O seu esforço era viver como os rapazes da rua. Desapercebido de todos. O seu desejo era de arranjar simples emprego. Ficar esquecido da fama de futuro jogador ou do talentoso escritor no bairro como comentavam na escola. Não ia troca os pés pelas mãos, como fazem os pais com os filhos querendo vê-los como jogadores famosos. Nem tão pouco ficar de pernas para o ar igual aos rapazes, depois tentar e tentar e não conseguirem se profissionalizarem no esporte. As belas pernas e as boas mãos serviam para outros intentos, menos ganhar dinheiro e ser uma celebridade pelo que delas se podia produzir. Desde cedo, possuia a convicção que não apostaria, nem nos seus pés ou nas mãos como fonte de renda. "Sou um aleijado que ninguém ver" pensou. As duas coisas juntas serviriam de bom agrado para aproximar na amizade e no namoro.
Quando uma pessoa tocava no assunto, ele se lembrava dos jogadores profissionais que possuíam as mulheres mais lindas, passeavam em carrões importados e participavam de comerciais de todo tipo e ainda tinham salários altíssimos garantido pelo talento no futebol. Novamente pensou : "o cara é bom de bola, poderia ter a arte de entrançar as pernas em outras pernas e por tabela ser garanhão."
Se o pai via uma reportagem na televisão sobre um escritor famoso ganhando um prêmio, dizia: " ai meu filho, você vai ser assim igual esse tal escritor." Observava o escritor da moda e até arriscava críticar o livro que foi adapatado para o cinema. As pessoas na maioria nem poderiam ler o livro, mas o autor com certeza ganharia muito grana com o filme ou a novela feito a partir do livro. Ele ria disso e pensava sozinho: " Jamais, morrer de fome como escritor num pais de analfabetos". Ele sentiou com outra reflexão: "Algum dia alguém vai escrever sobre mim." As pernas e o corpo podiam provocar suspiros de desejos das garotas e associadas com uma bola e seus gols a fama de craque. Já com as mãos, ele produzia às palavras certeiras que descrevia encantamentos e lhe davam a fama de talentoso “Don Juan”, isso lhe garantia a visibilidade que os demais rapazes queriam, mas ele até rejeitava. Sentava no canto da sala e era calado o tempo todo, para não chamar a atenção.
Se o pai via uma reportagem na televisão sobre um escritor famoso ganhando um prêmio, dizia: " ai meu filho, você vai ser assim igual esse tal escritor." Observava o escritor da moda e até arriscava críticar o livro que foi adapatado para o cinema. As pessoas na maioria nem poderiam ler o livro, mas o autor com certeza ganharia muito grana com o filme ou a novela feito a partir do livro. Ele ria disso e pensava sozinho: " Jamais, morrer de fome como escritor num pais de analfabetos". Ele sentiou com outra reflexão: "Algum dia alguém vai escrever sobre mim." As pernas e o corpo podiam provocar suspiros de desejos das garotas e associadas com uma bola e seus gols a fama de craque. Já com as mãos, ele produzia às palavras certeiras que descrevia encantamentos e lhe davam a fama de talentoso “Don Juan”, isso lhe garantia a visibilidade que os demais rapazes queriam, mas ele até rejeitava. Sentava no canto da sala e era calado o tempo todo, para não chamar a atenção.
O problema não era o talento com a bola nos pés, especialmente a esquerda e ou com a caneta nos dedos também na esquerda. Havia outra coisa curiosa na vida dele. O rapaz só sabia fazer sexo se bebesse muito a tal ponto que ficasse de porre e isso não lhe agradava, preferia não ter o vocação com as mãos e nem com as pernas e ser simplesmente uma pessoa amorosa. Quem quer que fosse, bonita e atraente, ele só ia para a cama, se estivesse bastante bêbado, sem nenhuma razão na cabeça. Seria da idade ? Um porre que apagava e retirava o juízo e lhe escondesse a memória e desse coragem para superar toda a timidez. O tempo tratou de mostrar que não, havia outras coisas inconscientes por trás. Se fosse sóbrio para uma cama, sentia-se como se tivesse com pés e mãos amarrados. O nosso campeão de bola e na caneta era um fracasso na arte de amar e ser amado. Isso era o comentário geral das pessoas longe dele, mas poderia ser rico e famoso.
