segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O QUE É SER ADOLESCENTE, AFINAL?

Para entendermos melhor a pergunta inicial, se faz necessário ter a concepção sobre o que é ser adolescente e jovem na sociedade. Para isso, é preciso desconstruirmos questões em torno do ‘mito da adolescência’ e depois relaciona-las a conceitos que vitimizam-os. Discordo da visão um tanto tradicional e estigmatizada por interpretações toscas, universalistas e psicologizantes sobre adolescentes e jovens hoje.
Segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), há uma distinção entre as referidas categorias: criança, adolescente e jovem. Na disposição jurídica e política: até os 12 ( doze anos incompleto) a pessoa é considerada criança, dos 13 ( treze) aos 18 ( dezoito) anos adolescente e dos 19 ( dezenove ) aos 24 ( vinte e quatro) jovem. O Estatuto busca legislar sobre o que seja criança e adolescente para executar políticas públicas direcionadas a eles a partir de um recorte etário com um viés jurídico-legal.
Esse modelo jurídico-legal têm servido de base para organizações sociais buscarem delimitar suas ações, mas também para respaldar os próprios sujeitos como agentes direitos na sociedade. No entanto, este estudo de adolescentes e jovens será compreendido em sentido mais amplo. Se buscarmos caracteriza-los na cultura e suas representações sociais, as interpretações serão outras. Ou seja, o adolescente e jovem em focado é mais um reflexo da cultura do que alguém que produz algo próprio e autônomo da sociedade. A elaboração de seus valores e hábitos está aquém deles, sendo o resultado das influências sociais.
De fato, adolescentes ou jovens podem ser encontrados ao longo da história, nas sociedades e nas diversas culturas. Nas sociedades ocidentais antigas, o termo era genérico demais, pois englobava o adolescente, para a nomenclatura jovem. Não havia a necessidade de especificar por questões sócio-estruturais e etárias as categorias referidas. Isso se justificava por uma razão: na Antiguidade, o modo de vida das pessoas era diferente do nosso. A finalidade da existência, era baseada na construção e continuidade da sociedade. Em qualquer fase da vida, a pessoa se pensava a partir de funcionalidade dela em ‘razão social’ . Preparavam-se a pessoa para assumir um lugar público e uma função que traga ganhos ao meio do qual fazem parte.
Apesar do termo adolescente e jovem ser anterior a modernidade, ambos assumem características próprias e distintas nesse contexto, tomando proporções diferentes, principalmente se for levada em conta a vida na cidade industrializada. A noção de pessoa ganha espaço com o desenvolvimento técnico e cientifico e, a continuidade do ser, não se dará mais através da sociedade, mas sim de projetos supostamente ‘individuais.’ Ou seja, o adolescente e jovem deve encontrar o ‘seu’ lugar na sociedade. O adolescente e jovem na modernidade surgi como identidade a partir de mudanças nos valores em torno do individuo. De forma paulatina ocorreu uma nova divisão do trabalho pelo avanço tecnológico (nada com desenvolvimento fisico) que passou a exigir uma formação complexa pelo saber educacional e assim os adolescentes e jovens permanecessem mais anos nos estudos para ingressar no mercado de trabalho.
Se os adolescentes obtêm possibilidades de autonomia e condições de sustento, pode ser ‘independente’ para responder na sociedade pelos próprios atos.
Essa capacidade e força de ingressarem no meio dos adultos, ai sim, tornou-se uma ameaça ao controle das autoridades. Daí, as táticas de normatização jurídica e política sobre adolescentes vão se instalando no transcorrer do processo de consolidação da modernidade. Sem o aval dos pais ou responsáveis não se tem autoridade sobre si, sempre o outro vai responder por ele e nem se ingressariam nas redes sociais.
Por outro lado, a modernidade contribuiu para que paulatinamente adolescentes se tornassem consumidores: ter telefone celular, possuir um blog, sair na capa de revistas especializadas, visitar sites de relacionamentos, ter gosto por roupas de grife, opções musicais e desejos a serem realizados. Os mesmos são perecíveis como consumidores e produtos de consumo. Das passarelas para frente às câmeras ou nas ruas para os programas educacionais, adolescentes são consumidos. Quando então, a lei e a coerção social em torno deles, os tornam “adultos,” os adolescentes e jovens têm que optar por profissões, serem chefes de família e se tornarem o alvo de outro mercado consumidor.
É necessário ressaltar que fatores externos tendem a fazer da adolescência mais curto ou mais longo na vida da pessoa, dependendo qual cultura estejam inseridos. Pesquisas realizadas revelam que a duração do período de adolescer pode ser diferente nos indivíduos por parte dos segmentos sociais a quem eles estejam inseridos. As investigações revelaram que principalmente os ingressos numa atividade remunerada aliada a condições adversas possam acelerará um amadurecimento de adolescentes, como se ver nos segmentos populares da sociedade quando cedo começam a trabalhar.
Por ser um período de novas experimentações, de se elaborar uma identidade que assume perante o meio, na passagem da criança para a vida adulta, é comum acreditar que seja um estado de ambigüidades que levam aos questionamentos existenciais. Então, tentou se associar oscilação da identidade e a transgressão dos valores dos pais e das autoridades como elementos que estão vinculados ao se viver a passagem na ‘modernidade’.
Como podemos perceber, a idéia de se controlar e normatizar sobre adolescentes e jovens, tem o pretexto de vê-los como uma ameaça ao meio social. Alguns estudos e pesquisas desconstroem esses olhares acerca dos mesmos. Retiram as concepções de crises e conflitos ligadas a ele, colocando a adolescência e juventude dentro da dinâmica cultural e relacionando com a vida privadas dos adolescentes e jovens. Afinal, a pergunta continua: De que adolescentes estamos falando, afinal?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

