terça-feira, 10 de março de 2009

Felicidade clandestina nas noites de Natal

Nesse ensaio busco introduzir um resgate historico sobre os primeiros passos para a construção das noites de natal. De inicio exponho alguns dados coletados em entrevistas com pessoas que viveram a 'balada' nas decadas de 60 e 70...Tudo tem um começo e vamos a ele...
No final da década de 50, início dos anos 60, a movimentação das pessoas mais descoladas em Natal se restringia à atual Praça 7 de Setembro, localizada no bairro da Cidade Alta, e à Praça Augusto Severo, no bairro da Ribeira. Esses espaços eram “pontos” de encontros entre eles e para possíveis encontros sexuais com outras pessoas. Uma das gírias corriqueiras dessa época para o sexo era: “fazer o faroeste” conforme nos foi informado pelos entrevistados na minha pequena pesquisa. As esquinas da Igreja de Bom Jesus e Rua 15 de Novembro serviam ocasionalmente para conversas com as pessoas que os procuravam.
Uma figura conhecida na cidade era; Velocidade. Ele tinha recebido o apelido pelo fato de andar rápido pelas ruas da cidade. Em período de eleições, quando ocorriam os comícios e as paseatas pelos bairros perifericos, ou em festas púbicas de grande concentração, os locutores chamavam a atenção das pessoas para a presença dele. Já Rosa Negra recebeu esse pseudônimo pelo fato de ser negro e de sempre estar com um buquê de flores nas mãos que entregava para os transeuntes; ele estava presente constantemente nos arredores da Igreja do Galo. Depois da tradicional missa da noite de domingo, após o funcionamento da faculdade de Direito, e o fechamento das atividades no Teatro Alberto Maranhão, dois ou três populares menos conhecidos começavam a circular pelo itinerário Ribeira – Cidade Alta. Assim, funcionou durante muito tempo a convivência entre os transeuntes em Natal em busca de aventura sexual.
Na década de 60, começa a surgir bares a onde a presença de gente com uma certa contra-culutra já era observada pela sociedade em geral. Poderíamos dizer que seria uma movimentação mais visível em Natal de novos hábitos, inicia-se de forma singular e singela dos bares para as boates. No final de 1965, surge o bar Arapuca, que se constitui um marco na história em Natal, pois nos seus recintos reuniam-se artistas e intelectuais para se encontrar e conversar. O Arapuca funcionava no bairro do Alecrim. Havia outros dois bares: O Pé de Mocó e Brizza Del Maré. Eram Bares populares palafitas no Potengi, na rua Ocidental de Baixo, perto do Paço da Pátria. O Brizza Del Maré tinha uma clientela mais selecionada, aberto para homens e mulheres, sendo o Pé de Mocó uma bar de freqüência quase restrita de homossexuais, geralmente travesti. Para melhor diferenciar as clientelas, podemos afirmar que o brizza Del maré era freqüentado por entendidos e o Pé de Mocó tinha uma clientela de bichas, embora a separação não rígida.
De fato podemos observar que os ambientes para a vivência e expressão das sexualidades e a sociabilidade em Natal perpassam outros aspectos além da cena noturna. Como uma cidade de belas praias e com uma rede de serviços urbanos atuais, a mesma contém uma tímida rede de pontos de descolados, negros e outros grupos sociais. As diversas praias em Natal possuem pontos de referência para a sociabilidade de "nós" como os "outros": As praias constituem um territorio que se articulam pessoas de várias identidades. Em Ponta Negra, por exemplo, as áreas próximo ao Morro do careca são referências importantes e pontos de encontros de felicidades e clandestinos locais e estrangeiros.
A trajetória aqui apresentada quer ser ponta pé na reflexão histórica local acerca do dos bares, boates e points em Natal. Acreditamos que outros acontecimentos virão de onde menos se esperam para mostrar a dinâmica da sociedade e se instalarem na história do lazer e diversão na esquina do Atlantico Sul.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

