terça-feira, 17 de agosto de 2021

A Família : Dinâmicas externas e internas.





 
Assim como as leis, a cultura, a educação, a religião e outras formas de viver em grupo  vieram surgindo e sendo importante para a vida social do individuo, a família se torna importante elemento para a compreensão das relações sociais. Se observa que a ela se faz como elemento importante para compreendemos o que é uma instituição social. Podemos pensar como se forma uma família ? como ela é constituída ? Suas estruturas e as relações culturais ? E ainda colaborar com o modo de pensar, agir e viver da pessoa. 
Ao nascer, já encontramos o estabelecimento das estruturas que existe para atender as necessidades sociais e não pessoais. A família vai servir como instrumento de regulamentação e controle dos seus membros  na sociedade, assim deve-se ser observado:  a interdependência da família com as outras instituições sociais ( religião, Estado, Educação). Ou seja: o ser pai, mãe e filhos reproduzem em grupo as regras implícitas e explicitas que formam  as condutas que valem para toda a convivência social.
Para Durkheim, o século XIX as-
sistiu ao início da passagem da famí-
lia patriarcal, «que impõe aos des-
cendentes o casamento adequado à
continuidade de determinada lógica
familiar e colectiva», para a família
conjugal, onde, pelo contrário, «é o
casamento que funda a família»
Levando-se em conta aspectos como o tempo e o local, a família possuem variações de papeis e a composição de seus membros. Embora as normas sociais determinem as regras de funcionamento da família, cada família tende a valorizar determinadas normas do que outras e não querer outras de forma explicita. 
Para Durkheim, o século XIX as-
sistiu ao início da passagem da famí-
lia patriarcal, «que impõe aos des-
cendentes o casamento adequado à
continuidade de determinada lógica
familiar e colectiva», para a família
conjugal, onde, pelo contrário, «é o
casamento que funda a família»
Em relação ao casamento, a família pode ter uma união: monogâmica onde uma mulher pode ter apenas um homem ( sexualmente) quer seja por uma única união ou por meio do divórcio.  Há também o casamento poligamia ( poligâmico) em que cada cônjuge pode ter duas ou mais companheiro. Detalhe, o casamento de uma mulher com mais de um homem é chamado de poliandria, e o casamento de um homem com mais de uma mulher é chamado de poliginia. O casamento responde a uma necessidade da sociedade para manter uma ordem necessária ao funcionamento das demais instituições sociais. 
De modo geral, em quase toda sociedade se estabelece uma união legitima que podemos denominar de casamento. Assim, os casamentos podem ser endogâmicos e exogâmicos. A união endogamica é aquela que ocorre dentro do mesmo grupo social ou familiar e o exogamico se refere a união com alguém fora do grupo, raça ou classe social diferente.
 As mudanças dentro da família (organização e representação) apenas dão cunho legal às transformações que estão ocorrendo na sociedade, na qual a mulher vem assumido um papel destacado na  estrutura familiar. Além de trabalhar duro fora de casa, contribuindo para o sustento  do lar, ela ainda executa a maioria das tarefas  domesticas, ocupando-se da limpeza da casa e da alimentação e educação dos filhos.








sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Sociedade, Parentesco e Família.





O nosso objetivo é buscar o início de uma reflexão mais complexa sobre o tema e mostrar que a situação não é tão simples de se explicar e de se entender apenas por uma justificativa simplória. Primeiro, precisamos compreender que família não estrutura e forma a sociedade em geral, é ao contrário: a sociedade que forma a família. É necessário desconstruir algumas ideias errôneas que compreendemos de modo simplista da relação família e sociedade.

Constantemente ao lermos em jornais, assistirmos na internet ou recebemos informações sobre situações de conflitos ( assassinatos, brigas) e crises familiares, refletimos sobre o "papel" da família na sociedade, não pensamos que aquilo é uma consequência de vários fatores. E também como se a mesma tivesse uma função reguladora ou possuísse um poder de gerar bons cidadãos. São informações distorcidas que mostram ao contrário daquilo que sentimos sobre a nossa própria família e do que pensamos nas nossas cabeças. A famosa desestruturação dos membros na mesma já é assunto comum. "O mundo está de cabeça para baixo," pode se dizer que as pessoas que não entendem que as famílias  e o parentesco são conceitos sociais dinâmicos e em constantes mudanças de acordo com o ritmo histórico da sociedade. 

As descobertas feitas nas pesquisas Sociológicas e Antropológicas mostram o quanto é complexo se  analisar as relações de parentesco  e que pelo senso comum reproduzem somente a transgressão das regras familiares. O modelo atual e nuclear de família e também de parentesco se tornou mais um resultado de processos históricos diversos para a consolidação da modernidade do que algo que já existia como eterno e fixo dentro da sociedade civilizada. 

As investigações científicas se mostraram emblemáticas no que compreendemos que a base da família ( Mãe, Pai e Filhos). Vamos lá, primeiramente de que isso não está numa relação geracional e sanguínea dos membros. Na verdade, a Antropologia demonstra que as condições de consanguinidade se tornaram apenas um dos elementos para a análise do núcleo familiar, não é o principal ou o mais importante. Outras condições como a econômica e até de circulação das pessoas tem se mostrado importantes em certos aspectos quanto o assunto é "família". 

Assim associando a genealogia do parentesco, podemos ver que ambas se formam e se mantem a partir de interesses externos a elas mesmas, presentes mais nos elementos socioculturais do que nos sanguíneos, como se fosse a consequência e não causa. O casamento mostra que a união de um homem com um mulher obedecia a interesse econômicos e de categorias sociais do que uma ligação afetiva.

As investigações levaram as comparações culturais revelando que em todas as sociedades humanas existentes há um sistema de adoção e estruturação do que seja "a família ideal" para aquela cultura e  as relações de "parentesco correto", por vezes diferentes e até contraditórios aos nossos padrões. Ou seja, a família se forma para ajudar a manter a funcionar um sistema social maior do que interesses particulares.

Esse sistema tem como função a manutenção e reprodução dos laços de convivência(econômico, político, social) que estão na sociedade especificada quer seja uma sociedade africana, asiática ou nativas, pouco relacionado com a reprodução sexual e a proteção de sua prole ( filhos). 