VIVA A FILOSOFIA

Ensinar filosofia é uma tarefa desafiadora e prazerosa em vários sentidos. A principio sabe-se que é difícil discutir vários séculos de produção intelectual em apenas uma ou duas aulas por semana e depois associar isso ao longo período de repressão e censura em torno da matéria, soa como pregar para os pássaros. Assim se criaram certos entraves envoltos das aulas de filosofia. Vale lembrar que não se ensinar a pensar quando se estuda filosofia, se ensinar a filosofar.
Atualmente, educadores e educandos estão procurando sanar as lacunas acerca das aulas de filosofia e começam a introduzir a vivência da mesma entre no Ensino Fundamental e Médio, e há ainda aquelas universidades que já põem questões filosóficas nos seus exames vestibulares. Para tal intento, a aula de filosofia adotada nas séries iniciais tem alguns objetivos: Criar um sentido de democracia e debate baseado na reflexão combatendo o dogmatismo e os preconceitos do pensamento expresso no senso comum nas séries iniciais, sendo ao mesmo tempo um instrumento de consolidação do saber crítico e da cidadania entre os membros da comunidade escolar.
Por outro lado, corre-se o risco de banalizar o saber filosoficos com livros "best-seller", quadro de programas de domingo ou similares. Todo cuidado é pouco para isso, pois o efeito para se tornar um veneno.
A intenção de ensinar filosofia não é formar filósofos, longe disso. Mas provocar a reflexão inerente a todo o ser humano. Filosofar não é questão de idade, mas de habilidade. De certa forma, somos sempre filósofos quando nos propomos a pensar de vários ângulos sobre questões de natureza reflexiva e das experiências vividas. E por estarmos dando sentido as coisas e, diante dos problemas apresentados pelo existir, tendemos para a reflexão. Então, o filosofar é refletir, buscando novos caminhos e principalmente repensar “as verdades” já prontas na vida. Por isso as aulas de filosofia são a busca de meios que desarmem os envolvidos que estejam dispostos a rever suas opiniões e o posicionamento diante da vida.
Talvez alguém possa contra-argumentar que todas as disciplinas da escola são igualmente capazes de desenvolver o pensamento crítico, isso é uma verdade que não pode ser negada. Não tentamos tampouco dar à filosofia uma prerrogativa de superioridade sobre os outros saberes. Apenas destacamos a especificidade que diferencia de estudar filosofia das outras formas de compreensão do real.
A reflexão sistemática da filosofia, diferentemente das Ciências ou das demais formas de saberes que tem um objeto próprio, se faz a partir da indagação sobre todas as coisas. E essa maneira se faz de modo radical, rigorosa e com um conjunto regras racionais e lógicas, o que supõe a busca coerente dos fundamentos, além de imprimir nesse processo um caráter de interdisciplinariedade, por ser capaz de estabelecer um elo entre todos os saberes.
A filosofia só inicia seu trabalho a partir do que foi pensado ou transformado nas expressões da cultura e da Ciência e evidentemente, não como simples constatação do já feito. Mas como colocar em questão o pensamento e a ação humana? É necessário e urgente um estudo sistemático do pensamento. Sejamos filósofos transformadores a partir da experiência em sala e para fora da própria escola.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DEUSAS ALÉIAS

Para Naida, Marta, Nadja e Magna

Fim da tarde.
Já brilha a estrela d’alva.
Luzes nos postes acendem a cidade
Um vazio em quatro partes.


A ausência do riso de Marta.
Parece faltar terra, água, fogo e ar.
Ela saber ser e estar
Com arte e graça.

E me vem outra falta:
Ela realça as cores e o existir.
Estou invocando a presença de Nadja
Com o jeito gostoso de ser escandalosa,
Quero ver ninguém não rir
Nas conversas e nas prosas.

