O ser humano não traz, ao nascer, uma determinação natural do comportamento. A conduta do mesmo é feita numa relação dinâmica com a natureza, onde se aprende a lidar com ela, e assim elaborar um sistema humano de linguagem que lhe permite se situar em relação à natureza. Neste sentido, o ser humano é inacabado(BERGER:1985), precisando da Cultura para poder se relacionar com o meio. A cultura torna-se esse viés pelo qual se percebe diferente dela e busca o controle da natureza, ao mesmo tempo em que se sente parte dela e vive um processo de constante reelaboração dos significados do meio social.
É na condição de ser transformador das leis “naturais” e modificador do meio que as necessidades também geram um ato de organizar simbolicamente a vida e se tornar refém da condição simbólica.(GEERTZ:1989) Nesse ato organizado e instaurado do social já podemos considerá-lo como um ser tecnológico, capaz de aprimorar seus utensílios e suas formas de socialização. Malinowski viria acrescentar ser necessário seguir uma análise dessa transformação pelas chamadas “necessidades naturais” do ser humano para o modo com ele põe para funcionar a cultura.
Por outro lado, poderíamos afirmar como capacidade exclusivamente humana: a linguagem e a ação por “liberdade”. Esses dois pontos são importantes para compreendermos a Cultura é um conceito construído em oposição à natureza. Porém, buscamos aprofundar essa questão com referências mais atenuantes no universo dos significados. O antropólogo estruturalista Levi-Strauss colabora com essa análise acerca do tema: Natureza e Cultura, refere-se a “lei do incesto”( LEVI-STRAUSS: 1982) que surge no momento em que os humanos faz a passagem do estado de natureza à cultura. Os animais desconhecem tal ordem em seus sistemas. Outros elementos colocados pelo antropólogo está na ordem do cru e do cozido e da domesticação do fogo. A capacidade de preparar seus alimentos pelo cozimento é singular no universo humano. Desta maneira, viriam outras questões ligadas à morte, ao ritual de sepultamento e à sexualidade. A lei na ordem da cultura é a constatação que os humanos são capazes de criar uma existência que não é apenas natural, é uma ordem simbólica.
Assim, não houve um estado de evolução biológica no ser humano para depois ocorrer o aparecimento da cultura. Ambos acontecerem simultaneamente e intrinsecamente na formação do homem. O ser humano em seu processo particular de socialização vai desde cedo, nas diversas culturas, a incorporar os símbolos que lhe prescrevem o viver em sociedade. Desta forma, ser membro de uma determinada sociedade é se naturalizar como social, fazendo-se um objeto por completo do seu caráter construtor pelo tempo e espaço.
7 comentários:
Parabéns, pelo blog, o mesmo me ajudou muito com uma pesquisa que eu tenho pra fazer sobre a relação entre cultura e natureza, pesquisa esta da disciplina de introdução ao pensamento antropológico do curso de serviço social. Fico extretamente grata pela ajuda. Desejo sucesso.
oi costinha amei seu blog e sobre o que ele fala da antropologia!by:jessica carolayne do jelm turma do 1ano
Parabéns pelo blog vc me ajudou muito,muito obrigada!
Obrigada me ajudou muito na minha matéria de Antropologia, em Direito
Estou cursando Pedagogia e esse texto esclareceu com clareza algumas dúvidas que tive em relação à esse capítulo. Esse blog é showww, obrigado!
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