Assim, quando assistimos aos programas de TV's e na internet mesmo os (des)casos que pululam nos meios de comunicação revelam uma situação particular que não podem jamais ser generalizada, alias como modelo de punição para os outros membros da sociedade. Diga-se de passagem que a sociabilidade humana dentro do atual modelo familiar está permeada de condições contraditórias: sociedades individualistas, urbanas, desagregadoras e que somente acentuam o sentimento de exploração que sempre vem acontecendo frequentemente no espaço público e vem para dentro da lar. Quando alguém quebra a regra instituída pela sociedade, sofre sérias punições por não obedecer a ordem estabelecida. Ao contrário do que se imagina, as outras instituições sociais necessitam da organização normativa e cultural para existir, usam a família e o parentesco que são "naturais" para a formação das virtudes da pessoa, para acentuar a função de cada membro na sociedade. Mas, se permite a existência da família é em condições restritas com regras de convívio para a manutenção de outras ordens, isso é uma relação de confronto e oposições que estabelecem um certo equilíbrio para a manutenção de ambas (sociedade e família).

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Aspectos teóricos de Pierre Bourdieu.






Pierre Bourdieu colaborou para uma Sociologia capaz de explicar aqui que se escondia no comportamento social e faltava uma explicação. Para ele, as diferentes práticas sociais, inclusive aquelas relacionadas, baseiam-se na posição que as pessoas ocupam na estrutura da sociedade. Em outras palavras, elas se baseiam em sua posição social. A cada posição, correspondem determinados estilos de vida. Essas disposições formam um sistema complexo que diz como as pessoas devem se comportar. Bourdieu chamou esse sistema de habitus. Note que não se trata de “hábito”, mas da palavra latina habitus. Mas, se fossemos pensar assim em relação aos gêneros ?

Na obra “A dominação masculina”, ele discorre sobre a estrutura do poder do masculino no processo de eternização do gênero. vamos lá entender seu pensamento: O ser homem (corpo) no sentido social está automaticamente vinculado as identidades heterossexuais ( sexualidade ) e ao masculino genérico. Não seria somente o corpo, mas a linguagem, a imagem e outros meios de usar o masculino. Ou seja, a “ doxa” seria a crença ou práticas sociais que são consideradas como normais e comuns, evidentes por si mesmas, não sendo objeto de nenhuma discussão ou reflexão. A partir daí, homens e mulheres vivem seus gêneros, exercem a sexualidade e elaboram o corpo cultural de acordo com os padrões coercitivos do meio social. 

As analises de gêneros sempre estiveram coladas ao corpo e à sexualidade. Assim diariamente quando pensamos em sexualidade e corpo estendemos esse pensamento as nossas observações para o "Gênero" pela visão reducionista ou essencialista da divisão biológica ( masculino e feminino), nem se quer ousamos pensar pluralmente em masculinos e femininos. 
Desta forma, a tríade ( corpo, sexualidade e gênero) se naturaliza como algo social e torna-se obrigatória para o individuo, a apropriação e o uso dos mesmos, fazendo deles uma afirmação de seu caráter construtor pela historia e sujeição no social. A tríade influencia o individuo, perpassa as próprias fronteiras instauradas dos mesmos e fluem para outros campos. Pensemos nos nossos sentimentos e emoções que estão rotulados de masculino e feminino. Ressaltamos o importante papel desempenhado pelos mecanismos culturais adversos para a formação da sexualidade, do corpo e gênero dentro de um contexto social restrito que reflete de forma singular na condução da pessoa. O controle e a vivencia vão ser cercados de tabus e códigos que têm como ponto comum o exercício da subordinação e da dominação.
O que você terminou de ler foi uma ponta do fio que leva ao novelo da Sociologia de Pierre Bourdieu em "A dominação Masculina." Sempre questionador que inverte a relação causa e efeito da prática social que hierarquiza as nossas vivencias, Bourdieu é um convite para concordar ou discorda de suas analises sociológicas com ética e crítica. Quando se ler e reler seus textos, frutos de suas pesquisas sociais, podemos mergulhar naquilo que chamamos sair da própria bolha. 

terça-feira, 27 de julho de 2021

As Explicações da relação da CULTURA e da NATUREZA


  


          O ser humano não traz, ao nascer, uma determinação natural do comportamento. A conduta  do mesmo é feita numa relação dinâmica com a natureza, onde se aprende a lidar com ela, e assim elaborar  um sistema humano de linguagem que lhe permite se situar em relação à natureza. Neste sentido, o ser humano é inacabado(BERGER:1985), precisando da Cultura para poder se relacionar com o meio. A cultura torna-se esse viés pelo qual se percebe diferente dela e busca o controle da natureza, ao mesmo tempo em que se sente parte dela e vive um processo de constante reelaboração dos significados do meio social.
É na condição de ser transformador das leis “naturais” e modificador do meio que as necessidades também geram um ato de organizar simbolicamente a vida e se tornar refém da condição simbólica.(GEERTZ:1989) Nesse ato organizado e instaurado do social já podemos considerá-lo como um ser tecnológico, capaz de aprimorar seus utensílios e suas formas de socialização. Malinowski viria acrescentar ser necessário seguir uma análise dessa transformação pelas chamadas “necessidades naturais” do ser humano para o modo com ele põe para funcionar a cultura.
Por outro lado, poderíamos afirmar como capacidade exclusivamente humana: a linguagem e a ação por “liberdade”. Esses dois pontos são importantes para compreendermos a Cultura é um conceito construído em oposição à natureza. Porém, buscamos aprofundar essa questão com referências mais atenuantes no universo dos significados. O antropólogo estruturalista Levi-Strauss colabora com essa análise acerca do tema: Natureza e Cultura, refere-se a “lei do incesto”( LEVI-STRAUSS: 1982) que surge no momento em que os humanos faz a passagem do estado de natureza à cultura. Os animais desconhecem tal ordem em seus sistemas. Outros elementos colocados pelo antropólogo está na ordem do cru e do cozido e da domesticação do fogo. A capacidade de preparar seus alimentos pelo cozimento é singular no universo humano. Desta maneira, viriam outras questões ligadas à morte, ao ritual de sepultamento e à sexualidade. A lei na ordem da cultura é a constatação que os humanos são capazes de criar uma existência que não é apenas natural, é uma ordem simbólica.
Assim, não houve um estado de evolução biológica no ser humano para depois ocorrer o aparecimento da cultura. Ambos acontecerem simultaneamente e intrinsecamente na formação do homem. O ser humano em seu processo particular de socialização vai desde cedo, nas diversas culturas, a incorporar os símbolos que lhe prescrevem o viver em sociedade. Desta forma, ser membro de uma determinada sociedade é se naturalizar como social, fazendo-se um objeto por completo do seu caráter construtor pelo tempo e espaço.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

A nomeação do Corpo e seus passos.




A nomeação de corpos é uma maneira de docilizar ele. Assim, os corpos dos outros são nomeados como forma de intrusão por terceiros. Geralmente, a marcação dos corpos dos outros se faz por meios morais condenatórios.  Vejamos os casos sobre aquilo que convencionou ser chamado de prostituição. Os prestadores de serviços sexuais compõem o cenário de qualquer cidade, mas principalmente dos centros urbanos. Recebem várias denominações: " garota de programa ou garoto de programa”, "massagista" "modelo" e “michê” entre outras. O perfil deles mostra que não têm uma idade certa, categoria social e cor, mas que se situam precisamente entre a juventude e não muito na fase adulta. Diminuem com a faixa etária.  Geralmente, começam a partir de uma vivencia diversa com os outros semelhante, vão se inserindo no circuito de ofertas de serviços sexuais. Adquirem nomes fictícios e assim como tornam-se trabalhadores (ras) do sexo, poucos vivem exclusivamente desses serviços.
O objetivo desse texto é destacar alguns pontos importantes sobre o mercado do sexo viril e as relações com as identidades construtivas e a territorialidade do desejo no próprio espaço social da cidade e na condição de construção do corpo. O que propomos é a refletir especificamente dos garotos de programa, buscando apresentar itens que revelem outra dimensão da que temos do senso comum. De fato, as relações sociais dos profissionais do sexo gira em torno de grupos diversos: ida academia de musculação, prática de esporte, fazer curso de idiomas, saída para bares, festas e eventos. A complexidade de ser homem e se "prostituir" engendra questões morais, sociológicas e econômicas. Poderíamos abordar o tema que a partir dos elementos utilizadas para a conquista de seus clientes e com uma analise que desenvolva a desempenho aglutinador deles em torno da pratica da prostituição. 
Em tempos de "turismo" e "globalização" se evidenciando mais as “garotas de programa” nos assuntos diários, na internet e na mídia. Pouco se debate sobre os rapazes no mercado do sexo de forma semelhantes as mulheres que se prostiutuem. Assim quase invisível, mas com a urgência de uma analise sociológica que nos propomos a discutir ou iniciar o assunto com três passos. 

PRIMEIROS PASSOS:  Desde a academia de musculação até as franquias de roupas masculinas, os "rapazes de programa" vão se elaborando no imaginário social que o mitificam ou estigmatizam no imaginário das pessoas. Ao mesmo tempo em que fazem do serviços sexual mobilidade social com a atividade enquanto utilizam os recursos financeiros que possibilitam instabilidade econômica e acesso a bens culturais. "Os michês" têm desenvolvidos um mercado exclusivo dento do serviços sexuais e dando novos contornos para se pensar questões entre sexualidade e a interação dos valores capitais e inserindo novos elementos dentro das reflexões de gênero, da identidade, práticas sexuais e outras. Vale apena lembrar que serviços sexuais tornou um termo amplo para designar motel, sex shop, ensaio fotográfico, filme pornô, perfil em redes sociais e outros meios onde o sexo gera rendimentos financeiros e mobilidade social. 

SEGUNDO PASSO; Quando o tema ganha a visibilidade na sociedade sobre o assunto, geralmente é por terem a imagem associada a violência e a marginalidade. Na impressa ou na internet, o assunto é tratado de forma alarmista ou preconceituosa. Certamente alguns que se passam por “michê”, na verdade não são. Vão as áreas de prostituição ou usam os meios de divulgar os serviços, são agressivos ou violentos e cometem o rouba e crime. Um profissional do sexo com bom senso que atua regularmente no mercado do sexo não faria isso para sujar a imagem. O próprio trabalho é arriscado ao profissional, pois pode haver extorsão de marginais, da policia e até mesmo dos próprios clientes. A história de vida deles e como chegaram ao mercado do sexo já é motivo de se busca uma política publica exclusiva e em paralelo desenvolver o respeito e a tolerância a pratica dos serviços sexuais por parte de cada segmento social.

TERCEIRO PASSO: Por vezes queremos separar sexualidade e cultura, mas as pesquisas sociais mostram que existe uma relação intrínseca em o viver a sexualidade a partir das influencias culturais. Dentro dessa leitura, podemos afirmar que o mercado de serviço é muito mais um resultado e confluência de vetores sociais e históricos do que algo somente pessoal do individuo que prática e no cliente que busca o serviço. A relação econômica dos profissionais do sexo torna-se paralela a atividade sexual, não pode-se afirmar que em primeiro plano reside a necessidade financeira e que usa-se o sexo para garantir um rendimento econômico e ao mesmo tempo ter/dar um prazer efêmero. 
O financeiro se torna um elemento no comércio, não é o principal ou o mais importante. Nossa maneira de ver se condicionou a enxergar a questão assim e deve-se desconstruir esse adestramento dos valores acerca dos profissionais do sexo. Dependendo do profissional, o local e o que vai acontecer o preço ou benefício vai variar. Tudo é incerto e improvável entre quem faz e que procura. A famosa lei da oferta e da procura. Existe internamente na prostituição viril, situações limites entre os garotos de programa, mas isso é uma fronteira que se borra com a idade e o tempo. Há aquele que oferecem seus serviços por telefone colocando o número nos jornais locais ou internet, então se dizem “universitários” “rapazes fino trato” e outros adjetivos que moldam-os até as partes intimas com polegadas. Já os “massagistas” de saunas aparecem são jovens trabalhadores autônomos, moram em bairros periféricos e que a noite prestam serviços com massagens para quem quiser. Por fim, há aqueles que vão para rua e em algum bar. Esse grupo seria os despossuídos por estarem contando com todos os clientes e ficarem a mercê dos riscos que a noite oferece. Acredito que são os mais estigmatizados, pois eventualmente, um marginal se passa por michê e os rouba ou comete violência com os clientes. Como já mencionei, isso não quer dizer que são categorias estanques. Alguns elevam na hierarquia e tem ascensão para o topo dessa pirâmide de mercado.

terça-feira, 6 de julho de 2021

O emocional para o consumo.




O capitalismo sempre precisou se desenvolver gananciosamente em todos os sentidos da condição humana. Isso quer dizer que, além das transformações industriais e urbanas em qualquer lugar do mundo, o mesmo moldou de forma invisivelmente os sentimentos e o modo de pensar e agir das pessoas. Nesse ensaio iremos entender a maneira como compramos e consumismo. O modo de consumo e serviços foram a base para nos tornarmos quem somos socialmente e está além do mero ato de comprar e vender, eles instigam as relações sociais e nossas emoções pessoais com gestos civilizados. Sem querer agimos como se tivéssemos comprando amizade, namoro e relações de parentesco. Um dia, o produto não serve mais para nada, ou seja,  virá descarte, assim como as nossas relações sociais se desgastam com o tempo.

É verdade que de inicio, a lógica capitalista produzia bens duráveis. Mas, poucos tinham o poder de comprar. Seria um novo modelo de produção buscou redesenhar a durabilidade do produto. De forma tática, começou a  se programar a produção industrial para que os bens finais tivessem um tempo curto e não tivesse reposição de suas peças. 

Por outro lado, esse estilo de pouca durabilidade foi análogo na economia adquiriu . Primeiro, abriu - se o acesso financeiro ao consumo por meio de liberação de créditos com juros "baixos" ou a perder de vista, depois, os bancos tinham linhas de empréstimos para todos os estilos e por fim, a popularização do cartão do cartão até para quem não tem rendimento.  Isso impactou em vários setores sociais, mas também criou uma ânsia de consumir maior em qualquer cidadão.

Oferecer um produto não era como antigamente,  surgiram diversas maneiras de vender um bem material. As formas de comercialização foram também mudando ao ritmo do consumo. Os serviços de venda pela internet fez girar a roda do que era necessário para produtos supérfluos e teve mais descartes sem retorno. O  falso sentimento de " posso comprar "  ou " eu estou pagando " estava longe da necessidade coletiva e do bem comum. Ou seja, sustentabilidade e responsabilidade social permanece apenas como propaganda para os outros. 

O modo de vida capitalista acaba com os recursos naturais por um lado e por outro, produz um monte de produtos descartados que vão sendo amontoados. Todas as nossas relações sociais e emocionais tem uma origem e um fim na vida, seriam iguais ao modo de produção econômica que vivemos. Cada vez mais, o sentido de uma relação eterna e duradoura desmanche-se com o decorre do tempo.

Reutilizar, reduzir e reciclar  ajudam muito a diminuir esse frenético modelo de vida que não nos damos conta de como estamos imerso dentro dele. O consumo zero pode ser outra maneira de carimbar o diferencial de cada para que o futuro garanta para todos acesso igual a tudo. Assim como escreveu Karl Marx : " Se o trabalhador tudo produz, a tudo ele pertence."

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Teoria Weberiana






Max Weber é um dos mais celebres pensadores das ciências humanas, foi um construtor do saber transdisciplinar escrevendo obras que perpassam diversos campos da economia, história, educação, política e sociologia. Intelectual que decifrou embates da vida daqueles que se dedicaram a viver da e para a vocação de professor, tendo à dedicação, a paixão e a inspiração, elementos importantes. Weber nos deixou uma obra-prima de relevante dimensão: “Economia e sociedade”. Nela é estudado tanto o seu método e instrumento de analise sociológica, isto é, a metodologia compreensiva como os tipos ideais, definem sistematicamente os tipos de ações, a compreensão e dedicação daqueles que se dedicam à vocação de cientista deixando de fora juízo de valores que poderão contaminar o fazer de sociólogo ou do cientista de uma forma geral. 
De acordo com Raymond Aron no livro “As etapas do pensamento sociológico” pode-se tentar classificar as obras de Weber em quatro categorias. 1) As obras que trataram unicamente das ciências humanas e historia, e da sociologia, isto é, a metodologia, estas obras são epistêmicas, expressam uma filosofia da historia e do homem, mostram a relação ciência ação os principais trabalhos neste campo estão reunidos nos ensaios sobre a teoria da ciência(Ensais sur la theorie de la science). 2) As obras que tratam do campo da historia como estudo sobre a relação de produção na agricultura no mundo antigo, a economia geral, os trabalhos especiais sobre problemas econômicos da Alemanha ou da Espanha contemporânea, por exemplo, uma pesquisa sobre a situação da Prússia oriental, em especial sobre as relações entre camponeses Poloneses e as classes dirigentes Alemãs. 3) A celebre obra a “A ética protestante e o espírito do capitalismo” onde efetuou uma comparação comparativa entre a ação ética das religiões (o calvinismo, o pietismo, o metodismo e as seitas Batistas), e a vocação econômica no ceio destas religiões, suas convicções e identidade. 4) A obra prima que é o tratado de sociologia denominado “Economia e sociedade” nesta obra Weber define conceitos sociológicos fundamentais como o conceito de poder, ação social, a dominação (racional, tradicional e carismática) um estudo sobra estamentos e classes, a ordem econômica, mercado, a sociologia do direito, e uma sociologia do Estado. 
É necessário lembrar que Weber efetuou um trabalho sobre o tipo ideal de política e do cientista refletindo filosoficamente sobre o trabalho vocação a independência e a solidariedade entre a Ciência e a Política. Numa época em que o desenvolvimento social de uma dada sociedade depende intrinsicamente desses dois elementos, convém, portanto refletir a aplicabilidade da obra: “Ciência e política: duas vocações” (Wissenschaft Als Beruf e Politik Als Beruf). Deste modo a teoria weberiana tem como ponto inicial a ação e classificação dos tipos de ação (ação lógica e ação não lógica, mesmo sem seguir essa classificação Weber vai mostrar-nos quatro ações sociais, a qual a sociologia procura entender, compreender de forma interpretativa: 
a) Ação racional: Com relação a um objeto (zweckrational): determinando o modo racional referente a fins. “determinadas por expectativas no comportamento do objeto do mundo exterior, como de outros homens, e utilizando essas expectativas como condições ou meios para alcançar fins próprios e racionalmente avaliados e perseguidos”. 
b) Ação social com relação a valor posto: (Wertrational): de um modo racional referente a juízos de valores. “Determinada pela crença consciente do valor – ético, estático, religioso ou de qualquer outra forma como seja interpretado...”. 
c) Ação afetiva ou emocional: (de modo afetivo, especialmente emocional): por afetos ou estados de sentimentos atuais. 
d) Ação tradicional: (de modo tradicional) por costume e hábitos arraigados a conduta do individuo na sociedade. A tarefa daquele que se dedica à sociologia será a de descobrir os possíveis sentidos das ações humanas, desse modo o sentido da ação humana deve ser desvendado. 
De acordo com Weber o objeto da sociologia é: “Sociologia (No sentido aqui entendido desta palavra empregada com tantos significados diversos) significa: uma Ciência que tenta interpretativamente entender a ação social e assim explicá-la causalmente em seu curso e em seus efeitos”. Por ação entende-se, neste caso, a ação humana (tanto faz tratar-se de um fazer externo como um interno de omitir ou de permitir sempre que e na medida que um agente ou os agentes se relacionem com um sentido subjetivo. A ação social, por sua vez significa uma ação que, quanto ao seu sentido visado pelo agente ou agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso.
A sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social e esta compreensão implica na percepção do sentido que o ator social atribui a própria conduta. Sentido com definido da ação social: fundação metodológica do sentido.
Para Weber “Sentido é o sentido subjetivamente visado”, entendemos o sentido subjetivo indicados pelos sujeitos da ação. 1) Existente de fato: Um caso historicamente dado. A) Como media e como aproximação numa determinada massa de casos. 2) Construído num tipo ideal, com atores deste caráter. 3) Os limites entre uma ação com sentido e um comportamento simplesmente relativo. Weber construiu conceitos sociológicos básicos para a consolidação da sociologia como ciência. Suas teorias e conceitos se desdobram em outras analises sociológicas e até hoje influenciam ao desenvolvimento da Teoria e metodologia cientifica. Cabe-nos ler os escritos e comentarios para entendermos a sociedade...

terça-feira, 29 de junho de 2021

MAX WEBER, Sociologias

Max Weber é um dos mais celebres pensadores das ciências humanas, foi construtor de um saber transdisciplinar dentro de uma época em que não se pensava nisso de forma sistemática. Escrevendo obras que dialoga com a economia, a história, a religião, a política e a própria sociologia. Esse intelectual decifrou embates da vida social e o sujeito social. É daqueles pensadores que se dedicam a viver da e para a vocação de professor, tendo à dedicação, a paixão e a inspiração, elementos importantes. 
Max Weber nos deixou uma obra-prima de relevante dimensão: “Economia e sociedade”. Nela é estudado tanto o seu método e instrumento de analise sociológica, isto é, a metodologia compreensiva como os tipos ideais que definem sistematicamente os tipos de ações, a compreensão daqueles que se dedicam à vocação de cientista deixando de fora juízo de valores que poderão contaminar o fazer do sociólogo ou do cientista de uma forma geral. 
De acordo com Weber, “Sociologia (No sentido aqui entendido desta palavra empregada com tantos significados diversos): uma Ciência que tenta interpretativamente entender a ação social e assim explicá-la causalmente em seu curso e em seus efeitos”. Por ação entende-se, neste caso, a ação humana (tanto faz tratar-se de um fazer externo como um interno de omitir ou de permitir sempre que e na medida que um agente ou os agentes se relacionem com um sentido subjetivo." Assim, Weber demonstra que a própria Sociologia é produto de reflexão sobre si própria, além de uma Ciência com objeto e métodos.
Por fim, Para Weber, o papel do Cientista Social era descobrir os sentidos das ações humanas. E vocês ? O que dizem do pensamento social de Weber ?

 


Aspectos conceituais em Weber e Durkheim

Os conceitos que se seguem abaixo são um resumo do pensamentos de ambos, embora que tenhamos aprofundá-los. A intensão é esclarecer os iniciantes no estudo das Ciências Sociais.



 Max Weber
 Emile Durkheim
 Função da Sociologia
Investigar a Ação Social e ressaltar os elementos mais gerais de cada fase do processo histórico daquela sociedade.
 Explicar a Sociedade; encontrar soluções para a vida em sociedade; comparar as sociedades.
 Fato Social
Tem origem a partir do individuo; é resultante da interdependência entre os sentidos das diversas ações sociais.
Independe do que os sujeitos pensam; deve ser encarado como “coisa”: coerção social, exterior ao individuo e tem sua generalidade.
Ação Social
Conduta humana dotada de sentido que realiza um objetivo, o envolvimento dos demais atores na mesma ação, o que lhe confere o caráter social
É o resultado da Coerção Social e da relação mecânica ou “orgânica”, dependendo do estágio social em que a sociedade se encontra.
Relação Social
O sentido das ações sociais deve ser compartilhado por  um grupo que atua de forma mutuamente coordenada
Resultante das interações inerentes ao tipo de solidariedade desenvolvida naquela sociedade.
Instrumentos de Análise
“tipo ideal”, método de reflexão, indeterminismo histórico
Espécies sociais, objetividade, estatísticas, determinismo histórico.
Neutralidade
Existe certa parcialidade na análise  sociológica
O cientista deve evitar qualquer parcialidade e envolvimento emocional.
Individuo

Tem significado e especificidade
O individuo é subordinado pela sociedade.
Sociedade
É fruto do desenvolvimento histórico e cada qual tem suas especificidades resultantes da cultura e ações praticadas
É um organismo, como tal é evolutivo, indo da horda ao capitalismo, indiferença ao momento histórico.

Trabalho


Tem sentido duro e cumulativo, teve a importante função de auxiliar ao desenvolvimento do capitalismo moderno, pelo conceito de puritano.

A divisão do trabalho social é ponto importante na mudança da solidariedade mecânica para a orgânica. Por meio dele passa a existir uma articulação maior na sociedade.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Sociologia e Educação