Uma outra, um pouco rainha e sacerdotiza.
Sabe de remédios e doutrinas,
Uma mão aberta e caridosa
vem vindo pela ausência, é Magna.

Já Naida, diria ser misteriosa.
Olhos silenciosamente azuis.
É guerreira valente e audaciosa.


É fim de tarde,
quatro gerações se entre olham
No mesmo sangue
Nas mesmas histórias.
Fiam juntas,
Tecem vidas
E Cortam destinos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

REVEILLON

a Marta Gurgel

Beba do vinho guardado.
Enquanto se olha os fogos açoitar o céu
Descubra outro paralelo as tarefas.
Contas, cheques e emprestimos para o beleú.
Abra razões no sorriso escancarado,
A cada gole invoque beijos e abraços.
Festeje todo dia o ano iniciado.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

TOMO

Certos livros têm flores esquecidas.
Possuem idéias e palavrase eu as respiro.
As paginas são asas
Que faz voar nos ares
A cada leitura realizada
Mudo de vida.
È impossivel ficar na mesmice...
Transformo as atitudes.
Revejo o mundo com outro sentido.
Quer seja o aroma de Guimarães
Ou a leveza de Nietzsche;
Vendo a costura de Clarice
O nado de Zila.
As vidas são escritas
Os livros lidos e relios
Ambos, sem final definido.
Esse é meu veredicto.

sábado, 22 de novembro de 2008

UMA DESCULPA PARA NÃO COMER PIPOCAS

Minha Vida em Cor-de-Rosa(ma vie in rose) ( França, 1997) Dir. Alain Berlinger
Um filme deveria ter como objetivo também causa estranhamento no nosso modo de ser e interagir com os outros. Com raras exceções, alguns diretores conseguem nos atingir com isso. Em Ma vie in rose, a principal abordagem é o universo dos desejos infantis, e o diretor consegue tal intento, sem cair no ridículo. Ou como diz uma pessoa querida, esbarra na vala dos filmes clichês. O tema já uma desafio: a construção social da sexualidade e do gênero ( o que é ser homem? O que é ser mulher?), são assuntos quase sem aprofundamentos para as pessoas. Parece que tudo já está prontinho na saciedade e basta repetir o que os outros fazem. Mas na obra filmica não é bem assim...
A história possui nuances para se refletir nas práticas cotidianas. Um garoto de sete anos que diferentes dos outros, ainda não escolheu a qual gênero vai pertencer. Para ele, a questão do gênero é uma escolha incerta na vida. As atuações dos atores e a sensibilidade do diretor de expor o tema com as riquezas dos dramas periféricos dão fôlego ao fime: a morte na infância, um bairro burguês-conversador onde as casas são as mesmas, a rotina diária se repete infinitamente e todos são iguais aparentemente: Os pais trabalham, os filhos vão à escola e vivem-se sem questionamentos mais profundos. Algo que não perturbe a ordem eou aparente “normalidade” deve ser afatado ou escondido.
Nesse contexto aparece: Ludovich. Ele é o caçula da família em ascensão social, representada na figura do pai, que se mudam para o bairro de casas sem cerca e quintal de grama sempre verde. Não muito diferene da boneca Pam, programa preferido dele. Durante a recepção de boas-vindas aos novos vizinhos, Ludovich aparece vestido como se fosse uma menina, a principio o pai diz ser um disfarce, mas a irrefreável determinação do garoto em querer se ser uma menina e declarar que vai se casar com o colega Jerome, muda a situação de tolerância de todos. A própria inexperiência dos pais leva ambos a uma crise conjugal e familiar. Os pais passam da tolerância à repressão ao longo do filme, de forma gradativa. E no meio desse turbilhão de conflitos, está o garoto, que não consegue entender a razão de tanta tensão na família, na escola e na vizinhaça por ele expressar o que sente. Ludivich só encontra amparo nos braços da generosa avó ou nas fantasias adquiridas no universo cor-de-rosa da boneca Pam.
Apesar de não indicar soluções, se é que há soluções para questões tão complexas, o filme aponta para um elemento básico na convivência humana: TOLERÃNCIA. Veja o filme, ele não será mais um desculpa para se comer pipoca e beber guaraná, mas nos ferir ainda mais com os preconceitos.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

