quinta-feira, 24 de junho de 2021

FOUCAULT : ALGUMAS PISTAS EXPLICATIVAS PARA AS SEXUALIDADES




O objetivo desse texto que você começar a ler é revelar alguns pontos que possam colaborar para o entendimento do que são as "sexualidades" no pensamento de Michel Foucault.  Evidente que há várias obras do pensador com referencia ao tema, porém escolhemos e citamos algumas aqui para o exercício da reflexão e assim, partimos de princípios teóricos conceituais sobre a mesma em Foucault. 
Em seu livro a microfísica do poder, Foucault demonstra de que meios, o poder se impõe pela docilização dos corpos das pessoas na sociedade: Na passagem de uma sociedade disciplinar para uma sociedade de controle. No livro: Vigiar e punir, o mesmo mostra ainda mais sobre o assunto:  o agravamento de um tipo de disciplina, que passa a ser utilizado de maneira diferente daquele que antes já havia nos conventos e ofícios, ganha condições utilitárias para a produção (no trabalho) disciplinar do capital. Essa política de sujeição e controle do corpo vem sendo aplicada lentamente, difusa  e silenciosa, ao contrário do que ocorria em tempos anteriores. A mesma colabora para a elaboração do que convencionamos chamar de sexualidade.
Pontualmente, no meio social, começa a funcionar a máquina da docilização dos corpos. A nova disciplina corpórea atua na organização do tempo, na vigilância dos afazeres e nos volumes de espaço. O controle do fluxo dos corpos pelo tempo e locais, a rigidez no cumprimento dos horários, o rigor e a normatização dos gestos e padronização de comportamentos criam o corpo social. Assim, nas sociedades modernas, surge o biopoder resultado do poder disciplinar pela aparência, o controle físico e em especial visível de autoidentidade. 
Para Foucault, os prazeres corporais serão o mínimo denominador comum do sujeito plural, arquitetos dos estilos de vida modelados nas relações de amizades. Em "Historia da sexualidade", a preocupação de Foucault é em fazer uma arqueologia da ética sexual. Seus estudos apontam para a construção do termo sexualidade como palavra emergente no período vitoriano, tendo seu ápice nos estudos médicos e patológicos. Como a sexualidade chegou a ser o que é atualmente, requer que observemos três eixos: a formação dos saberes que a ela se referem, os sistemas de poder que regulam sua prática e as formas pelas quais os indivíduos podem e devem se reconhecer com sujeitos dessa sociedade. A sexualidade é uma construção médica e higienista recente no Ocidente. 
O que havia na Grécia Antiga era um “Eros” diverso e diferente, sem comparação no imaginário atual. Um exemplo está no Eros entre homens e o Eros entre homens e mulheres. Ambos eram regulados por exercícios e práticas. A educação do cidadão grego, a conduta que lembrasse o excesso era indigna. O uso dos prazeres estar a serviço da honra do cidadão. É na busca dessa verdade a ser descoberta pela ciência e revelada pela religião que os seres humanos se reconhecem com sujeitos de desejos.
A austeridade do desejo sexual será a elaboração e o meio de uma atividade que visa o poder da mesma e a pratica para a liberdade. Uma austeridade em torno e a propósito da vida do corpo, da instituição do casamento e das relações entre homens e da existência da sabedoria. Foucault argumenta que as Culturas Orientais têm sido pródigas, no tratamento discursivo da prática sexual, em produzirem textos de caráter simultaneamente educativo e místico – a ars eróticas – do prazer vivido como base de experiência a ser relatada e fonte privilegiada da verdade do sensualismo. Ao contrario do que ocorreu nas sociedades ocidentais, uma scientia sexualis fundamentada no discurso cristão confessional, de uma verdade analítica, mas não pedagógica, em termos de proposta objetiva.
Evidente que existem outros tópicos apresentados por Foucault e que não mencionei aqui, pois o objetivo era apresentar de forma resumida e introdutório o mesmo. Assim, esses tópicos apresentados podem ajudar a entender o estudo sobre sexualidade a partir de relações de poder e dominação, bem como através do levantamento de como a educação, o trabalho e a medicina foram forjadores da sexualidade. 



2 comentários:

Pedro Paulo disse...

AAAADOREI O TEXTOO. MEGA INTERESSANTE.PARABÊNS!!!

MAXX disse...

Ei professor minha nota do 1 bimestre