O conhecimento sociológico é atual e fundamental para a noção de cidadania e participação crítica das pessoas nas interações em sociedade. Já a disciplina Sociologia aparece como obrigatória na formação do referencial teórico metodológicos da educação escolar, auxilia na compreensão das relações sociais, nas questões políticas, nas influencias econômicas e culturais das pessoa; ainda no qual o contexto educacional, ela contribui para um a formação humanizadora, ética e relacional. 
Durkheim, observa que os fatos sociais são considerados como externo e coercitivos de que a relação entre educação e sociedade, abriu as portas da sociabilidade. A função básica da educação é justamente a de transmitir os valores éticos, o educador exerce o seu influencia pela da sociedade. Qualquer educador sabe da transmissão de seus valores na sala de aula e também na influencia dos alunos para com ele.  Dessa maneira, o meio social é analisado como local de uma enorme segmentação, de diferentes grupos lutando por recursos limitados. 
Para a sociologia, a educação pode ser o processo de transmissão de conhecimentos e costumes de uma geração mais antiga para uma mais nova. É a instrução de indivíduos ainda “imaturos” para que se moldem à sociedade e possam nela conviver. Mas, a educação escolar ensina muito além dessas transmissões hierárquicas citadas. Ela transmite saberes invisíveis e  despertares possíveis para o longo da vida.
Os seres humanos, ao nascerem, são como animais brutos. A educação ensina e transforma esses seres para que possam interagir com os outros seres já socializados. Não é correto pensar que a educação se restringe unicamente à instituição (escola). Quando uma criança nasce, com pouco mais de um ano de idade já começa a falar a língua que seus pais e familiares falam, e isso nada mais é do que educação. O ato de escovar os dentes, de se vestir, de andar, todos foram aprendidos pela observação ou ensino dos mais velhos. Existem, basicamente, dois tipos de educação: assistemática e sistemática. 
A DIVISÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS • Sociologia: Estuda e pesquisa as relações sociais e as formas de associação sociais, as várias interações dentro da vida em sociedade. • Antropologia: Estuda as semelhanças e as diferenças entre os vários grupos humanos. Ocupa-se com a diversidade cultural. • Ciência Política: Estuda as atividades humanas ligadas a distribuição do poder, bem como as formas de governo na vida social. Do século XV à atualidade, é o período que se desenvolveram as ciências humanas e sociais ( Psicologia, Pedagogia, Economia, Historia, Geografia e outras). As ciências Sociais se estabeleceram como conhecimento cientifico por causa das constantes transformações e conflitos que ocorriam na vida em sociedade. Para isso, organizou-se um corpo teórico e metodológico para se investigar o comportamento humano em sociedade. A complexidade das relações sociais exige uma constante analise Sociológica, uma reflexão que fuga das respostas prontas e fáceis que são vistas nos meios de comunicação ou no cotidiano das pessoas. Somos chamados a fazer uma compreensão mais profunda de questões diversas. 
Enfim, é hora de repensar os padrões, as regularidades que ordenam a vida social e educacional e sistematiza-los sobre outras matizes. A educação pode ser um "estalo" que fará toda a comunidade escolar viver de modo diferente. Olhar tudo envolta com um observação diferente. Sim, é possível. O sonho pode ajudar a despertar de maneira diferente para a realidade. Nesse contexto, a Sociologia ganha importância e se confronta com os novos desafios para além dos muros da escola e da academia.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

FOUCAULT : ALGUMAS PISTAS EXPLICATIVAS PARA AS SEXUALIDADES




O objetivo desse texto que você começar a ler é revelar alguns pontos que possam colaborar para o entendimento do que são as "sexualidades" no pensamento de Michel Foucault.  Evidente que há várias obras do pensador com referencia ao tema, porém escolhemos e citamos algumas aqui para o exercício da reflexão e assim, partimos de princípios teóricos conceituais sobre a mesma em Foucault. 
Em seu livro a microfísica do poder, Foucault demonstra de que meios, o poder se impõe pela docilização dos corpos das pessoas na sociedade: Na passagem de uma sociedade disciplinar para uma sociedade de controle. No livro: Vigiar e punir, o mesmo mostra ainda mais sobre o assunto:  o agravamento de um tipo de disciplina, que passa a ser utilizado de maneira diferente daquele que antes já havia nos conventos e ofícios, ganha condições utilitárias para a produção (no trabalho) disciplinar do capital. Essa política de sujeição e controle do corpo vem sendo aplicada lentamente, difusa  e silenciosa, ao contrário do que ocorria em tempos anteriores. A mesma colabora para a elaboração do que convencionamos chamar de sexualidade.
Pontualmente, no meio social, começa a funcionar a máquina da docilização dos corpos. A nova disciplina corpórea atua na organização do tempo, na vigilância dos afazeres e nos volumes de espaço. O controle do fluxo dos corpos pelo tempo e locais, a rigidez no cumprimento dos horários, o rigor e a normatização dos gestos e padronização de comportamentos criam o corpo social. Assim, nas sociedades modernas, surge o biopoder resultado do poder disciplinar pela aparência, o controle físico e em especial visível de autoidentidade. 
Para Foucault, os prazeres corporais serão o mínimo denominador comum do sujeito plural, arquitetos dos estilos de vida modelados nas relações de amizades. Em "Historia da sexualidade", a preocupação de Foucault é em fazer uma arqueologia da ética sexual. Seus estudos apontam para a construção do termo sexualidade como palavra emergente no período vitoriano, tendo seu ápice nos estudos médicos e patológicos. Como a sexualidade chegou a ser o que é atualmente, requer que observemos três eixos: a formação dos saberes que a ela se referem, os sistemas de poder que regulam sua prática e as formas pelas quais os indivíduos podem e devem se reconhecer com sujeitos dessa sociedade. A sexualidade é uma construção médica e higienista recente no Ocidente. 
O que havia na Grécia Antiga era um “Eros” diverso e diferente, sem comparação no imaginário atual. Um exemplo está no Eros entre homens e o Eros entre homens e mulheres. Ambos eram regulados por exercícios e práticas. A educação do cidadão grego, a conduta que lembrasse o excesso era indigna. O uso dos prazeres estar a serviço da honra do cidadão. É na busca dessa verdade a ser descoberta pela ciência e revelada pela religião que os seres humanos se reconhecem com sujeitos de desejos.
A austeridade do desejo sexual será a elaboração e o meio de uma atividade que visa o poder da mesma e a pratica para a liberdade. Uma austeridade em torno e a propósito da vida do corpo, da instituição do casamento e das relações entre homens e da existência da sabedoria. Foucault argumenta que as Culturas Orientais têm sido pródigas, no tratamento discursivo da prática sexual, em produzirem textos de caráter simultaneamente educativo e místico – a ars eróticas – do prazer vivido como base de experiência a ser relatada e fonte privilegiada da verdade do sensualismo. Ao contrario do que ocorreu nas sociedades ocidentais, uma scientia sexualis fundamentada no discurso cristão confessional, de uma verdade analítica, mas não pedagógica, em termos de proposta objetiva.
Evidente que existem outros tópicos apresentados por Foucault e que não mencionei aqui, pois o objetivo era apresentar de forma resumida e introdutório o mesmo. Assim, esses tópicos apresentados podem ajudar a entender o estudo sobre sexualidade a partir de relações de poder e dominação, bem como através do levantamento de como a educação, o trabalho e a medicina foram forjadores da sexualidade. 



segunda-feira, 7 de junho de 2021

O Estado Moderno


 Leia o texto a seguir preenchendo os campos em branco com as palavras a seguir, dando-lhe o devido sentido às frases do texto.

burocrática moderno

para governar.

a classe dominante

Constituição


vamos conhecer as definições de Estado na Sociologia.