X A D R E Z

O potencial de todo e qualquer ser humano está nas suas capacidades de desenvolver o conhecimento. Acredito que a prática do xadrez colabora para o desenvolvimento da inteligência em sua multiplicidade e em particular a espacial (GARDNER:1994, 149). Por isso, as potencialidades humanas só crescem em contato com os desafios que instiguem a resolver com inteligência e criatividade os desafios que tem diariamente. Diante dessa idéia defendo o uso do xadrez como um meio para o crescimento da inteligência humana e da prática da ética reflexiva.
O jogo do xadrez está impregnado de uma condição de transversalidade, pois é no exercício dele que podemos ver as diversas nuances do pensar e também certas questões de valores humanos.
Os jogos de uma maneira geral sempre despertaram o interesse e a curiosidade das crianças e dos adolescentes. Na segunda fase da infância, as crianças desenvolvem jogos e brincadeiras que as socializam com as regras. Nesses jogos e nas brincadeiras, a quebra das regras corresponde a uma grave falta para o convívio dos mesmos. Quando são introduzidos na adolescência, os jogos ganham uma forma de demonstrar capacidades físicas e intelectuais. (PIAGET: 1975, 303 - 304)
Quanto às questões dos valores humanos, tão em voga atualmente, percebo que as crianças e adolescente, que participavam das partidas de xadrez independente da faixa etária, estavão desenvolvendo um senso ético em relação ao ser no mundo. Assim como afirmam acerca da ética:“ Diz respeito às reflexões sobre as condutas humanas. A pergunta ética por excelência é: Como agir perante os outros? Verifica-se que tal pergunta é ampla, complexa e sua resposta implica tomadas de posição e valorativa. (...) A questão central das preocupações éticas é a da justiça entendida como inspirada pelos valores de igualdade e eqüidade. (...)” ( PCN. 31 – 32). Desta maneira, eles ficam atentos a problemas relacionados à cidadania, limpeza e preservação da natureza.
É evidente que o xadrez em si só não vai formar o cidadão "SUPER-ÉTICO", mas que é uma boa ajuda para construirmos pessoas conscientes e comprometidas com o coletivo, com as responsabilides e limites, isso fica evidente. Procurem saber mais sobre essa prática milenar que se confunde com a historia da civilização humana. E xeque-mate...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A RUA em VERSOS

Sempre coloco,
No final da tarde,
A cadeira na calçada.
É um bater de asas
Pela brisa vespertina.

Voar em muitas histórias:
De quem chega e senta,
De quem vem ou passa.
Alguns segredos revelados,
Outras confissões guardadas.

Sou flanador cativo.
Pelas histórias e gente dali.
Rua das prosas infinitas
Contadas na calçada de Rita.

Um viajante sem prumo.
Transito por nomes, tragédias e comédias.
Lugar que constrói heróis e destroi vultos.

Quando é noite,
o vôo se amplia.
As crianças que ainda ficam na rua,
Fazendo pirraça,
São os últimos a se recolher
Antes de ouvir:
Alguém me chamar
vem pra dentro de casa!

domingo, 16 de novembro de 2008

A RUA

A rua está disposta entre casas velhas e modernas. Elas se encontram arrumadas em cores e desenhos de suas frentes. Os moradores se permutam na convivência com os outros, tem hora que são cordiais, noutros momentos em guerra. Cada logradouro se esquenta nas festividades junina ou natalina. Há ocasiões em que vejo as casas desolados de poeiras. Abandonadas. Lembro-me das árvores-raquíticas e com sombras solitárias, um cenrário a mais da rua. Aquelas arvores me invocavam formas surreais entre o esplendor do sol e o preto da copa, espaço em forma de leques das carnaúbas e acásias. A rua é sonora, em alguns trechos ouço um leve musica, múrmurios e juras de amor ou ódio.
Geograficamente, a rua começa no mercado da cobal e termina na beira de rio silencioso. Rio que as vezes invadia sem pedir licença a rua. Não era uma rua esquecida, era local de passagem de transeuntes no ir e vim: Do rio ao mercado, ou vice-versa.No meu ser, a mesma começo a existir a partir das historias que pude acompanhar dos seus moradores. Com nome de marechal, o desfile é constante e se tornou infinito, sem data ou feriado para que isso aconteça. Por Floriano, as rosas, os cravos e flores que são certos tipos que só se vêem ao passar. Solenes e sérios para se pensar e ilários ao se cumprimentar. Lembro-me de uma velha que varria a calçada nas primeiras horas solares, personagem que possui um caráter de bronze ao segura a vassoura. A pouca poeria aos seus pés parecia lhe dar um ar de santidade no cenário.
Hoje, a rua da minha infância inspira uma volta sem igual a que acontece ao se ver uma fotografia antiga em preto e branco. Penso que talvez haja um tempo sentimental nessa rua, nos raros momentos de silêncio, nas cadeiras na calçadas onde se tinha um dedo de prosa e nos grupos de meninos a jogarem bola a tardinha e rapazes em bandos em suas esquinas. A vida e o movimento são tranqüilos que julgaria abandonados se não topasse com um rosto esquivo de um morador novo ou uma pessoa na porta de casa a ver o tempo. Há em certas cenas o roubo para o sentido e ficam na memória da vida, assim foi ,é e será a rua da minha infancia .