e acásias. A rua é sonora, em alguns trechos ouço um leve musica, múrmurios e juras de amor ou ódio.
Geograficamente, a rua começa no mercado da cobal e termina na beira de rio silencioso. Rio que as vezes invadia sem pedir licença a rua. Não era uma rua esquecida, era local de passagem de transeuntes no ir e vim: Do rio ao mercado, ou vice-versa.No meu ser, a mesma começo a existir a partir das historias que pude acompanhar dos seus moradores. Com nome de marechal, o desfile é constante e se tornou infinito, sem data ou feriado para que isso aconteça. Por Floriano, as rosas, os cravos e flores que são certos tipos que só se vêem ao passar. Solenes e sérios para se pensar e ilários ao se cumprimentar. Lembro-me de uma velha que varria a calçada nas primeiras horas solares, personagem que possui um caráter de bronze ao segura a vassoura. A pouca poeria aos seus pés parecia lhe dar um ar de santidade no cenário.
Hoje, a rua da minha infância inspira uma volta sem igual a que acontece ao se ver uma fotografia antiga em preto e branco. Penso que talvez haja um tempo sentimental nessa rua, nos raros momentos de silêncio, nas cadeiras na calçadas onde se tinha um dedo de prosa e nos grupos de meninos a jogarem bola a tardinha e rapazes em bandos em suas esquinas. A vida e o movimento são tranqüilos que julgaria abandonados se não topasse com um rosto esquivo de um morador novo ou uma pessoa na porta de casa a ver o tempo. Há em certas cenas o roubo para o sentido e ficam na memória da vida, assim foi ,é e será a rua da minha infancia .
Geograficamente, a rua começa no mercado da cobal e termina na beira de rio silencioso. Rio que as vezes invadia sem pedir licença a rua. Não era uma rua esquecida, era local de passagem de transeuntes no ir e vim: Do rio ao mercado, ou vice-versa.No meu ser, a mesma começo a existir a partir das historias que pude acompanhar dos seus moradores. Com nome de marechal, o desfile é constante e se tornou infinito, sem data ou feriado para que isso aconteça. Por Floriano, as rosas, os cravos e flores que são certos tipos que só se vêem ao passar. Solenes e sérios para se pensar e ilários ao se cumprimentar. Lembro-me de uma velha que varria a calçada nas primeiras horas solares, personagem que possui um caráter de bronze ao segura a vassoura. A pouca poeria aos seus pés parecia lhe dar um ar de santidade no cenário.
Hoje, a rua da minha infância inspira uma volta sem igual a que acontece ao se ver uma fotografia antiga em preto e branco. Penso que talvez haja um tempo sentimental nessa rua, nos raros momentos de silêncio, nas cadeiras na calçadas onde se tinha um dedo de prosa e nos grupos de meninos a jogarem bola a tardinha e rapazes em bandos em suas esquinas. A vida e o movimento são tranqüilos que julgaria abandonados se não topasse com um rosto esquivo de um morador novo ou uma pessoa na porta de casa a ver o tempo. Há em certas cenas o roubo para o sentido e ficam na memória da vida, assim foi ,é e será a rua da minha infancia .
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