OFICIO DE RAPAZ

Os garotos de programa (termo generico) se configuram no mercado do sexo de forma visível e impar. Se formos fazer uma analise sem medo do que existe em torno deles, ai sim e é necessario desconstruir mitos e falácias os mesmos.
Os adolescentes e jovens prestadores de serviços sexuais são tão reais quanto as garotas de programa e compõem as nossas vidas cotidianamente. Recebem várias denominações: “boy”, “ garoto de programa”, "masssagista de sauna" e “michê” entre outras.
O interesse é destacar pontos sobre o mercado do sexo viril e as relações com as identidades construtivas e a (des)territorialidade do desejo no próprio espaço social e do corpo. E também desvincular o moralismo religiosos, o senso comum da midia e a visão vitimista dos discursos politicos para com a questão.
Desde a academia de musculação até as grifes de roupas masculinas, eles vão se elaborando na fantasia sexual para a vasta e especifica clientela que os procuram com seus serviços sexuais. Por outro lado, os jovens profissionais do sexo fazem uma mobilizadade social a partir das benesses, perpassam possibilidades de ter instabilidade econômica e acesso a bens culturais. Os mesmos têm desenvolvidos um mercado exclusivo dentro da onda do sex trade e dão contornos para se pensar questões entre sexualidade e a interação dos valores capitais, ou sejam inserem novos elementos dentro das reflexões de gênero, da identidade, práticas sexuais e outras.
A relação econômica dos jovens profissionais do sexo torna-se simétrica a atividade sexual? Não pode-se afirmar que em primeiro plano reside a necessidade financeira e que usa-se o sexo para garantir um rendimento honorário e ao mesmo tempo ter/dar um prazer efêmero. O financeiro se torna um elemento nos serviços sexuais, não é o principal ou o mais importante. Nosso olhar se condicionou a enxergar a questão assim e deve-se desconstruir o adestramento dos valores acerca dos profissionais do sexo.
Dependendo do prestador de serviço, o local e o que vai acontecer o preço vai variar.DAi, a necessidade de relativizar a questão como algo puramente economico.É incerto e improvável entre quem faz e que procura. Existe internamente na prostituição viril, as situações entre os garotos de programa e clientes com outros intercambios que mancham a fronteira: dinheiro e prazer.
Há quem oferece serviços por telefone, coloca-se o número nos jornais e pronto.Ou internet com blogs, sites de relacionamentos e outros. Se dizem “universitários” “rapazes fino trato” e outros adjetivos que moldam-os até as partes intimas com polegadas para as fantasias desejadas. Já os “massagistas” de saunas aparecem são jovens autônomos, e que a noite prestam serviços com massagens. Por fim, há aqueles que vão para rua e em algum bar. Esse grupo seria os despossuídos por estarem contando com todos os clientes e ficarem a mercê dos riscos que a noite oferece. Acredito que são os mais estigmatizados, pois eventualmente, um marginal se passa por garoto de programa e rouba ou comete violência com os clientes. Como já mencionei, isso não quer dizer que são categorias estanques. Alguns elevam na hierarquia e tem ascensão para o topo dessa pirâmide de mercado.
Então, qual o seu oficio rapaz?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Serviços, Mercados e Prostituição....Alguns esclarecimentos

