sábado, 29 de maio de 2010

O ÚLTIMO IMPERADOR









  

 


O seu esforço era viver como os rapazes da rua. Desapercebido de todos. O seu desejo era de arranjar simples emprego. Ficar esquecido da fama de futuro jogador ou do talentoso escritor no bairro como comentavam na escola. Não ia troca os pés pelas mãos,  como fazem os pais com os filhos querendo vê-los como jogadores famosos. Nem tão pouco ficar de pernas para o ar igual  aos rapazes, depois tentar e tentar e não conseguirem se profissionalizarem no esporte.  As belas pernas e as boas mãos serviam para outros intentos, menos ganhar dinheiro e ser uma celebridade pelo que delas se podia produzir.  Desde cedo, possuia a convicção que não apostaria, nem nos seus pés ou nas mãos como fonte de renda. "Sou um aleijado que ninguém ver" pensou. As duas coisas juntas serviriam de bom agrado para aproximar na amizade e no namoro.
Quando uma pessoa tocava no assunto, ele  se lembrava dos jogadores profissionais que possuíam as mulheres mais lindas, passeavam em carrões importados e participavam de comerciais de todo tipo e ainda tinham salários altíssimos garantido pelo talento no futebol. Novamente pensou : "o cara é bom de bola, poderia ter a arte de entrançar as pernas em outras pernas e por tabela ser garanhão." 
Se o pai via uma reportagem na televisão sobre um escritor famoso ganhando um prêmio, dizia: " ai meu filho, você vai ser assim igual esse tal escritor." Observava o escritor da moda e até arriscava  críticar o livro que foi adapatado para o cinema. As pessoas  na maioria nem poderiam ler o livro, mas o autor  com certeza ganharia muito grana com o filme ou a novela feito a partir do livro. Ele ria  disso e pensava sozinho: " Jamais, morrer de fome como escritor num pais de analfabetos". Ele sentiou com outra reflexão: "Algum dia alguém vai escrever sobre mim."   As pernas e o corpo podiam provocar suspiros de desejos das garotas e associadas com uma bola  e seus gols a fama de craque. Já com as mãos, ele produzia às palavras certeiras que descrevia encantamentos e lhe davam  a fama de talentoso “Don Juan”, isso lhe garantia a visibilidade que os demais rapazes queriam, mas ele até rejeitava. Sentava no canto da sala e era calado o tempo todo, para não chamar a atenção.
 O problema não era  o talento com a bola nos pés, especialmente a esquerda e ou com a caneta nos dedos também na esquerda. Havia outra coisa curiosa na vida dele. O rapaz só sabia fazer sexo se bebesse muito a tal ponto que ficasse de porre e isso não lhe agradava, preferia não ter o vocação com as mãos e nem com as pernas e ser simplesmente uma pessoa amorosa. Quem quer que fosse, bonita e  atraente, ele só ia para a cama, se estivesse bastante bêbado, sem nenhuma razão na cabeça. Seria da idade ? Um porre que apagava e retirava o juízo e lhe escondesse a memória e desse coragem para superar toda a timidez. O tempo tratou de mostrar que não, havia outras coisas inconscientes por trás. Se fosse sóbrio para uma cama,  sentia-se como se tivesse com pés e mãos amarrados. O nosso campeão de bola e na caneta era um fracasso na arte de amar e ser amado. Isso era o comentário geral das pessoas longe dele, mas poderia ser rico e famoso. 
 A situação ficou séria com o passar do tempo. Pensou em ir a um médico e expor a situação.  Adiou o quanto pode e desistiu, com vergonha de ter o falar  para o doctor, deixou de lado e preferiu manter a honra de homem. E conviver com os cochichos dos outros sobre seu lado incompreensível. 
Ser rapaz simples que quando jogava futebol, dava dribles perfeitos deixando desnorteados os adversários e as  suas jogadas eram encantadas e com maestria, não era para ele algo de extraordinário se fosse um ponta esquerda. O que importava não era o gol, mas os lances da partida no campinho no final da tarde.  Depois do jogo, ganhando ou perdendo, ele sai com os amigos para beber e recebia comentários em alto e bom som de todos na mesa enquanto se tomava cerveja ou cachaça com refrigerante sobre ele no jogo. 
Na escola, não era diferente, acontecia do mesmo jeito, sendo que desta vez era as mãos, ou melhor, com o que ele fazia com elas. Quando tinha um papel e um lápis, ele escrevia palavras que se transformavam em textos e ganhava a fama de inteligente. Parece que conseguia juntar tudo de forma perfeita como se já fosse escritor. Novamente, viam os elogios do que escrevia admirado por todos os alunos. A professora de português que era conhecida como carrasco e o terror na escola, tinha uma exceção que era ele, fazia questão de ler a redação olhando para todos na sala como se falasse implicitamente seguiam o exemplo dele. Outros professores elogiavam como ele tinha o poder da palavra nas mãos quando redigia. Para ele, queria ser tudo menos ser jogador de futebol e nem tão pouco escritor ou qualquer profissão assim.
A infelicidade se transveste de situações humanas assim na vida das pessoas de forma inusitada. Quando leio a vida de jogadores no passado como Garrincha ou Adriano atual, parece que a história só se repete indefinidamente. Ter certas habilidades que outros gostariam de ter, no caso aqui relatado, pode ser um tormento quer seja com os pés ou com as mãos. Há escritores que sofrem com o seu talento, se isolam da sociedade e do convivio com os amigos  e familiares. São incompreendido pelo que escrevem ou como expoem a realidade. Imagine ter as duas coisas juntas.  
O campeão até  desperta a inveja de quem está ao seu lado, mas ele está convicto de não ser nenhuma das duas opções e que na visão da maioria das pessoas seria fácil de resolver. Nesse caso, a capacidade de amar alguém lucidamente é a sua maior tornenta. O rapaz só tem pulsão sexual com o uso do alcool. e por isso vive solitário. O que podemos concluir que a vida é ter a capacidade de enxergar por ângulo diferente a situação que vivemos e não acreditar que tudo é fácil para aqueles que elegemos como privilegiadas habilidades. E por outro lado, as relações humanas não são tão fáceis de resolver.

