Existem recordações da infância que ainda gravitam invisíveis no ar. Uma delas veio recentemente e fez-me ver a dupla face: o mistério da vida-morte na infância. Primeiramente, recordo do menino no quintal da casa, onde se criavam galinhas soltas por baixo de árvores, eram alimentadas com os restos de comidas do almoço, rações e milho. Uma graça em despejar a comida e vê-las correndo. Os ovos seria a retribuição desse carinho, Como se fossem medalhas de outro. Deles, faziam-se os bolos e omeletes. Cada galinha tinha nome ou apelido como se fosse gente. Os nomes apareciam devido as circunstâncias delas.Havia a madame mimi, magapatalógica, a bailarina, a galinha lésbica e até a punk. Aos domingos, uma delas era escolhida para ser a vítima do ritual de sacríficio, onde se cortava o pescoço e virava o prato principal. Recordo da minha mãe depenando a galinha no alpendre do quintal, mas também lembro que criavamos histórias para deixar a vida no quintal mais empolgante.
Uma galinha que desenvolveu um medo de por ovos. Na mente dela o ritual era nojento demais: Cacarejar e sair siscando de um canto para outro, sendo guiada por um galo. Dai, concluiu que não iria ser mais uma galinha que poria ovo e nem cacarejar no galinheiro. Feliz pela decisão, não pôs mais ovos. Até ensaiou cantar como um galo coisa que foi reprovada pelos demais no galinheiro. Seria a máxima entre as outras, admimirada pelas novas e se assumir como galinha diferente dinate dos donos.
A galinha ficou pedante e orgulhosa com a crista. Trincada com o orgulho. Aconteceu numa certa manhã que todos acordaram em casa assustados, foi um alvoroço no quintal. Teria entrado um ladrão para rouba-las ? Um gato estaria fazendo a farra com os pintos ? A orgulhosa galinha estava morta com os músculos duros e rígidos enquanto as outras cacarejavam por colocado mais ovos naquela para a casa.
A coitada da galinha foi ligeiro a panela. Ficou ali sem pensas, rodeada de condimentos, cebolas e outros temperos como se fossem flores deve ser uma experiência triste e lá estava dentro a pobre galinha orgulhosa.
Hoje quando vou as compras no mercado e entro no açougue, faço o exercício de não me emocionar diante dos cadáveres de galinhas expostos. Asas esticadas, pedaços de peitos expostos , cochas conrtas. O frio sobe e me arrebata a espinha inteira. Busco forças para parecer normal diante dos consumidores e funcionários dentro mercado. Cada uma deveria ter tido uma historia antes de ser abatida.
3 comentários:
Se formos pensar por esse lado,não comeriamos muitas coisas, dexariamos de comer carne de boi, carne de porco, de carneiro, seriamos praticamente vegetarianos... Mais se formos pensar como eles sofrem pra ser mortos,se nos colocassemos no lugar desses animais, não fariamos isso, é muito duro, da pena desses coitados... Mais essa é a vida humana, são costumes de uma sociedade...
Realmente Geórgia os costumes são diferentes,mais quem é q. na hora da fome vai parar para pensar como o tal animal morreu?
A decisão da galinha foi inútil,de todo jeito ela iria morrer e por isso virar alimento para humanos.Não tente ser melhor q. os outros afinal nos estamos no mesmo barco.
Colégio Equipe - 2°ano
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