A nomeação de corpos é uma maneira de docilizar ele. Assim, os corpos dos outros são nomeados como forma de intrusão por terceiros. Geralmente, a marcação dos corpos dos outros se faz por meios morais condenatórios. Vejamos os casos sobre aquilo que convencionou ser chamado de prostituição. Os prestadores de serviços sexuais compõem o cenário de qualquer cidade, mas principalmente dos centros urbanos. Recebem várias denominações: " garota de programa ou garoto de programa”, "massagista" "modelo" e “michê” entre outras. O perfil deles mostra que não têm uma idade certa, categoria social e cor, mas que se situam precisamente entre a juventude e não muito na fase adulta. Diminuem com a faixa etária. Geralmente, começam a partir de uma vivencia diversa com os outros semelhante, vão se inserindo no circuito de ofertas de serviços sexuais. Adquirem nomes fictícios e assim como tornam-se trabalhadores (ras) do sexo, poucos vivem exclusivamente desses serviços.
O objetivo desse texto é destacar alguns pontos importantes sobre o mercado do sexo viril e as relações com as identidades construtivas e a territorialidade do desejo no próprio espaço social da cidade e na condição de construção do corpo. O que propomos é a refletir especificamente dos garotos de programa, buscando apresentar itens que revelem outra dimensão da que temos do senso comum. De fato, as relações sociais dos profissionais do sexo gira em torno de grupos diversos: ida academia de musculação, prática de esporte, fazer curso de idiomas, saída para bares, festas e eventos. A complexidade de ser homem e se "prostituir" engendra questões morais, sociológicas e econômicas. Poderíamos abordar o tema que a partir dos elementos utilizadas para a conquista de seus clientes e com uma analise que desenvolva a desempenho aglutinador deles em torno da pratica da prostituição.
Em tempos de "turismo" e "globalização" se evidenciando mais as “garotas de programa” nos assuntos diários, na internet e na mídia. Pouco se debate sobre os rapazes no mercado do sexo de forma semelhantes as mulheres que se prostiutuem. Assim quase invisível, mas com a urgência de uma analise sociológica que nos propomos a discutir ou iniciar o assunto com três passos.
PRIMEIROS PASSOS: Desde a academia de musculação até as franquias de roupas masculinas, os "rapazes de programa" vão se elaborando no imaginário social que o mitificam ou estigmatizam no imaginário das pessoas. Ao mesmo tempo em que fazem do serviços sexual mobilidade social com a atividade enquanto utilizam os recursos financeiros que possibilitam instabilidade econômica e acesso a bens culturais. "Os michês" têm desenvolvidos um mercado exclusivo dento do serviços sexuais e dando novos contornos para se pensar questões entre sexualidade e a interação dos valores capitais e inserindo novos elementos dentro das reflexões de gênero, da identidade, práticas sexuais e outras. Vale apena lembrar que serviços sexuais tornou um termo amplo para designar motel, sex shop, ensaio fotográfico, filme pornô, perfil em redes sociais e outros meios onde o sexo gera rendimentos financeiros e mobilidade social.
SEGUNDO PASSO;
Quando o tema ganha a visibilidade na sociedade sobre o assunto, geralmente é por terem a imagem associada a violência e a marginalidade. Na impressa ou na internet, o assunto é tratado de forma alarmista ou preconceituosa. Certamente alguns que se passam por “michê”, na verdade não são. Vão as áreas de prostituição ou usam os meios de divulgar os serviços, são agressivos ou violentos e cometem o rouba e crime. Um profissional do sexo com bom senso que atua regularmente no mercado do sexo não faria isso para sujar a imagem. O próprio trabalho é arriscado ao profissional, pois pode haver extorsão de marginais, da policia e até mesmo dos próprios clientes.
A história de vida deles e como chegaram ao mercado do sexo já é motivo de se busca uma política publica exclusiva e em paralelo desenvolver o respeito e a tolerância a pratica dos serviços sexuais por parte de cada segmento social.
TERCEIRO PASSO:
Por vezes queremos separar sexualidade e cultura, mas as pesquisas sociais mostram que existe uma relação intrínseca em o viver a sexualidade a partir das influencias culturais. Dentro dessa leitura, podemos afirmar que o mercado de serviço é muito mais um resultado e confluência de vetores sociais e históricos do que algo somente pessoal do individuo que prática e no cliente que busca o serviço.
A relação econômica dos profissionais do sexo torna-se paralela a atividade sexual, não pode-se afirmar que em primeiro plano reside a necessidade financeira e que usa-se o sexo para garantir um rendimento econômico e ao mesmo tempo ter/dar um prazer efêmero.
O financeiro se torna um elemento no comércio, não é o principal ou o mais importante. Nossa maneira de ver se condicionou a enxergar a questão assim e deve-se desconstruir esse adestramento dos valores acerca dos profissionais do sexo.
Dependendo do profissional, o local e o que vai acontecer o preço ou benefício vai variar. Tudo é incerto e improvável entre quem faz e que procura. A famosa lei da oferta e da procura. Existe internamente na prostituição viril, situações limites entre os garotos de programa, mas isso é uma fronteira que se borra com a idade e o tempo.
Há aquele que oferecem seus serviços por telefone colocando o número nos jornais locais ou internet, então se dizem “universitários” “rapazes fino trato” e outros adjetivos que moldam-os até as partes intimas com polegadas. Já os “massagistas” de saunas aparecem são jovens trabalhadores autônomos, moram em bairros periféricos e que a noite prestam serviços com massagens para quem quiser. Por fim, há aqueles que vão para rua e em algum bar. Esse grupo seria os despossuídos por estarem contando com todos os clientes e ficarem a mercê dos riscos que a noite oferece. Acredito que são os mais estigmatizados, pois eventualmente, um marginal se passa por michê e os rouba ou comete violência com os clientes. Como já mencionei, isso não quer dizer que são categorias estanques. Alguns elevam na hierarquia e tem ascensão para o topo dessa pirâmide de mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário