"Há lágrimas na natureza das coisas
e a certeza do efêmero nos toca o coração." (Virgilio)
A vida de Otto foi assim. Recebeu o primeiro presente um gato siamês, nem sabe quem foi. Era a festa dos seus 10 anos. Se recorda do nome era "Zabe", dos olhos azuis e relembra dos carinhos. O leite no pires feito mimo pelos cantos da casa eram constantes; das brincadeiras e dos cuidados que rodeavam a convivência dele com seu primeiro animal de estimação. Aquilo era novo para Otto. Ter um sentimentos retribuído, como era algo espetacular dar nome a seres vivos.
Um dia, Zabe apareceu aos tombos pela casa parecia está doente, ou pior, envenenado. Na frente de todos suspirou sete vezes. O gato faleceu e deixou o nome na memória. A suspeita de que algum vizinho teria sido o mandante de tal mal feito ficou na cabeça dele, mas logo desapareceu. A inocência foi se transformando em desconfiança e o sentimento de perda pelo de vingança. Um velório foi providenciado com direito a vela e caixão.
Para não deixar o fato acontecer de novo.Os pais preocupados, resolveram lhe presentear com um pássaro. Escolheram um nome: Fênix. A gaiola fez Otto ficar pensativo com os voos limitados do pequeno pássaro, com a solidão de se cantar sozinho. Será que Fênix estava acostumado com a gaiola? Otto resolveu testar e deixar a porteira um pouquinho aberta. Num piscar de olhos, viu ir pela janela da casa, sem voltas e sem cantar sua Fênix. o susto e a gaiola vazia gerou um sentido de desamparo, de desencanto.
O tio soube do ocorrido e lhe trouxe um aquário com quatro peixes. Otto como de costume nominou cada um deles. As fêmeas eram Julieta e Isolda; e os machos: Tristão e Romeu. O aquário tinha um castelo no fundo ficou na sala. Otto observava por horas o nadar dos peixes que o deixava mais paciente e com a certeza de que ninguém iria envenená-los e nem haveria a possibilidade de saírem do aquário Limpava o aquário regularmente e sempre era cauteloso com a alimentação. Uma tragédia se anunciava: a mesa onde estava o aquário com os peixes era velha. Numa tarde, a mesa rompeu-se levando ao chão o aquário e matando Julieta, Isolda, Romeu e Tristão. Quando chegou em casa não tinha ninguém, sozinho viu a cena dos quatros peixes ainda pulando pela sala querendo aquário e encontrar vida. Tarde demais. Otto ficou silencioso e era ruim aprender com os bichos de estimação o sentido da morte e das ausências.
Novamente tinha a vontade de ter um bicho de estimação para superar o anterior e o que interessante dar-lhe um nome. Resolveu ir ao Zoológico, poderia ser uma forma de acalmar o amor pelos animais, mas acontece que depois de vê-los e admirá-los, existe a separação na saída. Desistiu de ir sempre ao zoológico.
Apesar da promessa de não cuidar mais de bicho nenhum,um novo hospede veio a casa nos dias seguintes. Um estranho levou uma caixa até a frente da casa e deixou na porta. Nela tinha um cachorro ainda novinho, ao vê-lo se apaixonou e pôs o nome de Èdipo. Fez juras de que não abandonaria ele e que o destino seria menos cruel. Se Otto ia para a cozinha de lá olhava Édipo dando os primeiros passos. O tempo parece que se encarregou de apagar as lembranças do passado para um carinho maior e brincadeiras no presente. Com Édipo por cima do tapete da sala, Otto se entregava ao prazer de estimar animais; o cachorro cresceu um pouco e o suficiente para ser a companhia dele na praça quando sai. O transcorreu tanto da amizade se consolidou e Édipo ficou bonito e chamava a atenção de todos. Certa manhã, Otto percebeu que Édipo tinha sido roubado. Assim como o presentearam também o leveram. Colocou anúncios em jornais e na televisão, as semanas se passaram e nada. Novamente ele ficou decepcionado com o gostar e querer de animais e pessoas que morrem pelo sofrimento que trazem ao falecerem ou ao desaparecerem. Os sentimentos de ligação não são bons, fazem sofrer.
Apesar da promessa de não cuidar mais de bicho nenhum,um novo hospede veio a casa nos dias seguintes. Um estranho levou uma caixa até a frente da casa e deixou na porta. Nela tinha um cachorro ainda novinho, ao vê-lo se apaixonou e pôs o nome de Èdipo. Fez juras de que não abandonaria ele e que o destino seria menos cruel. Se Otto ia para a cozinha de lá olhava Édipo dando os primeiros passos. O tempo parece que se encarregou de apagar as lembranças do passado para um carinho maior e brincadeiras no presente. Com Édipo por cima do tapete da sala, Otto se entregava ao prazer de estimar animais; o cachorro cresceu um pouco e o suficiente para ser a companhia dele na praça quando sai. O transcorreu tanto da amizade se consolidou e Édipo ficou bonito e chamava a atenção de todos. Certa manhã, Otto percebeu que Édipo tinha sido roubado. Assim como o presentearam também o leveram. Colocou anúncios em jornais e na televisão, as semanas se passaram e nada. Novamente ele ficou decepcionado com o gostar e querer de animais e pessoas que morrem pelo sofrimento que trazem ao falecerem ou ao desaparecerem. Os sentimentos de ligação não são bons, fazem sofrer.
Otto procurou contornar a ligação com os seres vivos. A relação mútua de sentir-se amado e amar e preferiu transferi-lá para outras instâncias. Inventou vida com humor e amargura aos seus pertences, construiu histórias românticas e nomes com apelidos aos objetos que estavam espalhados pela casa. Primeiro veio a cama: Serena. A mesa se chamava Prazeres...Como um criador determinou ordens e posições que o ligava a funções de cada um dos objetos e nada lhe escapava. Lembrava dos pegadores de roupas no varal: Zé arrochado, Bicudo, Paulo Midin...As vezes, quando chovia de noite, ele acordava e ia até o quintal retira-los de lá. Os fósforos eram chamados de Luís I, Lume II e assim por diante. Seria consciente em saber que os objetos não morrem naturalmente igual aos viventes, os objetos podem ser recuperados e ficarem eternos se possuirem atenção e cuidados devidos. Não precisam de vacinas, rações e banhos ou passeios matinais. Eis a diferença entre ter bichos de estimação e objetos de uso e cuidado.
No entanto, ao voltar do trabalho num dia, Otto encontrou toda a sua casa rouba. Aquele objetos com nomes e histórias agora estavam desaparecidos da memória e assim como se fora seus animais de estimação. Nada escapava aos sentimentos de decepção em curtas lágrimas e de morte na vida dele, nem os bens materiais que nunca foram recuperados.
No entanto, ao voltar do trabalho num dia, Otto encontrou toda a sua casa rouba. Aquele objetos com nomes e histórias agora estavam desaparecidos da memória e assim como se fora seus animais de estimação. Nada escapava aos sentimentos de decepção em curtas lágrimas e de morte na vida dele, nem os bens materiais que nunca foram recuperados.
2 comentários:
kkkkkkkkkkk amei! muito muito divertida a história e um pouco comovente. Coitadinho do Otto =/ kkkkkkk ... adorei a história!!
Muito Legal, bem interessante.
É uma boa lição de vida, mostrando que não devemos nos apegar as coisas, pois sempre se acabam,tudo na vida é assim:tudo nasce sem pedir, vive sem saber e morre sem querer... Tudo pode acontecer e um dia se acaba.
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