sábado, 18 de julho de 2009
CAFE
Fazer café é um dos tantos mistérios na vida diária. É como se o sagrado das horas, diferente daquelas presentes no relógio e nas tarefas, estivesse ali presente. Num momento de pausa para suspirar e recompor as esperanças. Na casa da minha mãe se tem instante singular para ela e todos os presentes, é a hora do cafe da tarde. Poucos conseguem prepará-lo com habilidade e talento. Tal a importancia do instante que nunca se pensou em comprar uma máquina para fazê-lo ou usarmos o café solúvel. Com tantos anos de praticas, ela conseguiu fazer dos filhos e filhas, seus discípulos na preparação e na apreciação. Há um ponto em que se une ela e o preparo do café: Singular com o modo de colocar a quantidadeno de água no fogo, pôr a vasilha e o coador na mesa. Depois, as colheradas certas de café e açúcar. Daí, despejar a água quente e pronto. Quando se de tarde, o café preto é coado e seu aroma se espalha lentamente pela cozinha. Tal como uma mestra em alquimia...e em torno da mesa vem vindo gente para beber, feito um sacramento: uma fila de devotos a provar. Qual o segredo daquele preparo para ter a legião de tantos seguidores e devotos do sacramento. Seria o açúcar demais ou o barulho da água quente ou da colher a mexer na vasilha dando sino da igreja? Os dedos de prosa que se traçam nos goles de xícaras que vão embriagando todos nas conversas.
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Um comentário:
Esse seu texto além de ser bem prazeroso me reportou aos tempos de criança, no qual morei por alguns anos na fazenda de meu avô, lá o café era plantado, colhido, secado, torrado e pilado (além da venda), foram anos inesquecíveis e inexplicáveis, toda manha acordando com aquele cheirinho de mato, de roça, de interior, muitas vezes o café era pilado na hora, em outras já estava guardado, mas o preparo era sempre mágico, água fervendo em vasilha de alumínio, coador de pano pronto para receber aquele fantástico líquido responsável por perfumar toda casa. Desde criança nunca me deram café, minha avô sempre me dava café com leite e rosquinha salgadas, vai vê é por isto que eu até hoje não consigo tomar o café propriamente dito, sou mais chegado as bebidas que envolvem o café (como frapê, cappuccino e entre outras). Mas como dizem: o que nos marcam são os momentos que vivemos, e estes momentos foram únicos, e até hoje me pego devaneando em momentos de tranqüilidade, com uma fisionomia bucólica, mas muito feliz.
Gostei muito do seu post Chico, me fez bem, parabéns!
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