 O Estado pode ser definido como uma instituição organizada social, política e juridicamente com base em uma lei máxima chamada ___________. É reconhecido interna e externamente (pela comunidade internacional) e, por meio de um governo, em geral eleito pelos cidadãos, exerce soberania sobre um território.

O Estado _____________ – fruto da Revolução Francesa (1789) ou da constitucionalização das monarquias absolutistas europeias (Revolução Gloriosa na Inglaterra, por exemplo) – é um órgão dotado de um corpo de funcionários treinados e contratados, na maioria das vezes, por concursos públicos legais em exames que avaliam seu saber específico e sua competência técnica. O Estado é ainda regido por regras relativamente estáveis e, dessa forma, é o executor do poder político. É por meio dele que age ___________

Outros  elementos importantes para se perceber na modernidade do Estado é Constituição,  soberania e território. Como também, o Estado garante os direitos a todos os cidadãos e sua liberdade individual para qualquer pessoa.

 Para quer serve o Estado no sistema capitalista ?

o Estado não é o representante de toda a sociedade ou do interesse de todos, mas uma instituição a serviço de um grupo (_____________) e contra outros grupos no interior da sociedade (os dominados).

No dentro da estrutura do Estado, existiam diversas instâncias administrativas. São os níveis decisórios de poder, controlados de maneira conflituosa pelas diversas frações da classe burguesa dominante.

A estrutura ______________nos Estados tem levado cada vez mais a um aumento de poder na mão dos governos e ao controle excessivo dos cidadãos por meio do acesso de dados pessoais informatizados, câmeras, satélites, etc. Esse controle fica nas mãos de grandes empresas e esse processo permite aos dirigentes políticos restringirem, em alguns casos, muitas das liberdades individuais.

 


Porém, para o cidadão moderno, o Estado racional-legal foi a melhor garantia de respeito, liberdade e aperfeiçoamento das leis, por meio da eleição democrática dos membros do Congresso Nacional.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Notas Introdutórios sobre as teorias de Gêneros.




Leia o texto a seguir preenchendo os campos em branco com as palavras a seguir, dando-lhe o devido sentido às frases do texto.

mulheres         poder   teoria

cuidadora        divisão sexual do trabalho      orientação sexual

sociedade        relações de dominação           patriarcais

violência         questionar       mulheres


As relações de gênero estiveram na pauta dos estudos de Pierre Bourdieu e Simone Beauvoir e precisam estar nas escolas. Em 1947, Simone de Beauvoir lançava sua obra, “O segundo sexo”, que lhe renderia notoriedade acadêmica e influenciaria gerações de feministas e intelectuais dedicados aos estudos de gênero. Em 1990, o já consagrado sociólogo francês, Pierre Bourdieu, lançava “A dominação Masculina”; obra que intensificou às discussões em torno das relações de gênero no interior do campo científico, sobretudo sociológico, contudo, sem fazer menção às importantes colaborações de Beauvoir, o que lhe rendeu severas críticas. Ainda que Bourdieu não tivessem em sua obra dialogado abertamente com Beauvoir (1947), sua ___________ muito se aproximou das contribuições desta.

Trazer à sala de aula a temática “relações de gêneros” certamente colabora para reduzirmos a discriminação sexual, a dominação masculina e, até mesmo, a ________________ contra a mulher.

Observando a estrutura social das sociedades _______________capitalistas notamos que os homens, em relação às __________________, são mais dotados de mais prestígio social e, consequentemente, ocupam estrato social superior, o que é observado de forma objetiva por meio das desigualdades de acesso ao mercado de trabalho, por exemplo. Exceto em sub-campos, ou espaços, que os homens não demonstram interesse em disputar por posições de distinção, tornando-se esses “espaços femininos”. Como destacou Bourdieu, […] Qualquer que seja sua posição no espaço social, as mulheres têm em comum o fato de estarem separadas dos homens por um coeficiente simbólico negativo que, tal como a cor da pele para os negros, ou qualquer outro sinal de pertencer a um grupo social estigmatizado, afeta negativamente tudo que elas são e fazem (BOURDIEU, 2010, p. 111). Há, nas sociedades patriarcais, uma distribuição de poder simbólico que estrutura uma relação de ____________e posição social em situação desfavorável às _____________. Nesse sentido, a ordem social estabelecida por essa distribuição desigual tende a ratificar a dominação masculina que se materializa na divisão social do trabalho e na distribuição do produto (econômico) e do poder (político) (BOURDIEU, 2010). Na configuração estrutural das relações de poder coube à mulher o papel de________________, de sensível, de sexo frágil; características (re)produzidas socialmente. Como destacou Simone de Beauvoir, a passividade que caracterizará essencialmente a mulher “feminina” é um traço que se desenvolve nela desde os primeiros anos. Mas é um erro pretender que se trata de um dado biológico: na verdade, é um destino que lhe é imposto por seus educadores e pela ___________________(BEAUVOIR, 2009).

Para Bourdieu (2010) a família acaba assumindo o principal papel de reprodução da dominação masculina e toda a sua______________________, ainda que precocemente, o que direcionará, tanto nos homens quanto nas mulheres, a identidade de gênero e, consequentemente, o seu lugar. Parece que quanto mais clara a estratificação econômica, mais facilmente se observa as diferenças entre os gêneros na divisão social do trabalho e a percepção de que há campos onde os homens estão mais propensos a acumular mais capitais simbólicos do que as mulheres, como por exemplo, no campo político. No entanto, como bem destacou Beauvoir (2009), não se nasce mulher, torna-se mulher, o que significa dizer que há possibilidade de uma reconfiguração das _______________________e superação do habitus produzido sob a visão patriarcal, o que não é uma tarefa fácil e nem dependente apenas do indivíduo e, por outro lado, os papeis sociais das mulheres não são natas, antes são construções sociais (e por isso mesmo podem ser modificadas). É necessário _______________ as estruturas sociais, as quais tanto homens e mulheres são vítimas. Simone de Beauvoir por várias vezes destacou as dificuldades das próprias mulheres se libertarem de suas posições de “segundo sexo”, mesmo quando livra-se de tarefas “destinadas” às mulheres. Sobre essa situação, Beauvoir nos traz um exemplo bastante elucidativo da patroa que “[…] embora livrando-se do fardo de execução do trabalho, quer ter a responsabilidade dele e o mérito; ela quer imagina-se insubstituível, indispensável” (p. 312).

