sexta-feira, 10 de agosto de 2012

IV Sarau


A morte e Macaíba


A morte se associa a decomposição das coisas vivas. Decrepitude.  Não é à toa que o mangue possui a além da função de "berçário marinho", também a de compor tudo em suas águas salobras. Coincidência: morte e vida num mesmo lugar.
Macaíba é cidade mangue, onde nascer e morrer se confunde a todo instante. O que é sinal de vida é sina da morte ?

O espírito da morte observa a cidade, paira sobre ela em busca de manjedoura feito anjo vestido com mortália negras. Ronda as ruas. Não encontra nada que tivesse visto diferente em outro lugar. Mas, sente algo familiar quiça aconchegante nos olhos dos seus moradores.
Uma ilustre e letrada moradora se faz poeta, inspirada na morte. Ela está grávida da morte e escreve versos como evocação a morte. A moça apaixonada pelo mistério último que é morrer se deixa levar pela dor da doença. Mordendo as asas frias da morte se vai no fluxo da maré.

Um casal rico e comum a qualquer outro se desfaz. Na viuvez, a senhora Machado é desposada novamente pela morte. Agora, a morte se tornou seu companheiro para toda a vida. Qualquer morador sabe que ela ceifa inocentes e se torna uma doama da morte em Macaíba. O ciclo de vida e morte ou morte e vida está em suas mãos a beira do mangue. Na mão da viúva Machado associa-se os lados extremos da existência humana. Essa senhora não se foi como morte, se casou e ao mesmo tempo se tornou viúva.

domingo, 17 de junho de 2012

ILHA DO MEIO-DIA






Já passam das dozes horas
Flutuam restos do almoço:
pratos, talheres e o sujo copo.
No fundo da panela um pouco de arroz e ossos.
O vento inaugura a tarde
Pela Janela, se espalham a luz clara e indivisa
A paisagem me isola feito naufrago na casa.

segunda-feira, 26 de março de 2012

artes pelo chão, pelas parede ou muro

Devaneios...

o que se fala por ai.
 

 

Paz Armada

Apenas cativa

Pueril e Pop

Condecoração

Lava Jato

Ecoa-se no silêncio do tempo

Paz Louca

Granada viva...

NegraNefertite

quarta-feira, 14 de março de 2012

Jornada



Sol nasce e em casa, passos cambaleando.
O dia já é  realidade
Desperto os sentidos reavivados.
Café, notícias no rádio.
Hoje, eu consiguo:
Conquistar o infinito.

Sobe o dia,
Vem a noite.
Passos largos para sair do trabalho.
Janto sopa e repouso.
Não se dou por vencido.
Amanhã serei vitorioso.

TOMO





Os livros têm perfumes 
Idéias em palavras com as quais respiro
As páginas viradas.
Mudo a vida,
Transformo as atitudes.
Vejo com outros sentidos.
Quer seja no aroma de Nietzsche;
Clarice ou Zila.
Existir é um livro aberto
Lido ou escrito sem um final certo.