O termo mercado e serviços sexuais podem se transformar numa expressão genérica para se entender as transações econômicas e as relações que permeiam os serviços propostos. Primeiramente, o que existe é uma ampla designação dos termos, onde outras áreas vão se posicionando: Sex-shop, saunas, moteis, casas de massagem, revistas pornograficas, videos pornos e até o turismo sexual operam sob horizontes normativos e regras sociais distintas para publicos cada vez mais específico.
Quero enfatizar que mercado de serviços sexuais se refere à prostituição e os seus distintos meios de divulgação(ciberespaço, anuncios em jornais, casa de shows eróticos...) e não exclusivamente os mesmos em relação ao turismo sexual. Ambas as questões bastante distintas e que por vezes tornam-se uma fronteira borrada por falta de informações importantes.
O proprio termo “mercado” que uso, é diferente daquele comumente entendido por especialistas em negócios, finanças e economia. Existe uma complexidade em designar a relação entre capital e geração de riqueza pelo mercado e seus desdobramentos nas relações de negócios. Na há como negar que, o mercado sexual gera ganhos econômicos e está crescendo constantemente, organiza-se como qualquer empresa na sociedade, tendo suas tendências e valores do momento.
Já o termo Serviço sexual é bastante especifico dentro do mercado sexual e não deve ser confundido com negociação do corpo.Tão pouco entendido como inferior ao mercado mas sim como algo que contra poem-se a exploração sexual que se engendra na infancia e que é compreendida aquí como uma rede de pessoas e profissionais das mais diversas área articulados que evocam uma complexidade de setores envolvidos independentes para fins sexuais e desumanos da exploração infantil .
O que se oferece no serviço sexual pelo profissional do sexo é o saber "fazer" e a atividade sexual, trata-se de uma relação impessoal que tem foro econômico, mas envolve questões acerca do mercado e das subjetividades dos envolvidos. Os serviços sexuais e as relações pessoais não estão tão distantes uma da outra, quando o que se está em questão é atividade sexual. O mesmo abre-se em inumeras possibilidades de encontros e intimidade, além das relações financeiras. E as proprias formas de gratificações são variaveis de acordo com os serviços feitos.
Como esses conceitos agora expostos, busco esclarecer e ao mesmos tempo ampliar a reflexão em torno da problemática enquanto elabora-se novas possibilidades de olhares para o tema sem cair na mesmice do que dito.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O QUE É SER ADOLESCENTE, AFINAL?