DIÁLOGO COM O BARQUEIRO


Caro barqueiro que silenciosamente rema sobre o rio da existência humana, levando-nos da vida à morte e por vezes em sentido contrário, gostaria de expor impressões que fazemos a respeito da sua presença nessa travessia fatal. Tantos já ficaram em sua companhia, as vezes assustados e noutras familiarizados com  sua forte presença que esqueceram de menciona-lo por medo no diário de bordo. Tê-lo perto assusta, é verdade. Mas intimidação não é propriamente que vem de você,  devo confessar que vivemos com os outros humanos e da tal convivência tiramos esse medo. Temos um certo prazer em aterrorizar o outro, infernizar a vida alheia que nos transmite felicidade, possuimos o dom em retirar o sossego das pessoas calmas, não poupamos ninguém nessa arte de ser inferno. Portanto, quando encontramos alguém enigmático, ficamos  amedrontados e sem ação, acreditamos que vai também fazer o mesmo como nós.
Quero lhe relatar outra coisa que pensei erradamente. Ainda tenho os créditos para ficar na nau: São as palavras que nos retroalimentam. As vezes, digo algo para animar a navegação pelo espaço rumo ao relógio do infinito. Palavras pronunciadas ou escritas para nos livrar do tempo escuro que insiste em nos cobrir, será tempestade? Há ainda as palavras subentendidas que deixo no ar. Análise que estava sem crédito por que navegava quieto nos ultimos dias, uma quietude igual a sua: silenciosa. Então, vi que as palavras rolavam como água que caem da cachoeira. Reme, reme...para o barco não vira, olé olá...Se essa canoa não virar chegaremos lá. 
Estive na proa a ver as ilhas, mulheres lavando roupas as margens do rio, pescadores lançando redes em busca de peixes para se alimentarem e crianças mergulhando no leito fluvial. Cada um cumprindo a sina e respeitando a correnteza que flui uma única vez, como disse o filosófo. 
O mais dificil da viagem naútica é ver aqueles que já não falam mais nada, ao contrário calaram-se e trocaram os créditos por latidos e ladram das laterais do rio feito cachorros ao nos ver passar. Sofrem com a terceira margem do rio e já não vão a lugar nenhum, estão parados e esquecerem que sabem nadar, poderia morrem afogados caso quisessem entrar nas águas da vida, ficariam aflitos e afogariam não pelo rio e sim pela vaidade da saliva que possuem em suas bocas. A felicidade da viagem está em enfrentar seus medos. Ser feliz não para covardes, é coisa de o humano.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pelas ruas do Recife...


O rio está vivo como um cão que late na sala...
A cidade não para, a cidade cresce. O cima sobe e o debaixo desce...A corda Recife, acorda...está na hora de fica de pé...






Fragmentos da cidade 





Recife: Decifra-lhe ou devora-te

O zero da cidade, não quer dizer o início dela...
























domingo, 23 de maio de 2010

Por onde começar em Recife ? Uma viagem sentimental atraves da arquitetura e personalidades recifenses.


 Ir à capital Pernambucana, é  está prevenido em  alguns sentidos. O visitante quando chega em Recife ocorre um processo de se construir intimamente com flanador ao mesmo tempo que se refaz  perdido ao se estar nela. Primeiro, o olhar na arquitetura e as descobertas nas histórias que se possam tirar,  não digo só em referência  aos prédios já tombados, há aqueles que ainda vão ser restaurados e também  possuem histórias. Os prédios  modernos são capítulos a parte.  As ruas estão cheias das revoluções que causaram dores de cabeça  aos portugueses. Ir ao Recife é viver outra situação...ao se topar com  cenas corriqueiras e esquecidas pela velocidade dos carros  apressados e nos  transeuntes com passos largos pelas calçadas.  Só as pessoas de olhar apurado consegue ver essa Recife. Aconselho a não terem  roteiro pré-estabelecido, se desregrem disso, vão despreocupados com: o nome das igrejas, dos casarões e outros costumes do guia de turismo básico.  Àlias, as pessoas tem dificuldades de dizerem os nomes de casas e igrejas e não descreverem direito os lugares depois das viagens. 
Em Recife, se deixem  ir como um voyeur pelas  situações que foram aparecendo, isso com certeza vai acontecer. Converse com o povo da cidade, pergunte sobre a vida nela enquanto bebe  água num quiosque ou com o vendedor ambulante. Quando  estiver cansado e ficar sentado no banco de uma praça no centro ou esperando um ônibus, observe as pessoas circulando. Para mim,  isso é conhecer a alma da cidade: ver  gente que a fazem  funcionar singularmente. E é a melhor parte de se ir a outro canto.
Hoje, as pessoas fazem viagens para ir ao lugar como se mostrou no  jornal ou comercial. É como se sentisse figurantes ao chegar lá, num cenário  de novela ou seriado de TV.  Mas em Recife,  o que serve são as personalidades que povoam cada cantinho. Costume dizer que  Recife é esquecida da grande mídia, e isso é uma vantagem  para  um turismo diferente. Só vai ao Recife quem quer se desprender, do convencional, se  vai  pelo boca a boca,  não se convence do que ver na TV. 
Já me disseram que as pontes em Recife lembravam  Dublin, na Irlanda. Noutra ocasião, me contaram que o bairro do Recife Antigo é a pequena recordação de Lisboa e não raro leio em revistas que a cidade é a Veneza brasileira ou a mauricéia ( de Maurício de Nassau ). etc e tal. Nunca me falaram que na cidade nasceu gente como Gilberto Freyre, Manuel Bandeira, Joaquim Nabuco, Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto e tantos outros pensadores, artistas e intelectuais. Porque Recife se faz com outro vies, é  uma peróla escondida nesse país e quer seja de nomes consagrados ou anônimos, se preversa o desejo de conhecê-la. 
Para finalizar, lembro que  quando menina, Clarice conseguiu enxergar isso nos contos, num ela diz: Eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas do Recife...E não caia nenhuma vez. Em  restos de carnaval. Já adulta escreveu: Enfim, eu sabia para que havia as pontes, as praças, as ruas e as avenidas em Recife, para o carnaval. E o carnaval de Recife é outra história sentimental, pois não existe pecado abaixo do Equador.

