domingo, 6 de novembro de 2016

Ler mil livros e escrever um.


O habito de ler surgiu de forma variada. Quando era menino ia para a casa de vovó quase toda a noite, lá tinha uma estante na sala, cheia de livros, Isso me impressionava. As vezes, encontrava ela lendo. Havia uma coleção inteira de títulos de Jorge Amado.Outra ocasião que despertou o gosto pela leitura foi a primeira comunhão. Após a celebração o Padre deu um santo para cada um de nós e pediu que virássemos, atrás tinha 10 sugestões de João XXIII para viver a vida inteira...escolhi ler todo dia. Ainda teve o episodio da sorveteria, recordo de uma vez que sai com amigos, fomos a uma sorveteria que havia na cidade. Na mesa, alguns amigos comentaram sobre o livro: A insustentável leveza do ser ( Milan Kundera ), discutiram sobre os personagens e a trama. Como não conhecia o livro, senti-me excluído.  Depois pedi a um amigo para pegar esse livro na biblioteca. 
Escrever sempre foi copiar : do quadro negro, dos livros...Escrever o que sinto e o que penso demorou para ser algo. As agendas que comecei a receber de presente no final ajudaram a isso. Os rascunhos do que vivia. Fui diarista dos acontecimentos e sentimentos. 
Um dos hábitos que mais me transformou foi a leitura e outro a escrita. Ser um escritor na sociedade de pouco leitores é desafiante. Por outro lado, os poucos leitores se congregam numa secretamente, parece que nos reconhecemos de longe. Aquele livro ou autor abre um dialogo infinto. Quando vezes sai a rua e via o que as pessoas levavam nas mãos. Poucas com livros.

2 comentários:

Anônimo disse...

Chico, muito bom lê-lo. O seu texto fez-me pensar sobre quando a vontade de ler surgiu em minha vida. Talvez um dia escreva sobre isto.

Quando você diz que o ato de escrever demorou um pouco, lembrei-me de que, quando eu o conheci, você já escrevia. E inspirou-me muito. Recordo-me especialmente dos poemas que você nos lia na Ufrn. Eram momentos de extravasamento, de resistência à heteronormatividade (na época, eu nem conhecia esta palavra) e de exercício de poder e liberdade. Sempre vou-lhe agradecer por esses instantes de regozijo subserviso.

Chico sales disse...

Escrever tem um lugar e tempo. De onde nos colocamos...Olha que legal, saber de desde aquela época, tinha uma laço com a flor do láscio, do mesmo lugar e do mesmo tempo, procurando Camões nas serras potiguares.E hoje pisa nas terras dele. A liberdade lhe deu o poder de ir ao além mar. Ir todo subversivo e resistente...
Escrever é uma ordem amorosa.