Discutir relações de gênero não é o mesmo que discutir __________________(tema também importante), antes é pensar os papeis sociais atribuído a cada gênero e as relações de poder (e opressão) contidas nesta divisão, o que nos leva a refletir sobre a necessidade da igualdade sexual.

terça-feira, 2 de março de 2021

Um caso perdido

Quando criança, fui com meus pais, irmãos e irmãs visitar uma tia no hospital. Havia uma praça onde tinha vários brinquedos em frente ao hospital. Então, nós ficamos na praça. Outras crianças brincavam no parque e de vez enquanto, íamos a bar beber água. Quando meu pai chamou a todos para subirem no caminhão, pois íamos embora, aconteceu que nesse exato momento eu estava no bar bebendo água. Eles se foram e eu fiquei ali vendo o caminhão partir  e chorando. Alguns rapazes se aproximar e conversaram comigo para mim acalmar. Depois, me perguntaram onde morava, o que tinha perto da minha casa. Saíram comigo na bicicleta pelas ruas. Nessa mesma hora, minha mãe percebeu que faltava um filho e foi avisado pelas minhas irmãs que eu tinha ficado na praça. Imediatamente voltaram para me buscarem. A essa altura, eu ia descobrindo as ruas do bairro onde morava, o mercado e escola perto da minha casa. Ao chegar em casa, fui recebido pela minha irmã mais velha. Pouco tempo depois, meus pais chegaram da praça. Levei um puxão de orelha e uma bronca de meu pai. A experiência de perda na minha vida está associada também ao abandono e a punição.

Hoje, me perco facilmente pelas ruas da cidade e seus sinais, pelos sentimentos que passam por dentro de mim. Me abandono em reconhecer cada pessoa e também por relembrar de suas histórias de vida. Sem destino feito filho sem irmãos e também sem poder fugir dos ciclos intermináveis de dias da semana, de meses e anos que se foram a décadas e que vieram com o futuro.

Só me encontro nas palavras de um livro, no abraço amoroso ou no sonho noturno.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Metas Literárias.

 O hábito de ler livros literários se desenvolve de várias formas e também pode ser um costume que as pessoas adquirirem na convivência com outros leitores ou feito um exercício diário e anual. Há alguns anos, acredito que 5 anos atrás, comecei a estabelecer metas literárias. No inicio de cada ano, na segunda ou terceira semana do mês de janeiro, fazia uma meta: ler somente um autor, os escritores de país ou continente e até mesmo uma temática especifica. 

Em 2020, li livros escritos somente por mulheres. Em 2019, durante o ano, os livros escritos por Franz Kafka me acompanharam por 12 meses. Apenas aqueles livros  necessários. Com o tempo, fui refinando a meta literária. Assisti a tutoriais dos autores e temas escolhidos. Ou seja, a meta literária fez com que eu avançasse na pesquisa e no debate do que estava lendo. Lembro que em 2018, li obras da literatura russa. Vi filmes sobre os autores e suas obras. Guardo bem na memória como foi bom essa safra de livros.

Paralelo a leitura estava a escrita. Então, todo ano escrevia, Escrevi cartas para os amigos distantes, mandei bilhetes, cartões postais e escrevi algo num caderno. Ler está associado a escrever. Algumas vezes, escrevia sobre o que estava lendo. 

Essa ano de 2021, comecei a ler livro de literatura diatópica. Estou lendo 1984 de Orson Welles, terminei o Conto de AIA e Testamentos de Margaret Atwood. Na lista, estão Fahrenheit 451 e Admiravel mundo novo e outros que possam aparecer ao longo de 2021. Nesse período de pandemia e governo fascista no Brasil, nada mais justo do que ler distopias.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O Rio Grande do Norte e o COVID - 19

" O mundo se esvaziava de todo significado, tudo era oco.Tudo se ressecava. "


Sábado, fui para uma pequena confraternização de um amigo. Antes de chegar para o "petit comitê" já tinha me preparado para ver e ouvir pessoas com pensamento reacionário. Nada como um exercício de respiração e concentração.  A decoração estava linda com motivos carnavalescos, música lembrando os carnavais passados e o distanciamento social das cadeiras e mesas junto com uma garrafa de alcool em gel. Algumas pessoas que chegaram usavam máscaras. 

Na mesa que fiquei, alguns convidados mais tranquilos. Depois vieram dois tóxicos. Uma mulher que recebe pensão por ser filha de militar e um paulista que trabalha em Natal e que arrota vantagem por ser  de São Paulo. Ele só falava vantagens da vida dele. Viagens, a casa duplex, o carro, a plástica de embelezamento facial. Já filha do militar falava uma narrativa de como o seu pai é prestativo, honesto e gente boa. Os dois começaram a falar do governo do Rio do Grande do Norte, entre um copo e outro de bebida. Diziam do desastre de não combater o COVID aqui. Pensei com os meus botões: O estado está sendo o primeiro na lista de melhor vacinação a conta gotas mandado pela governo Federal. O Paulista chegou a dizer que deveriam ter prendido a governadora. Ambos culparam o governo potiguar pelas mortes e pelo alto números de infectados no RN. Nenhum comentário sobre o governo Federal e a vacina. Nada sobre o uso de mascara. Fiquei consciente de que o fascismo não se desconstrói fácil, nem fácil será descontruído. Apenas disse que  além do enfrentamento de uma pandemia temos a questão da governança por milicianos. Eles ficaram sem entender, pois se entre olharam-se e voltaram a conversar. 

Nada demais, quando relaciono a gestão renovada pelo voto ao atual prefeito da capital pelo voto do natalense comum. Um prefeito que faz boicote contra a reunião do governo do RN e depois chama a mídia parceira para a entrevista. Zero de medidas contra a circulação do vírus. Mas, veja a classe media natalense entediada com a rotina de viagens a glamorização das galerias, para eles, as mortes por covid tem que se distantes aos olhos da mesma. Festa somente nos barcos em Maracajaú. Enquanto aos inumeros arrogantes de gente sudestina que vem aqui morar e cospem ou arrotam que de onde vieram era "sem comparação" com Natal. A vida segue nessa esquina do Brasil, sem empatia. Seca e Oca.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Ao Meio Dia

Domingo.

Era silêncio na rua seca. O ar suspenso pela temperatura  calava os cães e a vida pulsava a cada gole de cerveja dentro das casas.