terça-feira, 22 de novembro de 2016

Sangue do meu Sangue

Zé das panelas teve uma vida difícil para sobreviver quando criança. Mas, conseguiu com esforço ter trabalho e constituir uma família. Rígido com mulher e mais ainda com os filhos, sempre dizia:" Quem não quiser seguir minhas ordens nessa casa, a porta está aberta." Há tempos atrás, expulso de casa um filho por rebeldia e proibiu qualquer comentário sobre ele. Além do controle familiar, Zé das panelas foi conseguindo mais poder. Testou sua influência na população e se elegeu vereador na cidade.
Seu destino tornou-se altos e baixos, mas ele estava conseguindo ir longe. Quem sabe no futuro ser perfeito. Tinha apoio para isso. Sabia conversar e era uma estrategista de primeira, sem nunca ter lido Maquiavel. Os filhos eram encaminhados ao seu gosto e interesse. A esposa era obediente e recatada. 
Certa vez, Zé começou a sentir alguns sintomas...cansaço, inchaço da barriga e tontura. Justo naquele momento em que tudo ia bem, aparece uma doença para estragar a paz. Marcou consulta médica. Conversou com doutor e explicou o que estava acontecendo com ele. O doutro mandou fazer uns exames para depois do resultado dizer o veredicto final. Uma semana depois, novas consulta. O doutor leu o resultado. E pediu mais uma exame. Zé começou a ficar preocupado. Mas o doutor tratou de acalma-lo.
O ultimo exame na mão, Zé foi com ao médico acompanhado da fiel esposa. O doutro disse que se tratava de leucemia. Zé teria que procurar um doador de médula na família. Em casa, Os filhos foram fazer a doação para ver quem poderia ser compatível ao pai. Os resultados davam incompatibilidade. Enquanto o pai perdi peso e cabelos. Os parentes fizeram a doação de medula, E nada. O desespero apoderou de todos. O grande pai poderia morrer e o poder que acumulou esfarelar, pois os filhos eram indiferentes a herança. Na cidade, os moradores procuravam uma medula fora da família para cura-lo. 
Certa manhã, a casa grande ainda estava em silêncio. A mãe já tinha acordado e estava tomando café quando o filho mais velho apareceu e sentou perto, ela falou: "Só falta uma pessoa para fazer a doação da médula." O filho franziu a testa e disse: "Quem ?"  A mãe suspirou e respondeu:" Seu irmão que ele expulsou de casa na adolescência por ser homossexual. Perdi o contato, mas acredito que o cabeleireiro tem o numero do telefone. Será que seu pai aceita a médula dele ?
A esposa esperou o momento certo conversou com o marido debilitado pela leucemia que para não morrer cedeu os orgulhos e preconceito e permitiu reatar o contato com filho. A mãe explicou para ele toda situação e ao mesmo passava na memória as cenas de castigos e humilhações do pai para com filho. O filho esquecido atendeu ao pedido da mãe, veio até a terra natal e fez o exame de compatibilidade de médulas. Doou a médula, salvou o pai da morte, mas não teve o pedido de desculpas e o retorno a convívio familiar.

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