domingo, 26 de setembro de 2010

Os não-lugares para aluguel



 "Por um não-lugar ao Sol"

Um dos conceitos em voga na Antropologia e consequentemente nas Ciêncais Sociais, é Não-lugar (Marc Augé). Serve-nos para entender como a sociabilidade em condições  intergrupos e interpessoais nas sociedades modernas. Tal concepção tem um poder de suscitar reflexões teóricas importantes sobre a modus vivendi na modernidade. Aqui exponho um pouco do que ja escrevi sobre o assunto e que agora quero partilhar com os demais.
A noção de não-lugar apoia-se na questão acerca da apropriação do espaço para diversas finalidades, pois será a partir dela que perceber-se o fenômeno dos encontros fora do âmbito familiar. São famosos os meios e locais dentro das grandes cidades por possuírem uma natureza de envolvimento entre desconhecidos que transitam e mantêm neles um ponto de reorganização das relações e contatos. Tal apropriação do espaço público tem um caráter de inversão do cotidiano vivido. Ocupa-se o espaço para recriar novas regras momentâneas e inverter a ordem para outras possibilidades.
Há uma vasta produção etnográfica dentro da Antropologia sobre a apropriação em locais públicos, como as praças e ruas, pelos movimentos religiosos, políticos, negros, em determinada ocasião, para manifestarem suas expressões e desejos. Nesta ocasião, apresentam-se para os demais as suas condições e anseios; apropriam-se e interagem com os diferentes. Nesses locais, também podemos verificar a ocupação do espaço público para o exercício do se identificar, ao mesmo tempo, o modo de estruturação e a forma da repressão à mesma. Não só na condição de grupos, o não-lugar se abre para as relações informais entre as pessoas. 
Enfim, descrever o não-lugar é ter um novelo teórico que ajuda-nos a compreender além do visivel e a enlaçar outros conceitos teóricos. Sirvam-se do não-lugar para suas andanças pelas cidades.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu tenho um amigo historiador, que descreve alguns desses não-lugares como patrimônio imaterial.

é interessante o ponto de vista dele, já que eu achava que todo patrimônio era algo muito antigo e tal...

interessante seu conceito de não-lugar tbm. (mesmo sem saber se o conceito eh mesmo SEU por excelência.. rsrs)

bjus amigo.

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