Nas primeiras horas de sol que marcavam a manhã, a estátua percebia as pessoas como formigas em direção as tarefas costumeiras. Cada cidadão andava de maneira que evitava um esbarrar no outro. Suspirou com desdem a rotina. que começa. A menina que sempre passava na praça la vinha, usava a farda escolar e carregava caderno com livros sobre os peitos. Caminhando cabisbaixa, lentamente levanta a cabeça. Percebe algo de diferente na árvore secular. Devagar se aproxima do tronco com as cascas como nunca tinha observado. Pára. Fica contemplando os galhos. Em seguida, sai as pressas de volta pela rua que veio.
" Um beijo seria uma borboleta afogada em mármore" ( Cecília Meireles )
Nas primeiras horas de sol que marcavam a manhã, a estátua percebia as pessoas como formigas em direção as tarefas costumeiras. Cada cidadão andava de maneira que evitava um esbarrar no outro. Suspirou com desdem a rotina. que começa. A menina que sempre passava na praça la vinha, usava a farda escolar e carregava caderno com livros sobre os peitos. Caminhando cabisbaixa, lentamente levanta a cabeça. Percebe algo de diferente na árvore secular. Devagar se aproxima do tronco com as cascas como nunca tinha observado. Pára. Fica contemplando os galhos. Em seguida, sai as pressas de volta pela rua que veio.
Os transeuntes veem a cena, procurando um sentido para tal desatino da menina, observam a copa da árvore. Comentando entre si sobre algo, apontam para os galhos. A pobre estátua não ouve as conversas. Mais e mais pessoas vão parando e ficam admirados e numa devoção envolta da árvore. O dia por si só já está fora da rotina, não seria de ordem como nunca foi igual. O sol quente também aquece as ideias daquelas pessoas que só crescem a cada instante, até se perder quantos são ao todo. A estátua sente-se desprestigiada com a cena. Queria gritar: olha eu aqui!!! e nenhum observa a mesma. Inveja, talvez? Ninguém se quer lhe dirige um olhar ou apontam para a direção dela.
Homens e mulheres que iam trabalhar vão chegar atrasados por causa da súbita descoberta. As carolas da igreja mais próxima se aproximam, observam com o terço na mão e começam a fazer orações. Rezam e dizem que é um milagre da virgem Maria. A líder comenta, estava escrito no livro sagrado: da rama nasceu a flor e da flor nasceu Maria...Não demorou e veio a polícia nos carros, fazem um cordão de isolamento.Ninguém toca mais na árvore. Pouco depois chegam os fotógrafos querendo o melhor ângulo para o galho branco como neve e com um broto. Um repórter entrevista as pessoas, cada um com a sua versão sobre o caso. Alguém no meio da multidão anuncia: é o fim do mundo!!! Um sinal da natureza para a humanidade!! Outro afirma que a natureza está desequilibrada. Vendedores faturam alto vendo produtos aos que ali estão.
De longe, a estátua observa a menina que acabou de chegar, não parecia ser a mesma. O olhar dela era diferente e o corpo parecia tomado por uma outra forma. Ela está acompanhada da mãe. Num instante de mistério, o olhar dela se direciona para a estátua. Fixa-se por um bom momento no corpo da estátua e vai até o rosto. Parece ser um olhar eivado de um desejo incomum.
Chega a praça um grupo de cientistas. As pessoas abrem caminho, eles se aproximam da árvore. Colhem o material e ali mesmo fazem testes e exames e depois anunciam que é um fenomemo natural daquele tipo de árvore. Algo raro, mas cientificamente comprovado. O anúncio faz todos se calarem e aos poucos irem deixando o local. Horas depois a praça volta ao normal e comum. No alto, a estátua tenta relembrar tudo novamente e principalmente a menina que foi a única a mirá-la.
Quando chegou madrugada, o vento frio ronda entre folhas e sacolas a estátua. Vê um vulto se apróximar da praça, receia que alguém iria pichá-la com desprezo novamente. Era menina vestida com uma camisola que realçava o corpo de mulher. Ela para diante da estátua, levanta a cabeça e olha com se tivesse vendo a árvore. Depois sobe a estátua cuidadosamente com todo o corpo quente, o frio bronze esculpido. Na altura da cabeça, ela para e olha fixamente e por fim beija a boca da estátua como ninguém ouso fazer isso.
7 comentários:
MESMO VOCÊ COLOCANDO UMA EPÍGRAFE DE CECÍLIA, ESSE CONTO ME LEMBROU CLARICE,POIS É UMA ESTÁTUA PERSONIFICADA, ASSIM COMO AS GALINHAS DE LISPECTOR
Costinha, seu blog esta massa(cores)deixe assim.
=)
Abraço.
costinha adorei o seu blog esta maraaa, parabéns para vc e eu gostei muito das suas hitorias principalmente "A menina e a estatua" bjssss continue evoluindo para melhor...
A pessoas neste imenso universo, que possuem uma magnífica harmonia teatral. Sua forma de mergulhar no mundo das fabulas é incrível, a uma tonalidade mágica com um toque de docilidade. De fato, o melhor jeito de expressar o dom da vida é amando as coisas como elas são.
costinha adorei seu blog e muito enteresante continue assim!!!
de sua alunas elizabeth e lais
costinha amei o seu blog suas historias são maravilhosas
essa principalmente
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