A situação ficou séria com o passar do tempo. Pensou em ir a um médico e expor a situação. Adiou o quanto pode e desistiu, com vergonha de ter o falar para o doctor, deixou de lado e preferiu manter a honra de homem. E conviver com os cochichos dos outros sobre seu lado incompreensível.
A situação ficou séria com o passar do tempo. Pensou em ir a um médico e expor a situação. Adiou o quanto pode e desistiu, com vergonha de ter o falar para o doctor, deixou de lado e preferiu manter a honra de homem. E conviver com os cochichos dos outros sobre seu lado incompreensível.
Ser rapaz simples que quando jogava futebol, dava dribles perfeitos deixando desnorteados os adversários e as suas jogadas eram encantadas e com maestria, não era para ele algo de extraordinário se fosse um ponta esquerda. O que importava não era o gol, mas os lances da partida no campinho no final da tarde. Depois do jogo, ganhando ou perdendo, ele sai com os amigos para beber e recebia comentários em alto e bom som de todos na mesa enquanto se tomava cerveja ou cachaça com refrigerante sobre ele no jogo.
Na escola, não era diferente, acontecia do mesmo jeito, sendo que desta vez era as mãos, ou melhor, com o que ele fazia com elas. Quando tinha um papel e um lápis, ele escrevia palavras que se transformavam em textos e ganhava a fama de inteligente. Parece que conseguia juntar tudo de forma perfeita como se já fosse escritor. Novamente, viam os elogios do que escrevia admirado por todos os alunos. A professora de português que era conhecida como carrasco e o terror na escola, tinha uma exceção que era ele, fazia questão de ler a redação olhando para todos na sala como se falasse implicitamente seguiam o exemplo dele. Outros professores elogiavam como ele tinha o poder da palavra nas mãos quando redigia. Para ele, queria ser tudo menos ser jogador de futebol e nem tão pouco escritor ou qualquer profissão assim.
Na escola, não era diferente, acontecia do mesmo jeito, sendo que desta vez era as mãos, ou melhor, com o que ele fazia com elas. Quando tinha um papel e um lápis, ele escrevia palavras que se transformavam em textos e ganhava a fama de inteligente. Parece que conseguia juntar tudo de forma perfeita como se já fosse escritor. Novamente, viam os elogios do que escrevia admirado por todos os alunos. A professora de português que era conhecida como carrasco e o terror na escola, tinha uma exceção que era ele, fazia questão de ler a redação olhando para todos na sala como se falasse implicitamente seguiam o exemplo dele. Outros professores elogiavam como ele tinha o poder da palavra nas mãos quando redigia. Para ele, queria ser tudo menos ser jogador de futebol e nem tão pouco escritor ou qualquer profissão assim.
A infelicidade se transveste de situações humanas assim na vida das pessoas de forma inusitada. Quando leio a vida de jogadores no passado como Garrincha ou Adriano atual, parece que a história só se repete indefinidamente. Ter certas habilidades que outros gostariam de ter, no caso aqui relatado, pode ser um tormento quer seja com os pés ou com as mãos. Há escritores que sofrem com o seu talento, se isolam da sociedade e do convivio com os amigos e familiares. São incompreendido pelo que escrevem ou como expoem a realidade. Imagine ter as duas coisas juntas.
O campeão até desperta a inveja de quem está ao seu lado, mas ele está convicto de não ser nenhuma das duas opções e que na visão da maioria das pessoas seria fácil de resolver. Nesse caso, a capacidade de amar alguém lucidamente é a sua maior tornenta. O rapaz só tem pulsão sexual com o uso do alcool. e por isso vive solitário. O que podemos concluir que a vida é ter a capacidade de enxergar por ângulo diferente a situação que vivemos e não acreditar que tudo é fácil para aqueles que elegemos como privilegiadas habilidades. E por outro lado, as relações humanas não são tão fáceis de resolver.