sábado, 22 de maio de 2010

Jornada Silenciosamente pensada

Estou pensando nos momentos de isolamento e o cenário sempre é minha casa, lugar sem expectadores que possam aplaudir ou vaiar depois do que faço nessas horas. Não penso parado e sozinho. Falo só, e pela casa. Converso com os objetos na hora de retirar a poeira, gesticulo quando caem das mãos e aumento a entonação da voz reclamando depois de achá-los.
Na arte de fazer silêncio e pensar, não se precisa de ir até a praia deserta, ao parque ou a praça ou até mesmo viajar para ficar comigo mesmo, ficar em silêncio e pensar. Acredito que a maioria das pessoas fazem assim, faço o oposto.
Quando estou lavando as roupas no tanque, me limpo falando com elas ao mesmo tempo em que tiro a sujeira, o suor, as secreções e os fedores que ficam em certos cantinhos das roupas. Roupa suja se lava em casa e sou minucioso. Nem preciso de tanto sabão em pó e água sanitária. Deixar de molho seria insanidade desse delírio. Depois de limpas e secadas pelo sol, vou passá-las a ferro. Ai sim que o silêncio fica explicito nos meus pensamentos: falo, falo e falo, e demais com cada peça, as roupas podem ter almas próprias com as histórias vividas. Um alívio no peito, e isso me trás a lucidez. Conversar com ninguém é uma condição de se entender e saber quem somos.
É um "reality show" onde o próprio participante se elimina e seleciona outro "eu" para continuar a vida: "phenix" sem referência de fogo. Me reconheço nesses situações mais do que se tivesse a se olhar no espelho calado e narcisicamente depois do banho, enquanto enxugo e procuro algo, um detalhe antes esquecido para se amar no corpo.
Em certas ocasiões, dou para rir alto e sem grandes motivos. Ouço música, danço e giro até ficar tonto, depois sento no sofá encosto a cabeça, olho o teto e fingo fumar um cigarro invisivel. Noutras vezes, não estou para ninguém mesmo. Fecho as janelas e cortinas, apago as luzes da casa, desligo o telefone... digo que morri por enquanto.
No entanto, a maior chance que dou a mim mesmo é escrever. Quando coloco as palavras silenciosas no papel, me escuto duas vezes. Releio o que escrevi, retiro o que disse no papel ou acrescento outras coisas. As palavras se tornam a pura expressão do silêncio falado em mim. Acaricio a cabeça como ninguém me fez, nem com palavras e nem com os sons da boca.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Através da lógica

1-Se a filha de Maria é mãe de meu filho, qual é meu grau de parentesco com Maria?

2-Um homem estava olhando uma foto, e alguém lhe perguntou: " De quem é esta foto ?" Ao que ele disse: " Não tenho irmãs nem irmãos, mas o pai deste homem é filho do meu pai. De quem era a fto que o homem estava olhando?

3-Descubra as duas palavras que tem significados mais semelhantes:
A. Coleção B. Seleção C. Clarão D. Raio E. Semente

4-Montanha está para terra assim como redemoinho está para:
Floresta Chuveiro Poeira Água Pedra