Para entendermos melhor a pergunta inicial, se faz necessário ter a concepção sobre o que é ser adolescente e jovem na sociedade. Para isso, é preciso desconstruirmos questões em torno do ‘mito da adolescência’ e depois relaciona-las a conceitos que vitimizam-os. Discordo da visão um tanto tradicional e estigmatizada por interpretações toscas, universalistas e psicologizantes sobre adolescentes e jovens hoje.
Segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), há uma distinção entre as referidas categorias: criança, adolescente e jovem. Na disposição jurídica e política: até os 12 ( doze anos incompleto) a pessoa é considerada criança, dos 13 ( treze) aos 18 ( dezoito) anos adolescente e dos 19 ( dezenove ) aos 24 ( vinte e quatro) jovem. O Estatuto busca legislar sobre o que seja criança e adolescente para executar políticas públicas direcionadas a eles a partir de um recorte etário com um viés jurídico-legal.
Esse modelo jurídico-legal têm servido de base para organizações sociais buscarem delimitar suas ações, mas também para respaldar os próprios sujeitos como agentes direitos na sociedade. No entanto, este estudo de adolescentes e jovens será compreendido em sentido mais amplo. Se buscarmos caracteriza-los na cultura e suas representações sociais, as interpretações serão outras. Ou seja, o adolescente e jovem em focado é mais um reflexo da cultura do que alguém que produz algo próprio e autônomo da sociedade. A elaboração de seus valores e hábitos está aquém deles, sendo o resultado das influências sociais.
De fato, adolescentes ou jovens podem ser encontrados ao longo da história, nas sociedades e nas diversas culturas. Nas sociedades ocidentais antigas, o termo era genérico demais, pois englobava o adolescente, para a nomenclatura jovem. Não havia a necessidade de especificar por questões sócio-estruturais e etárias as categorias referidas. Isso se justificava por uma razão: na Antiguidade, o modo de vida das pessoas era diferente do nosso. A finalidade da existência, era baseada na construção e continuidade da sociedade. Em qualquer fase da vida, a pessoa se pensava a partir de funcionalidade dela em ‘razão social’ . Preparavam-se a pessoa para assumir um lugar público e uma função que traga ganhos ao meio do qual fazem parte.
Apesar do termo adolescente e jovem ser anterior a modernidade, ambos assumem características próprias e distintas nesse contexto, tomando proporções diferentes, principalmente se for levada em conta a vida na cidade industrializada. A noção de pessoa ganha espaço com o desenvolvimento técnico e cientifico e, a continuidade do ser, não se dará mais através da sociedade, mas sim de projetos supostamente ‘individuais.’ Ou seja, o adolescente e jovem deve encontrar o ‘seu’ lugar na sociedade. O adolescente e jovem na modernidade surgi como identidade a partir de mudanças nos valores em torno do individuo. De forma paulatina ocorreu uma nova divisão do trabalho pelo avanço tecnológico (nada com desenvolvimento fisico) que passou a exigir uma formação complexa pelo saber educacional e assim os adolescentes e jovens permanecessem mais anos nos estudos para ingressar no mercado de trabalho.
Se os adolescentes obtêm possibilidades de autonomia e condições de sustento, pode ser ‘independente’ para responder na sociedade pelos próprios atos.
Essa capacidade e força de ingressarem no meio dos adultos, ai sim, tornou-se uma ameaça ao controle das autoridades. Daí, as táticas de normatização jurídica e política sobre adolescentes vão se instalando no transcorrer do processo de consolidação da modernidade. Sem o aval dos pais ou responsáveis não se tem autoridade sobre si, sempre o outro vai responder por ele e nem se ingressariam nas redes sociais.
Por outro lado, a modernidade contribuiu para que paulatinamente adolescentes se tornassem consumidores: ter telefone celular, possuir um blog, sair na capa de revistas especializadas, visitar sites de relacionamentos, ter gosto por roupas de grife, opções musicais e desejos a serem realizados. Os mesmos são perecíveis como consumidores e produtos de consumo. Das passarelas para frente às câmeras ou nas ruas para os programas educacionais, adolescentes são consumidos. Quando então, a lei e a coerção social em torno deles, os tornam “adultos,” os adolescentes e jovens têm que optar por profissões, serem chefes de família e se tornarem o alvo de outro mercado consumidor.
É necessário ressaltar que fatores externos tendem a fazer da adolescência mais curto ou mais longo na vida da pessoa, dependendo qual cultura estejam inseridos. Pesquisas realizadas revelam que a duração do período de adolescer pode ser diferente nos indivíduos por parte dos segmentos sociais a quem eles estejam inseridos. As investigações revelaram que principalmente os ingressos numa atividade remunerada aliada a condições adversas possam acelerará um amadurecimento de adolescentes, como se ver nos segmentos populares da sociedade quando cedo começam a trabalhar.
Por ser um período de novas experimentações, de se elaborar uma identidade que assume perante o meio, na passagem da criança para a vida adulta, é comum acreditar que seja um estado de ambigüidades que levam aos questionamentos existenciais. Então, tentou se associar oscilação da identidade e a transgressão dos valores dos pais e das autoridades como elementos que estão vinculados ao se viver a passagem na ‘modernidade’.
Como podemos perceber, a idéia de se controlar e normatizar sobre adolescentes e jovens, tem o pretexto de vê-los como uma ameaça ao meio social. Alguns estudos e pesquisas desconstroem esses olhares acerca dos mesmos. Retiram as concepções de crises e conflitos ligadas a ele, colocando a adolescência e juventude dentro da dinâmica cultural e relacionando com a vida privadas dos adolescentes e jovens. Afinal, a pergunta continua: De que adolescentes estamos falando, afinal?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

