A
principal forma de deslocamento nas cidades com a urbanização e o aumento
populacional é o uso de ônibus. Diariamente, as pessoas percorrem distancias
enormes dentro de um coletivo como único meio de locomoção. Um serviço precário
e insatisfatório. Com o passar do tempo e enfrentando novos desafios, cada vez
mais constante de chegar ao trabalho ou em casa, buscou-se uma solução
individual. Não houve uma politica continua de governo para se somar a outras
alternativas ao uso do ônibus. Para se livrar do “nó”, o usuário resolveu optar
por comprar um carro ou moto. Desta maneira, engarrafou as ruas com veículos e
produziu o efeito de “gente” diferenciada dos outros. Quem usa e quem não usa
transporte coletivo, serve como modelo de se ver na cidade. A seguir, mostrarei
algumas vantagens para uso da bicicleta, além daquelas que as pessoas comentam
em relação a saúde e ao meio ambiente. Não se pretende aqui fazer mais criticas
obvias ao que já sabemos sobre o sistema de mobilidade em ônibus. Busco
estimular o debate para uma mudança de mentalidade e atitude quanto ao uso
racional da bicicleta.
A
engenheira de tráfego busca sempre alargar ruas, abrir novas avenidas e
viadutos e assim colaborar para o aumentou do fluxo de veículos. Nos últimos
anos a compra de carros e motos dispararam em todo o Brasil. Esse quadro caótico das ruas com trânsito
intenso de ônibus, carros e motos, em nada funciona na mobilidade das pessoas.
Só fez adiar algo que é para hoje, pois pouco traduziu a modernidade e o acesso
aos bens e serviços relacionados a veículos motorizados. Paralelo a isso, houve
o esquecimento e o incentivo ao uso de bicicletas para o deslocamento ou auxílio
de quem precisa percorrer uma longa distancia. O chamado sistema modal ( usa-se
dois meios de transportes para se chegar a um lugar) não foi planejado visto
que no máximo, as pessoas pedalavam como prática esportiva ou lazer nos fins de
semana, quase nunca para locomoção diária.
Evidente que há
motivos econômicos no uso de bicicletas que estão implícitos e nem percebemos.
Primeiro é a desconstrução da indústria do “carro” e do petróleo. Ter um carro
é, em alguns casos, necessário, sua banalização no deslocamento é que torna
esse meio de transporte um problema. Agora, pense na quantidade de dinheiro e
circulação de mercadorias que estão escondidos ao comprar e “usar um carro” ou
moto como transporte? Essa indústria só cresce no sistema capitalista. Sua ampliação vai desde novos consumidores
até os estacionamentos em condomínios e nas ruas da cidade. Paralelo a isso, o
preço da gasolina em relação a manutenção de uma bicicleta, é bem mais barato.
A
gestão de qualquer cidade renegou o planejamento de ciclofaixas. Parece que não
existem pessoas que fazem uso da bicicleta para os fins acima mencionados.
Gente que vai trabalhar, a escola ou ao comercio, usando uma bicicleta. Um
olhar atento e se perceberá quem são os ciclistas da cidade ( sua idade, classe
social, profissão...)
Recentemente
foi implementado linhas de ônibus em Macaíba. Assim, além do taxi e mototaxi,
agora os bairros terão linhas que passarão regularmente. Qual o preço disso ?
Será que se resolveu a questão da mobilidade? Por outro lado, pedalar cotidianamente
em Macaíba é um desafio. Tem certas horas em que ninguém vai ou vem a lugar
nenhum. Enfartamos as ruas com todo tipo de transporte de maneira desordenada.
Como chegamos a esse ponto? Assim, disputamos com nossas bicicletas um pequeno
espaço entre caminhões, ônibus, carros e motos. Depois, vem o segundo desafio:
Onde estaciona-las? A carência de lugares para guardar as bicicletas é notória,
basta ver a quantidade presas a postes e placas de sinalização.
Para
rever esse cenário de desordem no trânsito, falta de política de monilidade e
projetarmos um futuro melhor, é necessário adotarmos práticas pessoais e
institucionais para o uso da bicicleta. Não adianta fazer um passeio ciclístico
da escola, instituição ou grupo de amigos a noite ou num domingo, enquanto
continuamos durante a semana sendo imprensados ou esquecidos pelos motoristas. Uma
pessoa que participa do passeio precisa adotar a bicicleta como meio de
transporte cotidianamente.
Qualquer
comércio ou repartição na cidade poderia ter bicicletários e atrair clientes
com isso, algo simples que estimularia mais pessoas a irem com sua bicicleta
para esse estabelecimento. As instituições poderiam estimular os funcionários
dando o “vale-bicicleta”, uma
alternativa ao vale transporte. Uma vez na semana por exemplo, o gerente pode ir
a repartição usando a bike. Na área da educação, os alunos que fossem para as
escolas de poderiam ganhar pontos nas matérias se usassem a bicicleta
para irem as escolas. Os professores alternaria o uso carro com uma bicicleta. Alguns
lugares no Brasil já fazem isso. De imediato não veríamos resultados na mudança
de comportamento das pessoas, mas a longo prazo seria percebido na cidade.
E
pensar que Augusto Severo usava bicicleta, mas é esquecido nas horas de
transito congestionado.