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Coração e A Galinha

Existem recordações da infância que ainda gravitam invisíveis no ar. Uma delas veio recentemente e fez-me ver a dupla face: o mistério da vida-morte na infância. Primeiramente, recordo do menino no quintal da casa, onde se criavam galinhas soltas por baixo de árvores, eram alimentadas com os restos de comidas do almoço, rações e milho. Uma graça em despejar a comida e vê-las correndo. Os ovos seria a retribuição desse carinho, Como se fossem medalhas de outro. Deles, faziam-se os bolos e omeletes. Cada galinha tinha nome ou apelido como se fosse gente. Os nomes apareciam devido as circunstâncias delas.Havia a madame mimi, magapatalógica, a bailarina, a galinha lésbica e até a punk. Aos domingos, uma delas era escolhida para ser a vítima do ritual de sacríficio, onde se cortava o pescoço e virava o prato principal. Recordo da minha mãe depenando a galinha no alpendre do quintal, mas também lembro que criavamos histórias para deixar a vida no quintal mais empolgante.
Uma galinha que desenvolveu um medo de por ovos. Na mente dela o ritual era nojento demais: Cacarejar e sair siscando de um canto para outro, sendo guiada por um galo. Dai, concluiu que não iria ser mais  uma galinha que poria ovo e nem cacarejar no galinheiro. Feliz pela decisão, não pôs mais ovos. Até ensaiou cantar como um galo coisa que foi reprovada pelos demais no galinheiro. Seria a máxima entre as outras, admimirada pelas novas e se assumir como galinha diferente dinate dos donos. 
A galinha ficou pedante e orgulhosa com a crista.  Trincada com o orgulho. Aconteceu numa certa manhã que todos acordaram em casa assustados, foi um alvoroço no quintal. Teria entrado um ladrão para rouba-las ? Um gato estaria fazendo a farra com os pintos ?  A orgulhosa galinha estava morta com os músculos duros e rígidos enquanto as outras cacarejavam por colocado mais ovos naquela  para a casa.
A coitada da galinha foi ligeiro a panela. Ficou ali sem pensas, rodeada de condimentos, cebolas e outros temperos como se fossem flores deve ser uma experiência triste e lá estava dentro a pobre galinha orgulhosa.
Hoje quando vou as compras no mercado e entro no açougue, faço o exercício de não me emocionar diante dos cadáveres de galinhas expostos. Asas esticadas, pedaços de peitos expostos , cochas conrtas. O frio sobe e me arrebata a espinha inteira. Busco forças para parecer normal diante dos consumidores e funcionários dentro mercado. Cada uma deveria ter tido uma historia antes de ser abatida.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Indutivo, dedutivo ou analógico ?

1- Os seres humanos são mortais. Um ser humano tem nome. Sócrates é um nome. Ele é humano. Portanto, ele é mortal.

2-Miguel é um nome. Miguel é também um anjo. Nenhum anjo é mortal. logo, Miguel não pode ser normal.

3-A é a verdade de B, B é considerada a verdade de C. Pode afirmar que, A é a verade de C.

4-Se Pedro comenter um delito, então será preso. Pedro não foi preso. Pedro não cometeu o delito.

sábado, 1 de maio de 2010

SENTENÇA

A mãe olha a filha com reprovação, solta o ar e responde:
-Não, não e não ! chega menina! Você tem cada mania...Vive pelos cantos da casa com eles, andando para lá e para cá. Abraçado com eles, alisando com carinho.Outro dia deixou de fazer as tarefas escolares por causa de quem ? deles!!! Foi aquela confusão na hora de ir para escola. E ainda tem mais...deu para falar com eles. Imagine! Como se fossem gente de verdade. Vai terminar maluca, menina. Certa vez esqueceu que estava com um deles e adormeceu na rede, e eu tive que tirá-lo dos seus braços para não lhe prejudicar. Já imaginou se os dois tivessem dormidos juntos e quando acordessem? voce teria acabado com ele. E agora quer que eu compre só mais um para você aqui na loja...Nada isso, nenhum centavou vai ser gastado para ter mais trabalho em casa.VOu até desfazer dos que tem em casa. Pensa que os espirros que deu não são por causa deles, pode ser uma alérgia. Eu vi quando estava sentada no chão da sala cheirando cada um. A mãe olha fixamente para a menina e diz: Filhinha...Vá fazer outra coisa: Brincar com as amigas, ver televisão, andar de bicicleta na rua...Você só tem 12 anos. Isso é um pavor para mim. Quando eu tinha a sua idade vivia arrumada, feliz sem ter nenhum deles e veja quem eu sou hoje.Por isso pare com a mania de toda vez que gente sair voce querer que se compre mais um livro.
Depois de ouvir as palavras da mãe, a menininha volta calada para a estante da livraria e deixa: as reinações de narizinho.