VIVA A FILOSOFIA

Ensinar filosofia é uma tarefa desafiadora e prazerosa em vários sentidos. A principio sabe-se que é difícil discutir vários séculos de produção intelectual em apenas uma ou duas aulas por semana e depois associar isso ao longo período de repressão e censura em torno da matéria, soa como pregar para os pássaros. Assim se criaram certos entraves envoltos das aulas de filosofia. Vale lembrar que não se ensinar a pensar quando se estuda filosofia, se ensinar a filosofar.
Atualmente, educadores e educandos estão procurando sanar as lacunas acerca das aulas de filosofia e começam a introduzir a vivência da mesma entre no Ensino Fundamental e Médio, e há ainda aquelas universidades que já põem questões filosóficas nos seus exames vestibulares. Para tal intento, a aula de filosofia adotada nas séries iniciais tem alguns objetivos: Criar um sentido de democracia e debate baseado na reflexão combatendo o dogmatismo e os preconceitos do pensamento expresso no senso comum nas séries iniciais, sendo ao mesmo tempo um instrumento de consolidação do saber crítico e da cidadania entre os membros da comunidade escolar.
Por outro lado, corre-se o risco de banalizar o saber filosoficos com livros "best-seller", quadro de programas de domingo ou similares. Todo cuidado é pouco para isso, pois o efeito para se tornar um veneno.
A intenção de ensinar filosofia não é formar filósofos, longe disso. Mas provocar a reflexão inerente a todo o ser humano. Filosofar não é questão de idade, mas de habilidade. De certa forma, somos sempre filósofos quando nos propomos a pensar de vários ângulos sobre questões de natureza reflexiva e das experiências vividas. E por estarmos dando sentido as coisas e, diante dos problemas apresentados pelo existir, tendemos para a reflexão. Então, o filosofar é refletir, buscando novos caminhos e principalmente repensar “as verdades” já prontas na vida. Por isso as aulas de filosofia são a busca de meios que desarmem os envolvidos que estejam dispostos a rever suas opiniões e o posicionamento diante da vida.
Talvez alguém possa contra-argumentar que todas as disciplinas da escola são igualmente capazes de desenvolver o pensamento crítico, isso é uma verdade que não pode ser negada. Não tentamos tampouco dar à filosofia uma prerrogativa de superioridade sobre os outros saberes. Apenas destacamos a especificidade que diferencia de estudar filosofia das outras formas de compreensão do real.
A reflexão sistemática da filosofia, diferentemente das Ciências ou das demais formas de saberes que tem um objeto próprio, se faz a partir da indagação sobre todas as coisas. E essa maneira se faz de modo radical, rigorosa e com um conjunto regras racionais e lógicas, o que supõe a busca coerente dos fundamentos, além de imprimir nesse processo um caráter de interdisciplinariedade, por ser capaz de estabelecer um elo entre todos os saberes.
A filosofia só inicia seu trabalho a partir do que foi pensado ou transformado nas expressões da cultura e da Ciência e evidentemente, não como simples constatação do já feito. Mas como colocar em questão o pensamento e a ação humana? É necessário e urgente um estudo sistemático do pensamento. Sejamos filósofos transformadores a partir da experiência em sala e para fora da própria escola.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DEUSAS ALÉIAS

Para Naida, Marta, Nadja e Magna

Fim da tarde.
Já brilha a estrela d’alva.
Luzes nos postes acendem a cidade
Um vazio em quatro partes.


A ausência do riso de Marta.
Parece faltar terra, água, fogo e ar.
Ela saber ser e estar
Com arte e graça.

E me vem outra falta:
Ela realça as cores e o existir.
Estou invocando a presença de Nadja
Com o jeito gostoso de ser escandalosa,
Quero ver ninguém não rir
Nas conversas e nas prosas.

Uma outra, um pouco rainha e sacerdotiza.
Sabe de remédios e doutrinas,
Uma mão aberta e caridosa
vem vindo pela ausência, é Magna.

Já Naida, diria ser misteriosa.
Olhos silenciosamente azuis.
É guerreira valente e audaciosa.


É fim de tarde,
quatro gerações se entre olham
No mesmo sangue
Nas mesmas histórias.
Fiam juntas,
Tecem vidas
E Cortam destinos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

REVEILLON

a Marta Gurgel

Beba do vinho guardado.
Enquanto se olha os fogos açoitar o céu
Descubra outro paralelo as tarefas.
Contas, cheques e emprestimos para o beleú.
Abra razões no sorriso escancarado,
A cada gole invoque beijos e abraços.
Festeje todo dia o ano iniciado.